Alto Parnaíba é, sem dúvida alguma e sem qualquer barrismo, um lugar bonito, pitoresco, onde a natureza praticamente é intocável.
Localizado no extremo sul do Maranhão, avistando o Piauí, cuja divisa é apenas as ruas majestosas do rio Parnaíba, o Tocantins e a Bahia, com extenso território de mais de onze mil quilômetros quadrados, o município de Alto Parnaíba possui milhares de hectares de cerrados - parte ocupada pela lavoura de grãos em grande escala, mas com razoável preservação ambiental -, e de baixões, com águas perenes em abundância, como do principal rio, o Parnaíba e seus alfuentes, dentre os quais, os rios Parnaibinha, Medonho, Pedra Furada, Pureza, Claro, Riozinho, Brejão, Panela e Branco, todos e mais os ribeirões e brejos aptos ao banho com segurança e sem qualquer poluição, destacando-se as corredeiras da Taboca no Velho Monge, um dos pontos mais belos da região, ainda livre da ameaça irracional do homem.
Aves em extinção em outras regiões sobrevoam a cidade e regiões do interior, como araras e papagaios de vários tipos, tucanos, gaviões, garças, além de pequenos pássaros e seus cantos incomparáveis, como a patativa, o curió, o pintassilgo, o bigode, o pássaro preto, o guriatã, o canário da terra e até mesmo o bicudo, que começa a reaparecer.
Outras animais também povoam as nossas matas, rios e baixões, como a onça pintada, a preta e a sussuarana, o veado catingueiro, o mateiro e o suassuapara, a capivara, o porco queixada, porco espim e o caititu, a paca, cotia, tatú, tamanduá bandeira, jacarés, cuatis, guaxinins, raposa, ema, siriema, perdizes, jaós, pequenos macacos, lambús, o lobo guará, o gato do mato (jaguatirica), enfim, a relação é enorme.
A beleza das serras é impressionante, como da serra geral e chapada das mangabeiras, onde o Parnaíba nasce. As serras que circundam as fazendas Serra Branca e Volta da Serra. A serra do Penitente, que de penitência não tem nada nos dias atuais, mas antigamente era mais do que uma penitência atravessá-lo, cujo nome, segundo alguma lenda popular com jeito de veracidade, teria origem em um famoso valentão de um passado não tão distante obrigado por um certo prefeito de Tasso Fragoso a correr em disparada daquela cidade e o único caminho, subir e cortar demarcando nas pernas a serra até descer próximo ao rio Medonho e alcançar a cidade de Alto Parnaíba. A dita serra hoje possui as terras mais valorizadas da região. A vista da serra do Jalapão é incomparável e seu esplendor cicunda parte do nosso município, a partir da região do Angical.
Os baixões do Cedro, próximo ao São Pedro e na região da Serra Branca, é de uma beleza esplêndida, assim como os baixões dos setes contos, na Salina, fazendo a vista se perder no infinito. As pinturas seculares na fazenda Figuras - dai o nome dado pelos antigos - ainda não exploradas. Aliás, tudo é praticamente natural quanto d'antes.
Na cidade, chegou o mês de julho, a temperatura amena, o vento permanente e o convite é o rio Parnaíba. Na margem do Velho Monge, o banho é uma delícia ao lado de botecos que vendem muito de nossa comida típica, como os de Jean Rosa, de tradicional família de cozinheiros do lugar, de Deuriel e Tereza Cristina, de Graciema Souza, a Pitica, de José Carlos Alencar, o Carlinhos, o peixe incomparável - principalmente o piau - do bar Victória, do Cândido Brito, herança de seu pai, Ivan Brito. No Jean, podemos encontrar o peixe frito - piaus, pacus, surubins, branquinhos, mandubés, mandis e outros - e o caldo de cabeça de surubim; a galinha caipira a molho pardo; pratos de carne seca variados, como o coxido, a paçoca e a maria isabel, além da panelada e do chambari.
Enfim, não custa nada conhecer Alto Parnaíba, cujo melhor acesso é através de Balsas, já que a estrada - MA-006 - é pavimentada, mas também pelo estado do Tocantins, a cidade mais próxima é Lizarda, e pelo Piauí, por Gilbués. Ao contrário, quem vem não se esquece e quem bebe da água do Parnaíba, diziam os nossos antepassados, volta sempre.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
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