A grande imprensa brasileira se escandaliza quando um fator inesperado para a maioria da nação ocorre: a suspensão brusca no fornecimento de energia elétrica por algumas horas ou poucos minutos, causando indagnação a quem não conhece de perto a realidade do Brasil interiorano. É o chamado apagão, cujo resultado político mais evidente foi a derrota do então candidato do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso ao Palácio do Planalto em 2002. São acontecimentos esporádicos e de curtíssima duração, mas que causam danos materiais, econômicos e até sociais e morais.
Longe do centro de poder político e econômico do país, o apagão é quase permanente, principalmente no período invernoso. Atualmente, os municípios de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, e Santa Filomena, no sul piauiense, voltaram a conviver com a intensidade da energia elétrica de péssima qualidade, aliada a quedas bruscas e ao apagão constante e diário. Prejuízos de toda ordem, atingindo indistintamente todas as pessoas, todos os lares onde a luz chegou, além de repartições públicas, comércio, escritórios, escolas, hospitais, fóruns de Justiça, etc.
Enquanto isso, as duas empresas que monopolizam o fornecimento e a comercialização da energia elétrica nos dois estados divididos pelas águas do rio Parnaíba se mantêm omissas, irresponsavelmente inertes, sem o mínimo respeito para com o consumidor e a dignidade humana. O descaso é gritante e as contas no final do mês nunca diminuem; apenas aumentam.
A Eletrobrás Piauí, ou Cepisa, e a Cemar - Companhia Enérgica do Maranhão - não se emandam. O escritório na cidade de Alto Parnaíba praticamente não funciona. No interior do município, onde o programa Luz Para Todos beneficiou, como na região do lugar Sítio, à margem do Velho Monge, há mais de dez dias a população é prejudicada pela falta da luz. Entre antes de ontem e ontem o apagão foi de quase 24 horas ininterruptamente. Nenhuma explicação é dada. Nenhuma resposta das empresas a milhares de pessoas prejudicadas nos dois municípios localizados na região do Alto Parnaíba maranhense e piauiense. É quase o caos, sem o mínimo exagero.
Estou remetendo, nesta data, cópia desta matéria ao Promotor de Justiça da comarca de Alto Parnaíba, já que a indignação não me faz mudo e nem omisso, ao contrário, me dá ânimo para protestar e exigir direitos que estão negados, inclusive por que nós, interioranos ribeirinhos do Parnaíba, também somos brasileiros e humanos, vivemos sob a égide da mesma Constituição e das mesmas leis, pagamos os mesmos impostos exorbitantes, integramos a mesma República assim como as grandes metrópoles brasileiras.
Fotos: Arquivo do blog
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