
Júnia de Tarso Rocha e Aragão, filha de meus avós, Antonio de Araújo Rocha e

Meu avô paterno era filho de Corrente, descendente das famílias Rocha, Araújo, Lustosa e Cunha, daí a origem evangélica da família, sendo o principal introdutor da religião Batista em Alto Parnaíba. Foram vários filhos, desde Elias de Araújo Rocha, nascido em 1910, até Júnia, em cujo nome acrescentou o Tarso, em homenagem ao apóstolo Paulo, que nasceu na cidade do mesmo nome, então integrante do domínio imperial romano.
Os laços familiares, religiosos e culturais, levaram-no (meu avô) a mandar a filha caçula estudar em Corrente, onde se destacou pela aplicação nos estudos rígidos do tradicional colégio fundado pelos americanos, aliada à uma inteligência privilegiada e uma simpatia cativante que a tornava encantadora ainda na adolescência.
Mesmo situadas praticamente em uma mesma região, cuja distância maior é a falta de estradas - especialmente o trecho da BR-235 entre Santa Filomena e Gilbués/PI -, Alto Parnaíba e Santa Rita de Cássia possuem diferenças de costumes, tradições, culturas, o que não foi obstáculo para que minha tia Júnia, a partir dos idos de 1950, se adaptasse e se fizesse respeitar, por méritos pessoais, na antiga cidade baiana, tornando-se, no decorrer dos tempos, a sua principal liderança política, mesmo sem disputar uma única eleição, mas coordenando nos bastidores a vitória de dois filhos para a prefeitura, um para a Assembleia Legislativa da Bahia e aliados para outros cargos. Foi professora e escrivã judicial do crime por décadas.
Toinho Aragão (foto ao lado), esposo de Júnia, hoje com 87 anos de vi
Entretanto, o espírito inovador, a vontade de vencer, a fé permanente, a altivez e a força extraordinária que não esmorece os eleitos de Deus, fizeram com que minha tia Júnia colocasse os filhos para estudar fora da pequena cidade, enfrentando todas as dificuldades da época, principalmente a financeira. Todos os seus filhos se formaram em cursos superiores. Todos são independentes na profissão, na vida pessoal e financeira. Todos mantêm o respeito e à obediência à mãe-líder e à líder política.
O filho mais velho, Paulo de Tarso, é médico conceituado na região de Barreiras. Antonio Augusto Aragão Júnior, o Gugu, médico-veterinário, foi prefeito por duas vezes de Santa Rita e deputado estadual pela Bahia. O terceiro, José Benedito, o Zezo, é dentista e foi prefeito de sua cidade. A única filha, Zênia Lúcia, é professora, foi presidente da Câmara Municipal, secretária de Educação e pela segunda vez é vice-prefeita de Barra, tradicional cidade à margem do São Franciso. O caçula, Roberto Deivisson, da minha geração, é um dedicado farmacêutico e bioquímico. É a prova de que o aprendizado recompensa. É a constatação, sem afetação, de que todas as famílias necessitam de uma liderança forte, corajosa, inteligente, carismática.
Em meados de 2001 visitei Santa Rita de Cássia, importante entreposto comercial do passado, localizada à margem do rio Preto, que nasce próximo ao Parnaíba. Pude constatar o excelente trabalho realizado por meus primos Gugu e Zezo à frente da Prefeitura Municipal. Obras importantes, como saneamento, urbanismo, hospital, estádio de futebol, escolas, estradas no interior, além de um pioneiro sistema de esgoto sanitário, me deixaram encantado. Até a oposição admitia terem sido os irmãos os melhores prefeitos do lugar. É muito gratificante.
Júnia de Tarso mantém viva a leitura da Bíblia, tirando dos ensinam


É um constante aprendizado conviver com Júnia de Tarso. É uma dádiva tê-la como tia. A sua curta oração em um almoço na minha nova morada, a chácara Ifigênia Rocha, da barra do São José, no dia da Independência do Brasil, abençoou a mim, minha esposa, Vera e nossa filhinha, Ana Dacy, a todos os presentes, a nossa casa e à própria natureza, que ali já reina.
Por sinal, hoje, 10 de setembro, é o aniversário de meu casamento e de nascimento do pai de Júnia de Tarso, meu avô Antunim Rocha, cujo carisma, rara inteligência e liderança natural, minha tia herdou. 124 anos de um dos construtores mais brilhantes de Alto Parnaíba. Que os exemplos de pai e filha se perpetuem, pois em nome deles os sinos dobram. Amém!
Brilhante e verdadeiro o artigo sobre essa tia maravilhosa: inteligente, pespicás, carismática, simpática e mais um adjetivo que o Dr. Décio esqueceu: bonita.Uma beleza que une alma e corpo e a torna uma mulher singular.
ResponderExcluirTia Júnia tem um coração que pulsa de alegria e tristeza. Alegre com os felizes, tristes com os choram ( pende por esses).
Tia Júnia é uma mulher segundo o coração de Deus. É um porto seguro para todos nós(principalmente eu).
Obrigado tia Júnia por tanto amor....
TRI
Apesar de ter pouco convívio com essa pessoa maravilhosa....que mostra a realidade por mais que venha doer...sincera,educada ,amiga e fiel...Tia de todas horas!!!
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