Se o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral começou por Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, infelizmente não deixou sua marca, pois nunca se esbanjou tanto dinheiro em campanhas e pré-campanhas eleitorais como nos últimos dez anos.
Com quase dois anos para a eleição municipal de 2012, alguns pré-candidatos usam e abusam do poder econômico e político, desafiam as regras da moralidade, da ética, da isonomia e do respeito para com a cidadania e a dignidade da pessoa humana, princípios constitucionais estabelecidos logo no primeiro artigo de nossa Constituição.
Um ex-prefeito, que entrou pobre e saiu riquíssimo da Prefeitura do maltratado município sul maranhense, autointitulado candidato desde que perdeu a última eleição, somente nos últimos dez dias participou, patrocinou e financiou festas regadas a som e a muita bebida alcóolica, com carros à disposição dos foliões, na capital de um estado vizinho e em duas localidades rurais de Alto Parnaíba (Brejo do Meio e Serra Branca), dizendo-se candidato (e não pré-candidato) a prefeito no próximo ano, desafiando o bom senso e um povo carente de tudo, especialmente de serviços e obras públicas básicas por parte da Prefeitura que ele administrou por quatro anos, como estradas, pontes, transportes, saúde, educação, saneamento, agricultura, emprego.
Um outro candidato (e não pré), também não pára, seguindo à risca o modelo político imposto em meu município a partir da eleição de 1988, com dinheirama à beça e nenhuma preocupação com a Justiça Eleitoral, pois todos entendem que a impunidade é garantida em face de não nos encontrarmos em período oficial de campanha eleitoral.
Se o dito Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral desejar efetivamente ampliar sua boa atuação, que discuta com o Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral mecanismos legais de fiscalização e combate aos males eleitorais, como a descarada compra de votos, também nos períodos pré-eleitorais, inclusive na época mais distante possível dos pleitos, como no momento em minha terra natal.
Sinto-me desencorajado em colocar o meu nome novamente na disputa eleitoral, como o fiz em 2000, mas acima de tudo, creiam, o que sinto mesmo é vergonha de ser político em um município que foi governado no passado por homens de bem, de visão, honrados e com elevado espírito público. Hoje, mais uma vez sou forçado a dizer infelizmente, a deslealdade da disputa é gritante, a sensação de impunidade de alguns gera a compra e venda de votos a varejo bem antes das eleições, o cinismo, a dissimulação e a orgia com o dinheiro público sodomeiam, mesmo que os paladinos da corrupção não suportariam uma mera investigação de rotina da receita federal e do TCE, investigando-se, lógico, também os testas-de-ferro.
Entretanto, ouso dizer que, assim como o ex-presidente JK, Deus me poupou do medo. Adoro a minha terra natal e sem pieguismo ou hipocrisia de qualquer natureza, coloco-me no debate com todos aqueles que queiram e desejam trazer Alto Parnaíba à razão, impor-lhe o merecido respeito, tratar bem o seu povo, aproveitar com racionalidade a sua potencialidade natural. É hora de não ter medo.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
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