Da esq/direita: Aderson Amaral Brito; José Teixeira Coelho; Izidoro Rolim; Emery Brito; Lourival Lopes; dr. Aluizio Ribeiro (de óculos esportivos - um juiz sempre jovem, bem humorado e de bem com a vida); Antonio Rocha Filho - Rochinha (atrás); Raimunda Castro Lustosa (Santa); Maria Amaral (Mariquinha); Ceir Pacheco (atrás); dona Leny do Amaral Pacheco; Clóvis Vargas e Eurípedes Coelho. Imagem: arquivo do jornalista Berilo Vargas, década de 1960.
Em construção, o prédio do fórum da antiga comarca, um projeto moderno há muito tempo almejado pela comunidade, especialmente por minha classe proifssional - a de advogados. É preciso que se dê um nome ao edifício da Justiça estadual. Juntamente com outros brasileiros alto-parnaibanos nos debruçamos sobre o assunto, tendo em vista que a distante São Luís no decorrer dos anos sempre nos impôs o que quis, até mesmo nomes de logradouros públicos sem qualquer vínculo com nossa história, geografia, cultura, personagens, enfim, com a vida de Alto Parnaíba. O maior exemplo é o nome Tasso Fragoso, antigo distrito de Brejo da Porta (integrante do território de nosso município na época), cujo general dono do nome nunca soube em vida onde ficava nossa região.
A Câmara Municipal aprovou, à unanimidade, requerimento do vereador Elias Elton do Amaral Rocha, dando o nome do fórum ao desembargador Aluizio Ribeiro da Silva, o que foi seguido pelo prefeito Ernani do Amaral Soares, pela maçonaria e pelos advogados domiciliados na comarca, dentre outras instituições que também se manifestarão. As solicitações foram encaminhadas ao Tribunal de Justiça do Maranhão, para que aprecie em plenário. Não há razão alguma para uma rejeição.
Aluizio Ribeiro foi juiz de direito de Alto Parnaíba por nove anos entre o final dos anos 1950 e a década seguinte. Se entrosou com o povo alto-parnaibano e tornou-se um deles, mesmo natural do vizinho município maranhense de Balsas. Homem simples, cordial, simpático e magistrado culto, democrático, legalista e realista, honesto e probo, que não se escondia atrás da toga ou do poder, o dr. Aluizio, como era conhecido em minha comunidade, pertenceu a todas as camadas sociais e gostava de se misturar à multidão, conforme proclamava aos juízes mais jovens em começo de carreira.
Nascido em 1910 e casado com dona Marinalva, o dr. Aluizio morreu recentemente em São Luís e jamais se distanciou da comarca que presidiu por anos, especialmente após se aposentar no topo da carreira na magistratura maranhense, como desembargador do Tribunal de Justiça, após ser por décadas juiz de direito, juiz eleitoral, membro do Tribunal Regional Eleitoral, onde exerceu o cargo de corregedor-geral. Perspicaz e capaz, com corpo franzino que se transformava em um gigante na oratória perfeita - do clássico ao popular -, a sua primeira morada era a aprazível Fazenda Pedra Furada, no encontro do afluente do mesmo nome com as águas majestosas do Velho Monge, de quem era um amante devotado.
De hábitos simples e sem hipocrisia, dr. Aluizio pertenceu a várias gerações de alto-parnaibanos até próximo ao seu desenlace, com quem tive o prazer de conviver, de dividir uma divertida mesa de bar, de ouvir causos e ensinamentos do direito e da Justiça no início de minha carreira. A homenagem é mais do que justa. Tomara que o Tribunal ouça a voz de nossas ruas.
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