Mataparte não é filho de Alto Parnaíba e no final dos anos 1970 veio para cá trazido pelo amigo comum Evandro Vargas Leitão, hoje morando em Palmas. Polêmico, corajoso, inteligente e culto, Mataparte logo se ligou aos meus irmãos, especialmente Plínio Aurélio e Antonio Rocha Júnior, já mortos. Aqui, na Alto Parnaíba que ele adotou como sua terra natal e passou a defender mudanças nos rumos políticos de então, casou-se com Adelaide, filha de José Alves Ferreira, o Zé de Carreta, com Laide do Amaral Brito, da mais tradicional família do lugar.

Na segunda gestão de meu saudoso genitor, Antonio Rocha Filho (Rochinha), como prefeito, Mataparte foi seu secretário de administração, atuando com discrição, eficiência, probidade e participando daquele momento inovador que tranformou a nossa terra em um autêntico canteiro de boas obras e realizações que propiciaram ao município ser um dos grandes produtores e expotadores de grãos do país.
Com a mudança de rumos na política (revolução às avessas), Mataparte, com sobrenome de rei e gosto refinado no vestir, na mesa, na literatura, no bom papo e na política, se foi para São Paulo, levando consigo a mulher e os filhos, ainda pequenos. Hoje, com a mesma aparência de vinte anos, já avô de quatro crianças, veio passar uns dias na cidade que nunca o esqueceu. Mataparte é um tipo de gente que faz bem à província.