terça-feira, 20 de março de 2012

50 ANOS DA MORTE DE ELIAS AMARAL

Na madrugada de 18 de março de 1962, em sua casa na cidade de Britânia, em Goiás, enquanto dormia ao lado da esposa, o coração de Elias do Amaral Brito o surpreendeu, encerrando a sua passagem material terrena, aos 60 anos de idade.
Ana Alayde e Elias do Amaral Brito

Vitoriense da chamada Era de Ouro, como bem define o tradutor, escritor, diploma e jornalista Berilo Vargas, Elias do Amaral Brito, ou Elias Amaral como era simplesmente conhecido, nasceu na ainda Victória do Alto Parmaíba, a primeira cidade maranhense banhada pelo rio Parnaíba, no extremo sul do estado, em 1902, segundo filho do casal Luiz Antonio LusAmaral Britto, major da Guarda Nacional e filho do primeiro casamento do principal chefe político de nossa terra em todos os tempos, o ex-vice-governador do Maranhão e primeiro prefeito de Alto Parnaíba, coronel Antonio Luiz do Amaral Britto, com Ana Cândida Lustosa do Amaral Britto, e de Rita Araújo Rocha do Amaral Britto (Ritinha), natural de Corrente, no sul do Piauí, filha de Elias da Cunha Rocha e de Maria Izidora de Araújo Rocha e irmã de meu avô paterno, Antonio de Araújo Rocha (Antunim). Seus outros irmão eram: Ana Cândida do Amaral Brito (Sia Cândida), mulher de Luiz de Brito Araújo, Antonia Luiza do Amaral Brito, casada com Aderson Lustosa do Amaral Brito, Luiz Antonio do Amaral - o poeta Luiz Amaral -, esposo de Zenaide do Amaral Brito e Erzon do Amaral Brito, casado com Lourdes Coelho do Amaral, além de Amaral de Lourdes Amaral, filha do segundo matrimônio de seu pai, esposa de Bráulio Leitão - todos falecidos.
Major Luiz Antonio Lustosa do Amaral Britto, pai de Elias Amaral. Foto: arquivo da família.

Com a morte da mãe, em 1920, ainda jovem, e logo depois do pai, meu avô materno Elias Amaral tornou-se tutor dos irmãos mais jovens, educando-os e preservando o patrimônio de todos, cuja honestidade e firmeza de caráter foram características que o marcaram durante a vida, conforme testemunho daqueles que com ele conviveram e com quem converso constantemente. Em 1921 casou-se com a bela Ana Alayde Lopes, uma jovem mulher com 16 anos, flha dos piauienses João Pereira Lopes, que já havia sido prefeito de Victória do Alto Parnaíba, comerciante próspero, e de Joana Torquato Lopes (Joaninha), que, mesmo cega dos dois olhos, conduzia os destinos da família como um autêntica dama-de-ferro.

Meus avós Ana Alayde e Elias tiveram dezesseis filhos, todos criados até a fase adulta. Vejamos pela ordem cronológica: Rita Edith Lopes do Amaral (Ritinha), casada com Esdras do Amaral Brito (Esdrinhas), falecidos; Maria Magnólia Lopes do Amaral (Magui), casada com Wilson Lustosa do Amaral Brito, também mortos; Salatiel Lopes do Amaral, já falecido, esposo de Ilnete Barbosa do Amaral, residente em Januária/MG; Luiz Antonio Lopes do Amaral, casado com Valderez Leitão do Amaral, ambos desencarnados; minha mãe Maria Dacy do Amaral Rocha, com 83 anos de idade e ainda residente em Alto Parnaíba, mulher de Antonio Rocha Filho, o Rochinha, já falecido; Maria Stela do Amaral Paiva e Silva, residente em Teresina, viúva de Astrolábio Paiva e Silva; Maria do Socorro do Amaral Nogueira, atualmente residente em Goiânia após anos morando em Corrente/PI, terra natal de seu falecido marido Numa Lustosa Nogueira; Waldemar Lopes do Amaral Brito, morto, esposo de Nilza Naves do Amaral, residente em Porangatu/GO; Maria Zulmar do Amaral Soares, casada com Zoroastro Soares, residentes em Alto Parnaíba; Maria José do Amaral Camapum (Zezé), mulher de José Alencar Camapum (Zezito), moradores também em Porangatu; Nilson do Amaral Brito, falecido, casado com Goiacemar Castro do Amaral, residente em Gurupi/TO; Maria Luiza Margarida do Amaral Avelar, esposa de João Roberto Dias Avelar, residentes em Teresina; Paulo de Tarso Lopes do Amaral, morto, casado com Neuza Ribeiro do Amaral; José Elisson Lopes do Amaral, falecido, que deixou viúva Maria da Glória Melo Amaral; Alair Maria do Amaral Lopes, minha madrinha de batismo, já morta, casada com Luiz Gonzaga da Cruz Lopes, morador de Alto Parnaíba; e Ana Alaíde Amaral de Carvalho Nunes (Alaidinha), viúva de Benedito de Carvalho Nunes, residente em Teresina .

Elias Amaral, mesmo filho e descendente de políticos e dos fundadores de Alto Parnaíba e do sul piauiense e extremo sul maranhense, não tinha aptidão para a política, inclusive recusando-se, em certo momento da vida política municipal, uma candidatura de consenso à Prefeitura. Era um criador de gado nato e exímio comerciante. Apaixonado por sua Fazenda Salina, sofreu muito para vendê-la quando ficou na encruzilhada de permanecer na terra natal, sem perspectivas para os jovens de então, ou acompanhar a maioria da população alto-parnaibana para a recém fundada Gurupi e outras cidades prósperas do norte de Goiás, hoje Tocantins, e Brasília que se iniciava com todo o apogeu e esperanças depositadas por milhares de brasileiros no centro-oeste e planalto central brasileiros, mas preferiu o que significava um verdadeiro sacrífico - talvez a causa do infarto agudo do miocárdio sofrido pouco tempo depois -, preferindo, finalmente, se desfazer de todo o patrimônio construído na velha Victória com imenso sacrífico e trabalho árduo de quem conduzia boiadas em balsas de talo de buriti pelo rio Parnaíba até Floriano ou Teresina ou a pé até o Rio Grande do Norte, trazendo, no retorno, produtos que eram comercializados em sua loja na cidade, e se mudar com a mulher, os filhos mais jovens e outros já casados em busca do prometido eldorado dos anos JK. Com a morte do marido, minha avó Ana Alayde Lopes do Amaral (foto acima) passou a ter uma saúde fragilizada, culminando com a doença de Alzheimer, na época pouco conhecida, falecendo aos 82 anos de idade na casa de sua filha mais velha, Ritinha, em Porangatu. Ele com 19 anos e ela com 16 anos de idade iniciaram uma via juntos, geraram 16 filhos, criaram todos e esse amor foi permanente além túmulo. Hoje são dezenas de netos, alguns desencarnados, de bisnetos, trinetos e tataranetos, espalhados pelo Brasil. Cumpriram sua missão. Foto acima: 7 das 10 filhas de Elias Amaral: Alaidinha, Alair, Maria Luiza, Zezé, Stela, Dacy e Magui. Casamento de Suzuna, filha de Stela e Astrolábio, e de Ézio, filho de Zezé e Zezito Camapum, em Teresina. Arquivo da família.

Imagens: pela ordem decrescente: Minha avó Alayde em visita ao túmulo do marido em Britânia; Waldemar e Nilza Amaral; Salatiel e Ilnete Amaral com a filha Vilma; Valderez, Zulmar, Alayde, Maria Luiza, Maria da Glória e Aladidinha, em Gurupi; Casamento de Maria Stela e Astrolábio Paiva e Silva em Teresina; Salatiel Lopes do Amaral; Elias Amaral com um neto; Astrolábio, Stela e Regina; Alayde, Elias e netos em Goiás; Luiz Antonio Lopes do Amaral; Maria Luiza Margarida do Amaral Avelar; Nilson do Amaral Brito; Waldemar Lopes do Amaral Brito; Paulo de Tarso Lopes do Amaral, em sua formatura em odontologia; Stela e Dacy (minha mãe); Maria Magnólia Lopes do Amaral (Magui); Maria Luiza; Alair Maria do Amaral Lopes, ainda estudante em Goiás. Fotos do arquivo de minha família.


















































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































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