Há vários dias a cidade de Alto Parnaíba, no extremo sul maranhense, é sacudida por uma propaganda divulgada em carros de som anunciando a realização, neste final de semana, de uma grandiosa festa no clube Acreap, sede da extinta AABB local, com o tema "Amigos de Alto Parnaíba".
Até aí tudo bem. Se a festa obedece a legislação específica e ramos essenciais do direito, como os costumes da comunidade onde é realizada, não existe nada que possa impedi-la. Se a festa é patrocinada por empresas ou pessoas particulares, com a devida informação ao Fisco, que seja realizada. Agora, o anúncio dessa festa diz fartamente que a mesma tem o patrocínio da Prefeitura de Alto Parnaíba e das pessoas físicas de secretários do governo municipal, n'uma verdadeira confusão entre o público e o privado, presumindo-se, em absoluto, que o dinheiro público está sendo desperdiçado, ou seja, utilizado para financiar uma festa particular, organizada por uma empresa particular com o nome de um primo do tatú (aquele que gosta de comer defunto), sem nenhum aspecto social, filantrópico ou cultural, ao contrário, é um dinheiro que deixa de ser investido em setores prioritários da vida da comunidade de nosso município, como na saúde e estradas, vitimadas pela ineficiência administrativa e pelo mal uso ou má aplicação do dinheiro do povo.
Para exemplificar a gravidade, o desperdício e a afronta à dignidade das pessoas de Alto Parnaíba. Eu me encontrava em um determinado local, ouvindo forçosamente pela milésima vez o anúncio da malfadada festa, quando um cidadão assalariado adentra e chorando compulsivamente diz que sua filha, uma adolescente, está no hospital conveniado ao SUS no terceiro dia, com dores do parto, e este somente seria realizado pelos médicos se a familia depositasse, como entrada, R$ 800 (oitocentos reais). Enquanto o pobre pai de família vivia aquele pesadelo com a filha ameaçada de morrer se não conseguisse o dinheiro para a realização da cesariana, os detentores do Poder, que é passageiro, anunciavam uma grande farra com o dinheiro exatamente daquela adolescente em sofrimento e daquela família desprovida de bens materiais.
Tudo tem limite. Cabe a quem de direito e por dever institucional e legal, investigar e aos patrocinadores que estejam vinculados ao governo municipal e ao próprio chefe da municipalidade, que declarem seus gastos à Receita Federal, informando-os a origem e repassando-os à Câmara Municipal e à Promotoria de Justiça, bem como a razão do patrocínio público oficial que possa justificar tal investimento com o dinheiro público em bandas, bebidas alcóolicas, aluguel de clube, empresa particular sem prévio processo licitatório, etc, em um município onde existem famílias passando fome. É o minimo. Ao povo, que possa ter mais cuidado com o voto, pois de amigos assim ....
domingo, 17 de julho de 2011
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