segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PREFEITO NOMEIA PREFEITO

O título parece um absurdo, mas é verdadeiro. No município de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, o prefeito Ernani Soares nomeou ou contratou (dá na mesma persplexidade) o que denomina de "administrador", de fato o gestor do município, ou seja, o prefeito para administrar em seu lugar. Seria uma confissão de incapacidade? O certo é que nem quando os prefeitos eram nomeados pelo governador ou pelo interventor, como durante o Estado Novo de Vargas, se presenciou fato semelhante.

As pessoas do lugar ao se referirem ao "administrador" o tratam por "novo prefeito". Pelo que consta, o prefeito eleito pelo povo em outubro de 2008, diplomado pelo Judiciário e empossado pelo Legislativo em 01 de janeiro de 2009, nem à Câmara Municipal deu explicações. Na linha sucessória, na ausência do prefeito assume o vice-prefeito e deste, o presidente da Câmara. Em Alto Parnaíba tudo pode acontecer em desafio à modernidade, à internet, à mídia, aos órgãos de controle interno e extreno do município (legislativo e Tribunal de Contas), às instituições e aos demais poderes constituídos e à própria sociedade alto-parnaibana.

O novo "prefeito" é quem despacha no gabinete do prefeito, dá ordens e negocia dívidas. O prefeito de direito permanece ganhando R$ 12 mil por mês e o de fato, seriam R$ 18 mil dos cofres públicos de um municípios com os menores recursos financeiros do país, que sobrevive dos repasses do governo federal. É uma afronta à inteligência e à dignidade alheias. Se fosse assim, para que eleger prefeito?

O prefeito de fato e o de direito são contemplados ao mesmo tempo com as mordomias inerentes vergonhasamente ao cargo. Se São Paulo, o mais populoso e rico município do Brasil, existe apenas, de fato e de direito, um prefeito, por que o pequeno município de Alto Parnaíba possui dois prefeitos? Com a palavra, as autoridades e órgãos competentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário