sexta-feira, 20 de novembro de 2009

BATTISTI DEVE FICAR

Fujo do tema sobre a minha região, para ir um louco além de nossas divisas provinciais.

Ao decidir que cabe ao presidente da República, como chefe de Estado, a palavra final ou o veredito derradeiro sobre a extradição ou não de Cesare Battisti para a Itália, a nossa Suprema Corte não determinou o que Lula deva ou não fazer, apenas reconheceu, não sei por qual razão, que a sentença definitiva não seria do colegiado de juízes, mas de natureza monocrática, pelo chefe do executivo.

A velha direita brasileira reapareceu depois de um longo jejum, pois com o fim do comunismo soviético e da guerra-fria, perdera os alvos prediletos, restando apenas Fidel, já moribundo, e Chavez, que não passa de uma figura exótica e sem muita importância. Agora, renasce exigindo que Lula determine o retorno de Battisti para apodrecer nos mesmos porões onde Paulo, o apóstolo, foi encarcerado e de onde tantos corpos torturados padeceram ante o fascismo de Mussolini. A Itália é essencialmente fascista, e a prova maior dessa verdade incômoda é a liderança de Berlusconi, um vencedor de eleições. Cesare Battisti e centenas de sua geração foram obrigados a pegar em armas para combater a máfia infiltrada no estado italiano e até mesmo no sombrio Vaticano; era uma guerra política e graças a Battisti e seus companheiros a democracia pode ser respirada no velho país, cujo povo produziu um legado extraordinário em vários campos do conhecimento para a humanidade, como o direito.

Extraditar Battisti seria um precedente extremamente perigoso para a política internacional do Brasil. Sei que a situação do presidente é difícil, como qualquer decisão solitária o é, mesmo que Lula precisa se aconselhar com pessoas sem a paixão radical dos udenistas de plantão. Battisti não cometeu crime comum, assim como Lula não cometera ao ser enquadrado no governo do general Figueiredo na famigerada Lei de Segurança Nacional.

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