segunda-feira, 23 de julho de 2012

O VALOR CULTURAL DE UMA RODOVIA

O projeto da BR-235 entre Alto Parnaíba e o Estado do Tocantins deixaria a antiga e tradicional rota através da cidade de Lizarda, cortando vasta região e beneficiando centenas de famílias do município sul maranhense, para favorecer grandes produtores de grãos.

Não sou contra que seja feito um ramal para a área produtora da serra do Medonho e gerais do Balsas. Entretanto, seria um descaso retirar uma esperança acalentada há décadas por centenas de famílias de sertanejos alto-parnaibanos para que a velha estrada do sal seja construída e pavimentada ligando a cidade de Alto Parnaiba à Lizarda, cortando e beneficiando regiões e povoados como Morrinhos e Angical, inúmeras fazendas de criação de gado, além de uma das grandes regiões produtoras de soja de nossos cerrados, da serra da Bacaba. 

À primeira vista pode parecer que essa discussão seja precipatada. Não é. Em face da construção do trecho da mesma rodovia federal 235 entre Gilbués e Santa Filomena-Alto Parnaíba, cujas obras estão se desenvolvendo rapadimente, com término previsto para o final de 2013, não seria lógico e apenas um contra senso a não extensão da estrada até o Tocantins, um dos projetos do corredor norte-sul de exportações de grãos. Sem o trecho para o Tocantins e dali ao centro sul do país, a BR-235 perderia parte de seu sentido.

Estou levando à bancada federal do Maranhão no Congresso Nacional a revindicação de que a rodovia seja construída em cima da estrada do sal, o primeiro caminho terrestre aberto no inicio do século XX e que possibilitou o intercâmbio econômico e social entre o extremo sul maranhense e sul do Piauí com o então norte de Goiás, cuja atividade do comércio do gado e do sal, principalmente, foi consideravelmente produtivo.

No mais, seria desumano não conceder aos moradores que às margens da tradicional estrada do sal se sucedem há mais de cem anos,  o direito ao progresso, uma condição inerente ao homem.

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