Em uma espécie de desabafo e de protesto aos arrogantes, pedantes, ingratos, orgulhosos, hipócritas, poderosos que se acham eternos e inatingíveis como se o poder lhes fossem eterno, que consideram o momento em que vivem no fausto como glória própria e permanente, o poeta Luiz Amaral, cujo centenário de nascimento se comemora neste ano de 2012, ainda em São Luís, quando estudante e ao mesmo tempo jornalista e poeta já admirado e respeitado nas rodas literárias da então Atenas Brasileira, escreveu mais um belo soneto, que vai fundo na alma e serve de alerta e de lição aos que, em sua ignorância escondida sob a veste frágil da própria mentira e do poder político e econômico efêmero, acham que não morrem, que não vão ao banheiro, que estão acima do bem e do mal, e das leis, do direito, da Justiça, de seus semelhantes e até de Deus.
Alto Parnaíba vive esse momento e a obra do poetinha está cada vez mais atual. Vejamos.
MEMENTO, HOMO!
Homem! - do pó ao pó, eis o destino teu!
E te julgas gigante, quando és pigmeu!
Teu orgulho e poder, tua ambição maldita,
tua sede eternal de glórias, infinita...
Tudo o que a vida enfeita de falaz lirismo,
- a vaidade vermelha, o rubro pedantismo...
Se aparência de eterno o mundo lhe empresta,
É que é hipócrita o mundo! A realidade é esta:
Toda a glória do mundo é efêmera e fugaz.
Homem! - do pós saíste... és pó... e nada mais.
(AMARAL, Luiz. Meu Livro, Marion, Anápolis, 1988, p. 25).
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
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A Soberba é éfemera
ResponderExcluirA Humildade virtude eterna...
"Não Atentando nas coisas que se veêm,
mas nas que se não veêm, porque as que se veêm
são temporarias; e as que não se veêm são Eternas"
Paulo, Apostalo.