terça-feira, 29 de março de 2011
12 DIAS DE AUDITORIA
UM BOM POLICIAL
sábado, 26 de março de 2011
REVITALIZAÇÃO DA HISTÓRIA
Assim como a grande maioria das cidades do interior do nordeste, Alto Parnaíba, antiga Victória, nasceu na margem de seu mais importante rio, onde hoje é a despovoada Pontinha, estendedo-se, posteriormente, em volta do primeiro templo da Igreja Católica, a Praça Coronel Antonio Luiz, que homenageia o mais importante líder politico de nossa província, até a foz do Brejo do Rapadura com o Parnaíba.
Participei da criação da associação cultural Luiz Amaral, nome dado ao nosso poeta maior, sob a liderança da professora Carmélia Pacheco, que, de Brasília, trouxe a possibilidade da associação - futura fundação -, conseguir recursos para a aquisição, a princípio, de uma casa das mais velhas na beira rio e sua transformação na sede da entidade, com a instalação de museu, teatro, cinema, enfim, a busca pela revitalização cultural e histórica de nossa terra.
Os projetos foram entregues ao prefeito Ernani do Amaral Soares, que, mesmo descendente dos fundadores do município, até agora não fez o encaminhamento, pois a burocracia exige que o município, por seu gestor, endosse as iniciativas - a prefeirura não entrará com nenhuma centavo e nem terá que prestar contas.
Em meu escritório de advocacia na última semana, Ernani falou de seu interesse em revitalizar a margem do Parnaíba. Voltei a falar do projeto cultural, prometendo-me que iria atender os apelos da sociedade representada na associação. O estimulei a adquirir a casa onde morou o nosso primeiro prefeito, coronel e vice-governador do Maranhão, Antonio Luiz do Amaral Britto, e onde também funcionou a intendência, e hoje é depósito de arroz, para sediar uma fundação cultural, ou mesmo outras casas históricas da praça, como as que moraram Aderson Lustosa do Amaral Britto e o major Hamilton Lustosa de Britto (Mitim). Disse-me que gostava da ideia e que a implantará ainda no decorrer deste ano.
É o início. Espero que o prefeito entenda o verdadeiro sentido do resgate da história e da preservação de seus monumentos, dos benefícios que a cidade terá, pois com a continuação do cais até o Rapadura, o calçamento e iluminação, nada mais belo ou gostoso do que o lazer desfrutando de um dos rios mais belos do Brasil. O calçamento do largo Poeta Luiz Amaral e melhorias na Praça Coronel Antonio Luiz; a reforma nas casas históricas, como no bar Victória; a instalação da Fundação Cultural Luiz Amaral no velho casarão, com atividades que possam pelo menos dimunuir, entre os jovens, o uso indiscriminado de drogas ilegais, tudo isso aliado a um bom comércio e diversões sadias, trará o turista, a prefeitura arrecada, a economia melhora, todos ganham.
Espero que os alto-parnaibanos de nascença e de coração, espalhados pelo Brasil, se engajem nessa luta liderada pela corajosa e ativista professora Carmélia Pacheco, escrevendo, falando, divulgando, enfim, cobrando das autoridades locais, comprovando o seu amor pela terrinha.
quarta-feira, 23 de março de 2011
EM RESPEITO À HISTÓRIA
AUDITORIA NA PREFEITURA
A presença do Tribunal de Contas causa indagações e surpreende a todos, visto que não se tem notícias de visitas anteriores do órgão de controle externo das contas públicas municipais. Alto Parnaíba, no extremo sul maranhense, clama há muito tempo por uma fiscalização mais rígida e presencial sobre a aplicação do dinheiro público.
sábado, 19 de março de 2011
EX-PREFEITO CONDENADO PELO TCE
Não há informações se o ex-prefeito recorreu da decisão da Corte de Contas.
segunda-feira, 14 de março de 2011
HOMICÍDIO
Por volta das 15 horas de sábado, 12 de março, no bairro São José, mais precisamente na avenida Prefeito Antonio Rocha Filho, o jovem Paulo Henrique Rodrigues Guimarães, de 26 anos, assassinou a facadas o vizinho, Mauro Eurismar dos Santos Alves, de 36 anos de idade, provavelmente dentro da casa deste. Socorrido, a vítima feleceu ao dar entrada no hospital São Geraldo.
Pelo que consta, o motivo do homicídio seria vingança, já que Eurismar, que sofreria de problemas mentais, teria agredido um tio de Paulo, quebrando-lhe um braço.
O homicida foi preso em flagrante pela Polícia Militar. É triste, principalmente quando se trata de pessoas conhecidas, de famílias tradicionais do município, vizinhas de porta durante toda uma vida.
Por trás de mais esse ato de violência, estaria o consumo elevado de drogas ilegais, que vem preocupando as autoridades e a sociedade local.
domingo, 6 de março de 2011
CARNAVAL DE ANTES
Lego engano. Em um passado não tão-distante, sem financiamento com dinheiro público, a sociedade alto-parnaibana se organizava e realizava, aí sim, um dos melhores carnavais de nossa região, com blocos animados e bem organizados, foliões incansáveis, filhos do lugar que para aqui retornavam no período momesco e ajudavam a fazer uma bela festa, tradicional com suas marchinhas, sem bandas importadas, ao som das sanfonas de muitos músicos nativos, como Saló Brito e Zé Pequeno.
O palco do carnaval era o salão do cine e teatro Victória, fundado por Candim Brito e seu filho, Ivan Cirqueira Brito. O clube não mais existe. Homens de outras gerações se vestiam de mulher e saiam às ruas ao lado de dezenas de outros amantes da alegria, todos e todas fantasiados, entravam nas casas e eram recepcionados festivamente pelos donos. Bebida moderada, sem drogas. Clima familiar em uma pequena cidade pacata e hospitaleira. Do teatro e bar Victória, o rio Parnaíba como belo cenário, onde, nas madrugadas dos quatro dias de momo, suas águas ajudavam a matar a ressaca e a dar aos foliões a sensação ainda maior de liberdade e de paz que o bom carnaval propicia.
Nos últimos vinte anos, a Prefeitura passou a financiar a festa e mesmo gastando, em notas fiscais, milhares de reais com bandas, blocos e outras despesas não percebidas pelo povo, o carnaval de Alto Parnaíba é bem pior, sem qualquer saudosismo, predominando o uso indiscriminado de drogas ilegais, que, faça-se justiça, neste carnaval a polícia está agindo com rigor em seu combate, perseguindo os traficantes para prendê-los.
Infelizmente, perdemos o brilho do simples carnaval do passado e alguns, de passagem pelo poder, fazem a festa com o dinheiro público, figurando sem saudades na história do futuro próximo.
sábado, 5 de março de 2011
FÓRUM DR. ALUIZIO
Da esq/direita: Aderson Amaral Brito; José Teixeira Coelho; Izidoro Rolim; Emery Brito; Lourival Lopes; dr. Aluizio Ribeiro (de óculos esportivos - um juiz sempre jovem, bem humorado e de bem com a vida); Antonio Rocha Filho - Rochinha (atrás); Raimunda Castro Lustosa (Santa); Maria Amaral (Mariquinha); Ceir Pacheco (atrás); dona Leny do Amaral Pacheco; Clóvis Vargas e Eurípedes Coelho. Imagem: arquivo do jornalista Berilo Vargas, década de 1960.
Em construção, o prédio do fórum da antiga comarca, um projeto moderno há muito tempo almejado pela comunidade, especialmente por minha classe proifssional - a de advogados. É preciso que se dê um nome ao edifício da Justiça estadual. Juntamente com outros brasileiros alto-parnaibanos nos debruçamos sobre o assunto, tendo em vista que a distante São Luís no decorrer dos anos sempre nos impôs o que quis, até mesmo nomes de logradouros públicos sem qualquer vínculo com nossa história, geografia, cultura, personagens, enfim, com a vida de Alto Parnaíba. O maior exemplo é o nome Tasso Fragoso, antigo distrito de Brejo da Porta (integrante do território de nosso município na época), cujo general dono do nome nunca soube em vida onde ficava nossa região.
A Câmara Municipal aprovou, à unanimidade, requerimento do vereador Elias Elton do Amaral Rocha, dando o nome do fórum ao desembargador Aluizio Ribeiro da Silva, o que foi seguido pelo prefeito Ernani do Amaral Soares, pela maçonaria e pelos advogados domiciliados na comarca, dentre outras instituições que também se manifestarão. As solicitações foram encaminhadas ao Tribunal de Justiça do Maranhão, para que aprecie em plenário. Não há razão alguma para uma rejeição.
Aluizio Ribeiro foi juiz de direito de Alto Parnaíba por nove anos entre o final dos anos 1950 e a década seguinte. Se entrosou com o povo alto-parnaibano e tornou-se um deles, mesmo natural do vizinho município maranhense de Balsas. Homem simples, cordial, simpático e magistrado culto, democrático, legalista e realista, honesto e probo, que não se escondia atrás da toga ou do poder, o dr. Aluizio, como era conhecido em minha comunidade, pertenceu a todas as camadas sociais e gostava de se misturar à multidão, conforme proclamava aos juízes mais jovens em começo de carreira.
Nascido em 1910 e casado com dona Marinalva, o dr. Aluizio morreu recentemente em São Luís e jamais se distanciou da comarca que presidiu por anos, especialmente após se aposentar no topo da carreira na magistratura maranhense, como desembargador do Tribunal de Justiça, após ser por décadas juiz de direito, juiz eleitoral, membro do Tribunal Regional Eleitoral, onde exerceu o cargo de corregedor-geral. Perspicaz e capaz, com corpo franzino que se transformava em um gigante na oratória perfeita - do clássico ao popular -, a sua primeira morada era a aprazível Fazenda Pedra Furada, no encontro do afluente do mesmo nome com as águas majestosas do Velho Monge, de quem era um amante devotado.
De hábitos simples e sem hipocrisia, dr. Aluizio pertenceu a várias gerações de alto-parnaibanos até próximo ao seu desenlace, com quem tive o prazer de conviver, de dividir uma divertida mesa de bar, de ouvir causos e ensinamentos do direito e da Justiça no início de minha carreira. A homenagem é mais do que justa. Tomara que o Tribunal ouça a voz de nossas ruas.