Lamento pensar assim. Lamento porque nasci e moro em Alto Parnaíba, para onde voltei depois de concluir o curso de direito em São Luís, na UFMA. Lamento porque meus antepassados estão enterrados aqui e deram muito de si para a fundação e o desenvolvimento do lugar. Lamento porque minha mãe, com 81 anos, continua vivendo em nossa cidade natal, além de outros parentes e amigos. Lamento porque o município de Alto Parnaíba possui um território imenso, de terras férteis, água perene e abundante, gente trabalhadora, posição geográfica privilegiada em relação ao interior do Brasil. Lamento, enfim, porque minha vida é minha cidade.
Ontem, 19 de maio, Alto Parnaíba completou 144 anos de fundação, quando a luta dos pioneiros anexou esse rico território ao Maranhão. Ontem, desci de minha chácara, e deparei com uma festividade sem alegria, melancólica, sem animação, com um povo acabrunhado, encabulado, sem perspectiva concreta de melhora de vida. Comemorar o quê? Me indagou meu velho amigo Nelson Rodrigues, um operário sem obras.
Em meu município não existe sequer uma obra pública iniciada ou em andamento. Ruas e praças sujas, a mediocridade administrativa falando mais alto, a mesmice sem criatividade, jogos reduzidos, crianças sem parques, apenas o barulho ensurdecedor de sons colocados ao deus-dará. Nunca presenciei nada igual. Voltei para casa no inicio da noite antes dos discursos vazios e mentirosos, apenas com vontade de não mais voltar.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
PELO BEM DO MARANHÃO
Li pela manhã na página eletrônica do Jornal Pequeno um artigo do ex-governador José Reinaldo Tavares, que noticia o encontro ocorrido na noitinha de sábado, em São Luís, entre os pré-candidatos ao governo maranhense Jackson Lago, do PDT, e Flávio Dino, do PCdo B, onde teria ficado definido o objetivo principal das duas candidaturas, ou seja, o enfrentamento do poder político, econômico e de mídia da atual governadora.
Feliz encontro, e que essas conversas não se restrinjam àquelas rodinhas, que passam longe do restante do Maranhão, como a região do Alto Parnaíba, esquecida no decorrer dos mandos.
Em caso de segundo turno, a união do Dr. Jackson e do Flávio será indispensável para que a vitória de 2002, tomada pelo golpe da toga do TSE, se repita para o bem do velho Maranhão de tanto e imerecido infortúnio provocado pelos homens do poder, poder este nem sempre legítimo.
No mais, que não fiquem apenas nas distantes páginas do bravo Jornal Pequeno, pois Sarney está bem vivo, astuto como ninguém, cujo novo medicamento para mantê-lo tão forte é o elixir Lula, que tem peito de dialogar até com o camarada Ahmadnejad, de quem Obama e Medevedv têm pavor, mas não tem coragem de peitar o antigo adversário, cuja razão de tamanha gratidão somente a história dirá.
Feliz encontro, e que essas conversas não se restrinjam àquelas rodinhas, que passam longe do restante do Maranhão, como a região do Alto Parnaíba, esquecida no decorrer dos mandos.
Em caso de segundo turno, a união do Dr. Jackson e do Flávio será indispensável para que a vitória de 2002, tomada pelo golpe da toga do TSE, se repita para o bem do velho Maranhão de tanto e imerecido infortúnio provocado pelos homens do poder, poder este nem sempre legítimo.
No mais, que não fiquem apenas nas distantes páginas do bravo Jornal Pequeno, pois Sarney está bem vivo, astuto como ninguém, cujo novo medicamento para mantê-lo tão forte é o elixir Lula, que tem peito de dialogar até com o camarada Ahmadnejad, de quem Obama e Medevedv têm pavor, mas não tem coragem de peitar o antigo adversário, cuja razão de tamanha gratidão somente a história dirá.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
RESGATE DA HISTÓRIA
Recentemente uma produora de televisão esteve visitando Alto Parnaíba, no extremo sul maranhense, colhendo depoimentos sobre a história, a cultura, os costumes, as tradições, visitando pontos turísticos e se apercebendo da natureza maravilhosa e da geografia ímpar de minha terra, ocasião em que tive a satisfação de ser questionado sobre o surgimento, a fundação e outros dados econômicos, históricos, culturais, sociais e geográficos do mais meridional município do Maranhão.
Utilizei, por sinal, informações publicadas no final dos anos 1950 e a mim recentemente repassadas por um amigo de Alto Parnaíba que ainda não nos deu a satisfação de uma visita, o magistrado João Pereira Neto, da 2ª vara maranhense de Grajaú. Nem o Dr. João Neto e nem seu irmão, o escritor e advogado Paulo César Pereira, também um apaixonado, como nós, pelas cousas do interior maranhense, filhos diletos de Matões.
Essa produtora, pertencente à excelente repórter maranhense, Regina Souza, cuja matéria anterior foi veícula em noticiários da TV Globo e Globonews, elaborou o documentário a pedido do governo do estado e será veiculado no sitio oficial na internet e em órgãos da imprensa.
Hoje, trazendo para a comuna o dever de resgatar uma das histórias mais fascinantes de luta pela criação e emancipação de um município maranhense e brasileiro, o vereador Elias Elton do Amaral Rocha, do PDT, apresentou na Câmara Municipal projeto de resolução que coloca o nome do fundador de Alto Parnaíba, Cândido Lustosa de Brito, cuja memória foi renegada no decorrer dos tempos, no edifício da Casa do Povo, que graças a ele funciona, assim como o munícípio existe, não tendo sido fácil a sua luta de provar que as divisas do Maranhão e Piauí também era o Parnaíba e não o rio Balsas, alfuente do Velho Monge, enfrentando o poder da família Lustosa da Cunha Paranaguá, cujo expoente nacional era o jurista e político João Lustosa da Cunha Paranaguá, o segundo Marquês de Paranaguá, presidente do Conselho de Ministros, conselheiro de Estado, ministro da Fazenda, da Guerra, da Justiça e dos Negócios Estrangeiros (hoje Relações Exteriores), senador do Império, governador da Bahia, do Maranhão e de Pernambuco, amigo pessoal de Dom Pedro II e na República, um dos fundadores e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, irmão do Barão de Santa Filomena, senhor absoluto das terras que iam do sul piauiense até à margem do rio das Balsas. Cândido venceu e integrou ao Maranhão, tão injusto e ingrato com minha região, esse rico extremo sul.
Vejamos o projeto de resolução em sua justificação:
"Próximo de mais um aniversário de fundação de nosso município, nada mais oportuno para o início do resgate de nossa história, a partir da memória e da importância de nosso fundador.
Homem de coragem, sagaz, de rara inteligência, Cândido Lustosa de Brito, piauiense de Paranaguá e descendente direito da família Brito da região de Serra Talhada e Arcoverde, em Pernambuco, ainda jovem tornou-se o encarregado das fazendas – domínio absoluto das terras – de seu tio materno, o tenente-coronel da Guarda Nacional, José Lustosa da Cunha, futuro Barão de Santa Filomena, e em pouco tempo concluiu que as divisas do Maranhão com o Piauí em nossa região não seria o rio Balsas, como era da vontade imposta pelo poderoso barão, mas o rio Parnaíba como o era até a foz no atlântico.
Com essa concepção e utilizando-se do fato do tio ter ido à guerra do Paraguai e naquele ano exercer o cargo de deputado federal (geral) pelo Piauí na capital do Império, o distante Rio de Janeiro, Cândido, acompanhado do sobrinho, futuro genro e seu herdeiro político, Antonio Luiz do Amaral Brito, foi à Caxias, então chamada princesinha do sertão e capital do interior maranhense, e ali convenceu representantes do governo do Maranhão a anexar essa rica área de terras que hoje formam o extremo sul ao território de nosso estado.
Acompanhado de praças da polícia do Maranhão, sob o comandando do tenente José Ayres, Cândido Lustosa de Brito retornou e aqui fincou a bandeira maranhense, conseguindo com o casal amigo, Francisco Luiz de Freitas e Micaela de Abreu Freitas, a doação das terras da Fazenda Barcelona, onde hoje é a cidade, à Igreja Católica, indispensável à concretização política da emancipação, fundando a Vila de Nossa Senhora das Vitórias em 19 de maio de 1866, nome dado em homenagem à esposa de Cândido, dona Ana Vitória Vargas Lustosa de Brito e à derrota imposta ao futuro Barão de Santa Filomena, então deputado federal.
Com o retorno do barão, o clima era de tensão e expectativa, mas, também inteligente e cioso de seu papel na história, o já Barão de Santa Filomena, general do Exército brasileiro por ter sido considerado herói na guerra do Paraguai, fez de imediato uma visita de cortesia ao sobrinho, que iniciara a povoação da vila a partir da construção de uma capelinha próxima à atual Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, o prédio da Intendência, da Câmara, da cadeia, da coletoria e de algumas casas residenciais, onde hoje é a velha Pontinha, cujos alicerces, em sua maioria, ainda se encontram ali.
Em nosso município existe apenas uma escola na zona rural em homenagem ao nosso fundador e até o nome da rua que existia, por falta de conhecimento foi retirado, infelizmente.
Portanto, é nosso dever esse resgate histórico, principalmente em razão de nossa Câmara, ao contrário da grande maioria no Brasil, não possuir ainda um nome, uma nomenclatura no seu edifício, que nada tem a ver com o nome do plenário, uma outra homenagem correta e justa ao saudoso vereador Homerino Duarte Segadilha.
Em face do exposto, rogo aos meus nobres pares pela aprovação da matéria.
Plenário Vereador Homerino Segadilha, da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, Estado do Maranhão, em 14 de maio de 2010, 189º da Independência, 122º da República e 145º da fundação de Alto Parnaíba.
ELIAS ELTON DO AMARAL ROCHA -Vereador – PDT"
Utilizei, por sinal, informações publicadas no final dos anos 1950 e a mim recentemente repassadas por um amigo de Alto Parnaíba que ainda não nos deu a satisfação de uma visita, o magistrado João Pereira Neto, da 2ª vara maranhense de Grajaú. Nem o Dr. João Neto e nem seu irmão, o escritor e advogado Paulo César Pereira, também um apaixonado, como nós, pelas cousas do interior maranhense, filhos diletos de Matões.
Essa produtora, pertencente à excelente repórter maranhense, Regina Souza, cuja matéria anterior foi veícula em noticiários da TV Globo e Globonews, elaborou o documentário a pedido do governo do estado e será veiculado no sitio oficial na internet e em órgãos da imprensa.
Hoje, trazendo para a comuna o dever de resgatar uma das histórias mais fascinantes de luta pela criação e emancipação de um município maranhense e brasileiro, o vereador Elias Elton do Amaral Rocha, do PDT, apresentou na Câmara Municipal projeto de resolução que coloca o nome do fundador de Alto Parnaíba, Cândido Lustosa de Brito, cuja memória foi renegada no decorrer dos tempos, no edifício da Casa do Povo, que graças a ele funciona, assim como o munícípio existe, não tendo sido fácil a sua luta de provar que as divisas do Maranhão e Piauí também era o Parnaíba e não o rio Balsas, alfuente do Velho Monge, enfrentando o poder da família Lustosa da Cunha Paranaguá, cujo expoente nacional era o jurista e político João Lustosa da Cunha Paranaguá, o segundo Marquês de Paranaguá, presidente do Conselho de Ministros, conselheiro de Estado, ministro da Fazenda, da Guerra, da Justiça e dos Negócios Estrangeiros (hoje Relações Exteriores), senador do Império, governador da Bahia, do Maranhão e de Pernambuco, amigo pessoal de Dom Pedro II e na República, um dos fundadores e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, irmão do Barão de Santa Filomena, senhor absoluto das terras que iam do sul piauiense até à margem do rio das Balsas. Cândido venceu e integrou ao Maranhão, tão injusto e ingrato com minha região, esse rico extremo sul.
Vejamos o projeto de resolução em sua justificação:
"Próximo de mais um aniversário de fundação de nosso município, nada mais oportuno para o início do resgate de nossa história, a partir da memória e da importância de nosso fundador.
Homem de coragem, sagaz, de rara inteligência, Cândido Lustosa de Brito, piauiense de Paranaguá e descendente direito da família Brito da região de Serra Talhada e Arcoverde, em Pernambuco, ainda jovem tornou-se o encarregado das fazendas – domínio absoluto das terras – de seu tio materno, o tenente-coronel da Guarda Nacional, José Lustosa da Cunha, futuro Barão de Santa Filomena, e em pouco tempo concluiu que as divisas do Maranhão com o Piauí em nossa região não seria o rio Balsas, como era da vontade imposta pelo poderoso barão, mas o rio Parnaíba como o era até a foz no atlântico.
Com essa concepção e utilizando-se do fato do tio ter ido à guerra do Paraguai e naquele ano exercer o cargo de deputado federal (geral) pelo Piauí na capital do Império, o distante Rio de Janeiro, Cândido, acompanhado do sobrinho, futuro genro e seu herdeiro político, Antonio Luiz do Amaral Brito, foi à Caxias, então chamada princesinha do sertão e capital do interior maranhense, e ali convenceu representantes do governo do Maranhão a anexar essa rica área de terras que hoje formam o extremo sul ao território de nosso estado.
Acompanhado de praças da polícia do Maranhão, sob o comandando do tenente José Ayres, Cândido Lustosa de Brito retornou e aqui fincou a bandeira maranhense, conseguindo com o casal amigo, Francisco Luiz de Freitas e Micaela de Abreu Freitas, a doação das terras da Fazenda Barcelona, onde hoje é a cidade, à Igreja Católica, indispensável à concretização política da emancipação, fundando a Vila de Nossa Senhora das Vitórias em 19 de maio de 1866, nome dado em homenagem à esposa de Cândido, dona Ana Vitória Vargas Lustosa de Brito e à derrota imposta ao futuro Barão de Santa Filomena, então deputado federal.
Com o retorno do barão, o clima era de tensão e expectativa, mas, também inteligente e cioso de seu papel na história, o já Barão de Santa Filomena, general do Exército brasileiro por ter sido considerado herói na guerra do Paraguai, fez de imediato uma visita de cortesia ao sobrinho, que iniciara a povoação da vila a partir da construção de uma capelinha próxima à atual Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, o prédio da Intendência, da Câmara, da cadeia, da coletoria e de algumas casas residenciais, onde hoje é a velha Pontinha, cujos alicerces, em sua maioria, ainda se encontram ali.
Em nosso município existe apenas uma escola na zona rural em homenagem ao nosso fundador e até o nome da rua que existia, por falta de conhecimento foi retirado, infelizmente.
Portanto, é nosso dever esse resgate histórico, principalmente em razão de nossa Câmara, ao contrário da grande maioria no Brasil, não possuir ainda um nome, uma nomenclatura no seu edifício, que nada tem a ver com o nome do plenário, uma outra homenagem correta e justa ao saudoso vereador Homerino Duarte Segadilha.
Em face do exposto, rogo aos meus nobres pares pela aprovação da matéria.
Plenário Vereador Homerino Segadilha, da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, Estado do Maranhão, em 14 de maio de 2010, 189º da Independência, 122º da República e 145º da fundação de Alto Parnaíba.
ELIAS ELTON DO AMARAL ROCHA -Vereador – PDT"
segunda-feira, 10 de maio de 2010
O ADEUS A UM SERTANEJO
Morreu hoje de madrugada, em Teresina, um dos últimos sertanejos verdadeiramente do campo ainda existente em Alto Parnaíba. Prestes a completar 71 anos de idade no próximo dia 14 de maio, José Rodrigues, conhecido popularmente apenas por Zé de Leônidas, sofreu um acidente quando trabalhava na roça, ficando sem socorro por mais de vinte e quatro horas, posteriormente transportado para a capital do Piauí, vindo a desencarnar.
Zé de Leônidas foi uma pessoa que marcou a minha infância e adolescência, pois sempre próximo de minha família, companhia de meu pai e nossa em viagens pelo interior do município, contador privilegiado de causos, homem de uma palavra apenas, detentor de princípios morais rígidos, que criou uma numerosa prole com o suor do rosto, cujas mãos calejadas testemunhavam o seu afinco ao trabalho árduo e ingrato de quem lavra ainda prinitivamente a terra, objetivando apenas o alimento seu e da família.
Recentemente, Zé foi testemunha de outra sertaneja, deserdada da sorte e da cidadania, que tentava provar na Justiça a união estável de mais de trinta anos com o companheiro morto. O juiz, educado e com traqueijo, como praxe fez a advertência de que mentir é crime. A trestemunha Zé, sem pestanejar, respondeu ao meritíssimo: "Se tem uma coisa que nunca fiz na vida foi mentir, doutor. Não sei ler, mais não sou mentiroso".
Uma simples menção a uma provável mentira, já deixava indignado o nosso Zé, filho de Leônidas, velho vaqueiro de meu avô Antunim Rocha e de meu pai lá para as bandas da Fazenda Água Branca, em cuja região Zé e seus irmãos nasceram e se criaram, até se situarem no lugar Mundo Novo, um pedaço de terra que meu falecido genitor cedeu aos seus antigos vaqueiros.
Pessoas como Zé de Leônidas ao morrerem deixam mais pobre e mais carente a nossa terra, já tão privada de certos valores, como aqueles do homem correto, sério, verdadeiro, que vivia exclusivamente do suor do rosto, respeitador, de poucas letras porém culto no seu modo de viver.
Casado com Santinha e pai de vários filhos, o Zé filho de Leônidas deixou seu nome simples e de sertanejo inscrito no que de melhor meu município produziu.
Zé de Leônidas foi uma pessoa que marcou a minha infância e adolescência, pois sempre próximo de minha família, companhia de meu pai e nossa em viagens pelo interior do município, contador privilegiado de causos, homem de uma palavra apenas, detentor de princípios morais rígidos, que criou uma numerosa prole com o suor do rosto, cujas mãos calejadas testemunhavam o seu afinco ao trabalho árduo e ingrato de quem lavra ainda prinitivamente a terra, objetivando apenas o alimento seu e da família.
Recentemente, Zé foi testemunha de outra sertaneja, deserdada da sorte e da cidadania, que tentava provar na Justiça a união estável de mais de trinta anos com o companheiro morto. O juiz, educado e com traqueijo, como praxe fez a advertência de que mentir é crime. A trestemunha Zé, sem pestanejar, respondeu ao meritíssimo: "Se tem uma coisa que nunca fiz na vida foi mentir, doutor. Não sei ler, mais não sou mentiroso".
Uma simples menção a uma provável mentira, já deixava indignado o nosso Zé, filho de Leônidas, velho vaqueiro de meu avô Antunim Rocha e de meu pai lá para as bandas da Fazenda Água Branca, em cuja região Zé e seus irmãos nasceram e se criaram, até se situarem no lugar Mundo Novo, um pedaço de terra que meu falecido genitor cedeu aos seus antigos vaqueiros.
Pessoas como Zé de Leônidas ao morrerem deixam mais pobre e mais carente a nossa terra, já tão privada de certos valores, como aqueles do homem correto, sério, verdadeiro, que vivia exclusivamente do suor do rosto, respeitador, de poucas letras porém culto no seu modo de viver.
Casado com Santinha e pai de vários filhos, o Zé filho de Leônidas deixou seu nome simples e de sertanejo inscrito no que de melhor meu município produziu.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
NA ESCURIDÃO
Triste sina de minha cidade, bem cuidada e bem tratada em um passado não tão distante e de uns tempos para cá, maltratada e vitimada por uma política continuísta onde a aproprimação dos bens públicos é a base dos sucessivos governos.
Após oito dias, retornei à cidade hoje cedinho, vindo de minha chácara. Ao chegar, dentre várias notícias sobre os demandos e devaneios da administração local, fui informado de que a CEMAR, companhia de energia do Maranhão, havia desligado ontem o fornecimento de luz na sede da Prefeitura de Alto Parnaíba, na única quadra de esportes aqui existente e em outros prédios da municipalidade, exatamente por falta de pagamento. Em um ano e quatro meses, o atual governo municipal recebeu milhões de reais e nenhuma obra se encontra em andamento no município.
Aliás, em Alto Parnaíba inexiste qualquer obra de responsabilidade dos três níveis de governo. Até a construção do sistema de esgotos sanitários está paralisada. A mãe Dilma, do PAC, está mais para madrasta dos tempos pretéritos. A MA-006, entre Alto Parnaíba/Tasso Fragoso e Balsas, não teve qualquer manutenção desde a construção, há dez anos, e os buracos a tornam ainda mais perigosa. Enfim, triste sina que apenas o eleitor, consciente e altivo, possui condições de mudar o quadro.
Após oito dias, retornei à cidade hoje cedinho, vindo de minha chácara. Ao chegar, dentre várias notícias sobre os demandos e devaneios da administração local, fui informado de que a CEMAR, companhia de energia do Maranhão, havia desligado ontem o fornecimento de luz na sede da Prefeitura de Alto Parnaíba, na única quadra de esportes aqui existente e em outros prédios da municipalidade, exatamente por falta de pagamento. Em um ano e quatro meses, o atual governo municipal recebeu milhões de reais e nenhuma obra se encontra em andamento no município.
Aliás, em Alto Parnaíba inexiste qualquer obra de responsabilidade dos três níveis de governo. Até a construção do sistema de esgotos sanitários está paralisada. A mãe Dilma, do PAC, está mais para madrasta dos tempos pretéritos. A MA-006, entre Alto Parnaíba/Tasso Fragoso e Balsas, não teve qualquer manutenção desde a construção, há dez anos, e os buracos a tornam ainda mais perigosa. Enfim, triste sina que apenas o eleitor, consciente e altivo, possui condições de mudar o quadro.
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