Confesso que ainda não fui aos festejos de Nossa Senhora das Vitórias, na cidade sul maranhense de Alto Parnaíba, um dos mais animados e visitados da região. No entanto, há dois dias venho ouvindo reclamos de católicos e não católicos sobre a eventual ingerência ou propaganda político-eleitoral irregular do mais rico dentre os quatro candidatos a prefeito e seus aliados durante os leilões de "jóas" que a comunidade católica oferece à paróquia para serem revertidos em dinheiro para cobrir as depesas naturais paroquianas. Oferendas humildes que devem ser recepcionadas e vendidas também humildemente, como ensinou o Cristo.
Falo no candidato a prefeito mais rico com base em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, em cifra de milhõs de reais.
O dito candidato, insistentemente exaltado e mencionado pelo locutor e animador do leilão, e seus companheiros estão adquirindo até por preços nunca vistos "jóias" de pouco valor econômico. Também é estranha a presença do candidato milionário já que é a primeira vez que ele se tornou tão católico, tão benemério e tão despreendido com dinheiro.
O Brasil é um Estado laico. Não se pode nem se deve confudir religião com política partidária. Isso já demonstrou que não deu certo no passado não tão distante, inclusive levando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB a adotar a cautela. Pelas informações que tenho é possível que crimes eleitorais estejam sendo praticados, além do pátio de nossa Igreja, construída por alto-parnaibanos do passado e mantida até hoje por nossa comunidade possa estar se transformando em um palanque eleitoral. Tomara a Deus que a ganância não dê lugar à fé; que os hipócritas e vendilhões do templo e do voto não tripudiem sobre um templo de Cristo e sobre o templo da democracia.
O nosso povo, mesmo humilde e interiorano, não se impressiona com o esbanjamento e nem mais acredita em quem usa o dinheiro em eleições para uma cobrança exorbitante do dinheiro do mesmo povo caso alcance a chefia da Prefeitura.
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