Não é novidade o título dessa matéria. É o cotidiano. É o comum, infelizmente.
Para variar, desde o início da tarde de ontem a energia elétrica que abastece Alto Parnaíba e Santa Filomena, dois municípios separados (ou unidos) pelas águas do rio Parnaíba, entrou mais uma vez em pane, o que ocorre desde a instalação da rede de transmissão no final da década de 1980. Neste ano, com o inverno mais cedo, o problema se agravou. Horas e dias sem que a essencial energia chegue aos lares, ao comércio, às empresas, às propriedades rurais, ao serviço público. Para quem vive essa situação, é uma tragédia, e o pior: a CEMAR e a CEPISA, as duas empresas prestadoras desse serviço público no Maranhão e Piauí, nada dizem, se utilizando do silêncio debochado como resposta a milhares de pessoas nas duas localidades.
Não gosto de ter o sentimento da impotência: mas confesso que esse estado lastimável que entrava o desenvolvimento, propicia o mau humor, amplia o calor, atinge impiedosamente até os hospitais, cala as comunicações (o telefone logo é atingido), me deixa sem saber ao certo o que fazer, pois, pelo menos em Alto Parnaíba, o escritório da companhia de enegia não funciona ou não existe; não temos delegado de polícia, promotor de Justiça e juiz de Direito; não existe delegacia do procon, enfim, o Estado aqui é totalmente inexistente, a não ser para receber impostos.
O posto de saúde municipal e o hospital conveniado pelo SUS, que é particular, não possuem gerador próprio; faltando luz, como ontem e hoje, é apenas rezar e acreditar em milagres, se o doente precisar de uma pequena cirurgia ou mesmo se tiver que ser internado, pois o calor é insuportável. As autoridades se calam, simplesmente. Nada fazem.
Uma boa notícia será a realização de uma audiência pública no final do mês para debater a questão do fornecimento da energia elétrica em Alto Parnaíba, por iniciativa do meu irmão, o vereador Elias Elton (PDT), com o apoio dos demais vereadores. É a primeira promoção, do gênero, por parte de um dos poderes do município, pois é interesse exclusivamente do mesmo município, que sofre a falta constante do produto. Serão convidados representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL; da CEMAR - Companhia Energética do Maranhão; o prefeito do município; o promotor de Justiça que responde pela comarca e a advogada do cidadão (defensora pública municipal), e segundo Elias, a Câmara utilizará de todos os meios de comunicações disponíveis na cidade e no interior para conclamar a presença do povo na dita audiência. Resta apenas esperar.
sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
ALTO PARNAÍBA E A FUTURA SAFRA
Nos últimos vinte anos, o município de Alto Parnaíba não tem sido sorte, com poucas exceções, na aquisição de bons administradores públicos para conduzi-lo, entretanto, a presença ousada e insistente de migrantes, aliados aos filhos da terra, faz com que a nossa agricultura, ao lado da pecuária e do comércio e, em consequência, do agronegócio que se inicia, tenha uma expansão e um crescimento de produção de grãos em excelentes safras a cada ano.
O fechamento da agência do Banco do Brasil em nossa cidade foi uma perda até hoje irrecuperável e o seu retorno, a partir de um novo movimento encabeçado pelo vereador Elias Elton do Amaral Rocha (PDT), com o apoio dos demais integrantes da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, tornou-se inadiável, pela própria capacidade da classe agricultora em preservar e expadir os negócios, gerando empregos e divisas, novos investimentos em terras, em máquinas e em tecnologia, novos campos agrícolas abertos, um crescimento considerável das transações imobiliárias e a conscientização acentuada com o meio ambiente.
Nunca presenciei tanta chuva como no mês de outubro em curso, não apenas chuvas de cajú e de manga. Ouvia de um agricultor no início da semana que se o inverno terminar como está se iniciando, teríamos condições de duas safras anuais, sem a necessidade de irrigação. Não é bairrismo, mesmo que eu seja um apaixonado por minha terra, mas é a constatação concreta de que as terras que formam os municípios de Alto Parnaíba, Santa Filomena e Tasso Fragoso são superiores em fertilidade, em número de hectares disponíveis, em chuvas regulares e em água abundante e perene, às terras de outros municípios da própria região, e de que o momento de investir e de produzir a custo barato e com segurança dada até pela natureza, é agora.
A safra futura baterá recordes, é inegável e as previsões de especialistas e da natureza dizem isso. Também conversei no final de semana com o agrônomo José Carlos Polesso, um dos melhores e mais experientes profissionais da área agrícola da região do Alto Parnaíba, extremamente cauteloso e técnico, e discorríamos sobre o entusiasmo das empresas que estão se instalando nos arredores da cidade, especialmente as que trabalham com a agricultura em média e grande escala, e sobre a possibibilidade da criação do distrito industrial de Alto Parnaíba, a partir do agronegócio em franco crescimento.
A falta de informatização do Cartório do Registro de Imóveis da comarca de Alto Parnaíba e a demora exagerada para o atendimento de certidões, registros de cédulas e outros serviços inerentes a essa concessão pública, afuguentam novos investidores e atrasam burocraticamente a dinâmica do agronegócio, da vida empresarial e dos agricultores, na opinião do agrônomo Polesso e da comunidade como um todo.
Entretanto, essa situação não é razão para o não investimento, ao contrário, é passageira e o que interessa, verdadeiramente, é a capacidade de oferecer condições concretas de produção agrícola e pecuária, ao lado do comércio, serviços, agronegócios e indústrias, que possui o município de Alto Parnaíba. O momento é esse.
O fechamento da agência do Banco do Brasil em nossa cidade foi uma perda até hoje irrecuperável e o seu retorno, a partir de um novo movimento encabeçado pelo vereador Elias Elton do Amaral Rocha (PDT), com o apoio dos demais integrantes da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, tornou-se inadiável, pela própria capacidade da classe agricultora em preservar e expadir os negócios, gerando empregos e divisas, novos investimentos em terras, em máquinas e em tecnologia, novos campos agrícolas abertos, um crescimento considerável das transações imobiliárias e a conscientização acentuada com o meio ambiente.
Nunca presenciei tanta chuva como no mês de outubro em curso, não apenas chuvas de cajú e de manga. Ouvia de um agricultor no início da semana que se o inverno terminar como está se iniciando, teríamos condições de duas safras anuais, sem a necessidade de irrigação. Não é bairrismo, mesmo que eu seja um apaixonado por minha terra, mas é a constatação concreta de que as terras que formam os municípios de Alto Parnaíba, Santa Filomena e Tasso Fragoso são superiores em fertilidade, em número de hectares disponíveis, em chuvas regulares e em água abundante e perene, às terras de outros municípios da própria região, e de que o momento de investir e de produzir a custo barato e com segurança dada até pela natureza, é agora.
A safra futura baterá recordes, é inegável e as previsões de especialistas e da natureza dizem isso. Também conversei no final de semana com o agrônomo José Carlos Polesso, um dos melhores e mais experientes profissionais da área agrícola da região do Alto Parnaíba, extremamente cauteloso e técnico, e discorríamos sobre o entusiasmo das empresas que estão se instalando nos arredores da cidade, especialmente as que trabalham com a agricultura em média e grande escala, e sobre a possibibilidade da criação do distrito industrial de Alto Parnaíba, a partir do agronegócio em franco crescimento.
A falta de informatização do Cartório do Registro de Imóveis da comarca de Alto Parnaíba e a demora exagerada para o atendimento de certidões, registros de cédulas e outros serviços inerentes a essa concessão pública, afuguentam novos investidores e atrasam burocraticamente a dinâmica do agronegócio, da vida empresarial e dos agricultores, na opinião do agrônomo Polesso e da comunidade como um todo.
Entretanto, essa situação não é razão para o não investimento, ao contrário, é passageira e o que interessa, verdadeiramente, é a capacidade de oferecer condições concretas de produção agrícola e pecuária, ao lado do comércio, serviços, agronegócios e indústrias, que possui o município de Alto Parnaíba. O momento é esse.
domingo, 25 de outubro de 2009
CIDADES NO ESCURO
Na sexta-feira, as audiências que seriam realizadas no fórum da cidade de Santa Filomena, do lado piauiense do Parnaíba, foram canceladas por uma única razão: desde a noite anterior, como é costume há trinta anos, a energia elétrica fornecida pela CEPISA, tinha ido embora para um lugar que a minha formação pessoal e profissional não permite dizer, mas o imaginário de qualquer um deve induzir qual seria esse lugar no pensamento de centenas de consumidores e usuários em Santa Filomena e Alto Parnaíba, da banda de cá do Velho Monge, cujas águas produzem a energia que a irresponsável companhia energética do Piauí, alinhada e cúmplice da similiar maranhense (iguais em tudo que não presta, especialmente quando a CEMAR era pública), nos fornece de forma desrespeitosa, indigna, imoral, perpetuando um mal serviço desde a instalação da linha de transmissão, sequer acatando as decisões da Justiça.
Essas companhias de energia de estados pobres e extremamente vitimados pela corrupção desenfreada, impune e vitalícia, como o Maranhão e o Piauí, foram criadas como fonte de enriquecimento ilícito dos poderosos e do empreguismo desregrado, daí as dificuldades de gestão e de equilíbrio de suas contas. Para os moradores de Alto Parnaíba pouco importou a privatização da CEMAR, cuja rede de transmissão empacou na vizinha cidade de Tasso Fragoso, a 96 km. No Piauí, a CEPISA, pelo que consta, continua como cabide de emprego e promovendo a política pouco saudável do governador de plantão, enquanto a linha transmissora entre Gilbués e Santa Filomena, erguida no final dos anos 1980, continua a mesma: a luz falta se trovejar; a luz corre para o infinitivo se cair um chuvisco. É uma afronta à cidadania e à dignidade humana.
No início do ano, o correto magistrado Aderson Antônio Brito Nogueira, titular da 2ª vara de Floriano, que respondia pela comarca de Santa Filomena, acolheu um pedido liminar de 53 cidadãos e cidadãs consumidores da pouca energia fornecida pela CEPISA, e determinou algumas medidas a serem cumpridas pela dita companhia de energia do Piauí, a começar por uma multa de 10 mil reais por cada minuto sem luz, a partir de duas horas permitidas em um dia sem uma explicação no mínimo coerente e plausível. Um ilustre desembargador do Tribunal de Justiça daquele estado, que não deve ter enfrentado uma noite de calor e mouriçoca em Santa Filomena, em uma única canetada suspendeu, em parte, a justa decisão de um juiz que convive diretamente com seus comarcandos e enfrenta os mesmos problemas de qualquer pessoa simples do povo. A cínica CEPISA ficou mais uma vez na impunidade, pois a única forma de fazer com que ela entenda o que seja responsabilidade e respeito, é pelo bolso. As outras metas constantes da decisão judicial, a empresa concessionária de um essencial serviço ao público, sequer conheceu.
Apenas isso. Mais uma vez, desde sexta-feira, com pequenos intervalos, estamos sem a luz da CEPISA e da CEMAR, essa dupla que tantos males causaram e continuam impunemente a causar a esses dois municípios que parecem relegados ao esquecimento. Agora mesmo, O8:25 horas, e desde o início da manhã, após voltar rapidamente às 22:00 horas de ontem, a dita cuja tomou rumo ignorado. Os açougueiros com seus freezeres abarrotados de carne estragando, assim como os comerciantes que vendem frango e peixe. Os donos de bares, sorveterias, restaurantes e lanchonetes, com a mão na cabeça sem saber como pagar o prejuízo. Como eu disse no início, a CEPISA conseguiu retardar até o cumprimento de metas do Conselho Nacional de Justiça. Não sei mais a quem apelar. Confesso que estou esgotado... mas vou reagir, pois é preciso continuar acreditando que autoridades, como o juiz Aderson, tomem atitudes idênticas e façam com que a nossa gente seja respeitada.
Essas companhias de energia de estados pobres e extremamente vitimados pela corrupção desenfreada, impune e vitalícia, como o Maranhão e o Piauí, foram criadas como fonte de enriquecimento ilícito dos poderosos e do empreguismo desregrado, daí as dificuldades de gestão e de equilíbrio de suas contas. Para os moradores de Alto Parnaíba pouco importou a privatização da CEMAR, cuja rede de transmissão empacou na vizinha cidade de Tasso Fragoso, a 96 km. No Piauí, a CEPISA, pelo que consta, continua como cabide de emprego e promovendo a política pouco saudável do governador de plantão, enquanto a linha transmissora entre Gilbués e Santa Filomena, erguida no final dos anos 1980, continua a mesma: a luz falta se trovejar; a luz corre para o infinitivo se cair um chuvisco. É uma afronta à cidadania e à dignidade humana.
No início do ano, o correto magistrado Aderson Antônio Brito Nogueira, titular da 2ª vara de Floriano, que respondia pela comarca de Santa Filomena, acolheu um pedido liminar de 53 cidadãos e cidadãs consumidores da pouca energia fornecida pela CEPISA, e determinou algumas medidas a serem cumpridas pela dita companhia de energia do Piauí, a começar por uma multa de 10 mil reais por cada minuto sem luz, a partir de duas horas permitidas em um dia sem uma explicação no mínimo coerente e plausível. Um ilustre desembargador do Tribunal de Justiça daquele estado, que não deve ter enfrentado uma noite de calor e mouriçoca em Santa Filomena, em uma única canetada suspendeu, em parte, a justa decisão de um juiz que convive diretamente com seus comarcandos e enfrenta os mesmos problemas de qualquer pessoa simples do povo. A cínica CEPISA ficou mais uma vez na impunidade, pois a única forma de fazer com que ela entenda o que seja responsabilidade e respeito, é pelo bolso. As outras metas constantes da decisão judicial, a empresa concessionária de um essencial serviço ao público, sequer conheceu.
Apenas isso. Mais uma vez, desde sexta-feira, com pequenos intervalos, estamos sem a luz da CEPISA e da CEMAR, essa dupla que tantos males causaram e continuam impunemente a causar a esses dois municípios que parecem relegados ao esquecimento. Agora mesmo, O8:25 horas, e desde o início da manhã, após voltar rapidamente às 22:00 horas de ontem, a dita cuja tomou rumo ignorado. Os açougueiros com seus freezeres abarrotados de carne estragando, assim como os comerciantes que vendem frango e peixe. Os donos de bares, sorveterias, restaurantes e lanchonetes, com a mão na cabeça sem saber como pagar o prejuízo. Como eu disse no início, a CEPISA conseguiu retardar até o cumprimento de metas do Conselho Nacional de Justiça. Não sei mais a quem apelar. Confesso que estou esgotado... mas vou reagir, pois é preciso continuar acreditando que autoridades, como o juiz Aderson, tomem atitudes idênticas e façam com que a nossa gente seja respeitada.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
UM ANO DA MORTE DE UMA GRANDE SENHORA
Mulher do interior, simples, humilde, porém detentora de uma inteligência natural alinhada a uma vontade de ver a família crescer e se desenvolver, sem, entretanto, ficar apenas na esperança e na expectativa, atuando na condução concreta dessa esperança até a morte inesperada, em 22 de outubro de 2008, subitamente levada pela senhora dos mistérios em uma manhã na cidade de Teresina, onde se encontrava visitando uma filha e em tratamento rotineiro de saúde.
Foi assim que convivi e aprendi a respeitar e admirar dona Valniza Lustosa de Alencar Nogueira (foto ao lado com o neto Daniel), com traços de senhora retratada nos romances regionais que li na adolescência e que ainda me fascinam, com aquela mistura de liderança nata com o dom sensitivo de parecer advinhar ou pressentir os acontecimentos ao seu redor, mantendo filhos e netos ao seu lado, ensinando-lhes, sem formalismo, conceitos de moralidade, de ética, de religiosidade, de honestidade, de trabalho.
Era uma das poucas casas que eu visitava, praticamente todas as vezes que atravessava o Parnaíba para ir a Santa Filomena, a velha cidade onde nasceu e foi sepultada. A nossa amizade se consolidou através de seu filho José Damasceno Nogueira Filho, casado com minha única irmã, Clóris Alaíde, pais de Ana Carolina, uma dádiva a provar o amor incondicional e a resistência do casal. Dona Valniza era cativante, com voz meiga e fibra de mulher sertaneja, que verdadeiramente morou no mais puro sertão, o povoado Zelândia, zona rural de Santa Filomena, onde foi professora primária e onde, a pedido do pai, em pouco tempo superou os políticos tradicionais e alcançou as primeiras vitórias eleitorais do genitor, Caio Lustosa de Alencar, duas vezes prefeito do município, o seu último coronel ao lado de Antonio Luiz Avelino, seu tradicional adversário, e uma das mais completas lideranças políticas do sudoeste piauiense, quando os políticos eram mais honestos e éticos e cuja palavra era lei.
Dona Valniza foi casada com José Damasceno Nogueira, o popular Zé Biga, falecido em 1990, com quem deixou os filhos Filomena Maria de Fátima, Pedro Damasceno, José Damasceno, Excelsa, Valniza e Sônia. Além de rurícola e professora primária, foi diretora da unidade mista de saúde e secretária municipal de saúde de sua cidade natal, quando, com eficiência e equilíbrio, realizou uma excelente gestão, pois, assim como as personagens dos livros que não me deixam esquecer, era uma senhora que também sabia governar, dirimir o certo do errado, conduzir com maestria a economia do próprio lar, transmitir ensinamentos sem ar professoral ou imposição moralista.
Não tenho dúvidas de que ao lado dos pais e do esposo que a antecederam na passagem para o andar de cima, dona Valniza, merecedora do nosso respeito e da nossa mais profunda admiração, está em paz e ali, na casa do criador e conversando com a santa padroeira de sua devoção e de seus conterrâneos, continua orientando, induzindo e protegendo a sua prole, os seus amigos e a sua Santa Filomena.
Foi assim que convivi e aprendi a respeitar e admirar dona Valniza Lustosa de Alencar Nogueira (foto ao lado com o neto Daniel), com traços de senhora retratada nos romances regionais que li na adolescência e que ainda me fascinam, com aquela mistura de liderança nata com o dom sensitivo de parecer advinhar ou pressentir os acontecimentos ao seu redor, mantendo filhos e netos ao seu lado, ensinando-lhes, sem formalismo, conceitos de moralidade, de ética, de religiosidade, de honestidade, de trabalho.
Era uma das poucas casas que eu visitava, praticamente todas as vezes que atravessava o Parnaíba para ir a Santa Filomena, a velha cidade onde nasceu e foi sepultada. A nossa amizade se consolidou através de seu filho José Damasceno Nogueira Filho, casado com minha única irmã, Clóris Alaíde, pais de Ana Carolina, uma dádiva a provar o amor incondicional e a resistência do casal. Dona Valniza era cativante, com voz meiga e fibra de mulher sertaneja, que verdadeiramente morou no mais puro sertão, o povoado Zelândia, zona rural de Santa Filomena, onde foi professora primária e onde, a pedido do pai, em pouco tempo superou os políticos tradicionais e alcançou as primeiras vitórias eleitorais do genitor, Caio Lustosa de Alencar, duas vezes prefeito do município, o seu último coronel ao lado de Antonio Luiz Avelino, seu tradicional adversário, e uma das mais completas lideranças políticas do sudoeste piauiense, quando os políticos eram mais honestos e éticos e cuja palavra era lei.
Dona Valniza foi casada com José Damasceno Nogueira, o popular Zé Biga, falecido em 1990, com quem deixou os filhos Filomena Maria de Fátima, Pedro Damasceno, José Damasceno, Excelsa, Valniza e Sônia. Além de rurícola e professora primária, foi diretora da unidade mista de saúde e secretária municipal de saúde de sua cidade natal, quando, com eficiência e equilíbrio, realizou uma excelente gestão, pois, assim como as personagens dos livros que não me deixam esquecer, era uma senhora que também sabia governar, dirimir o certo do errado, conduzir com maestria a economia do próprio lar, transmitir ensinamentos sem ar professoral ou imposição moralista.
Não tenho dúvidas de que ao lado dos pais e do esposo que a antecederam na passagem para o andar de cima, dona Valniza, merecedora do nosso respeito e da nossa mais profunda admiração, está em paz e ali, na casa do criador e conversando com a santa padroeira de sua devoção e de seus conterrâneos, continua orientando, induzindo e protegendo a sua prole, os seus amigos e a sua Santa Filomena.
Fotos: Sônia Alencar
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
A SERRA BRANCA QUER SER ILUMINADA
A inclusão da energia elétrica em todos os lares dos brasileiros, nas cidades e no campo, é mais uma das inclusões constantes dos discursos do Presidente Lula, que, infelizmente, o programa luz para todos ainda não cumpriu essa ousada meta de levar a luz a todos os recantos de um país imenso como o nosso.
No município de Alto Parnaíba, extremo sul maranhense, por exemplo, o programa chegou apenas à região do distrito de Curupá, a 120 km da cidade, o que já representa um avanço imenso, tendo em vista que até então não tínhamos energia elétrica em um único metro da zona rural.
Aliás, a nossa energia, fornecida pela Companhia Energética do Maranhão - CEMAR -, que adquire o produto à Companhia Enérgica do Piauí - CEPISA -, é uma das piores do Brasil (se não a pior), mas, como inexiste outra opção, o consumidor é obrigado a tolerar o abuso da falta constante de luz e de suas quedas bruscas, que tantos prejuízos materiais causaram em trinta anos.
As outras regiões do município clamam pela continuidade do programa luz para todos, que está parado, faltando ainda concluir a transmissão para as casas próximas à região do Curupá e iniciar as obras no restante do nosso território, ou então o objetivo do presidente da República não será cumprido, a exemplo da comunidade do povoado Serra Branca, localizado próximo aos gerais do Balsas, uma das mais antigas fazendas de Alto Parnaíba, conforme manifesto assinado por dezenas de pessoas, liderados pelo aposentado rural Arlindo Barroso, endereçado ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também filho do sertão maranhense, da cidade de Mirador, que já governou o Maranhão e sempre votado em nossa terra.
"Alto Parnaíba/MA, 20 de agosto de 2009.
Sua Excelência o Senhor
EDISON LOBÃO
Digníssimo Ministro de Estado de Minas e Energia
Esplanada dos Ministérios – Praça dos Três Poderes
Brasília/DF
Senhor Ministro,
Assim como nós, Vossa Excelência é filho do sertão do Maranhão, na mesma região sul do estado.
Somos lavradoras e lavradores, pequenos criadores, alguns aposentados rurais, gente humilde e verdadeiramente sertaneja, que habitam a região do Povoado Serra Branca, no município de Alto Parnaíba, extremo sul do Maranhão, ao lado de grandes propriedades produtoras de grãos, de criações de bovinos e até de indústria de calcário.
Mas não temos luz elétrica. O programa LUZ PARA TODOS NÓS, projeto importante de integração do Presidente Lula e conduzido por Vossa Excelência, ainda não chegou aos nossos humildes lares. Ainda utilizamos a lamparina para iluminar o mínimo possível. Sem luz, não temos água potável e nem podemos desenvolver uma pequena irrigação ou melhorar o pouco rebanho. Televisão, só na cidade. Telefone, apenas um orelhão sempre com defeito. Transportes, em lombo de burro ou em carroceria de caminhões. Não temos luz. Precisamos de sua compreensão e da sua dedicação ao Maranhão, a quem também representa no Senado da República. Alto Parnaíba sabe de seu valor e de sua dedicação ao nosso estado.
São dezenas de famílias sem luz. Ainda fabricamos a farinha, a tapioca e moemos a cana de forma ultrapassada e sofrida. Ajude-nos e traga a LUZ PARA TODOS À REGIÃO DA SERRA BRANCA, EM ALTO PARNAÍBA/MA".
No município de Alto Parnaíba, extremo sul maranhense, por exemplo, o programa chegou apenas à região do distrito de Curupá, a 120 km da cidade, o que já representa um avanço imenso, tendo em vista que até então não tínhamos energia elétrica em um único metro da zona rural.
Aliás, a nossa energia, fornecida pela Companhia Energética do Maranhão - CEMAR -, que adquire o produto à Companhia Enérgica do Piauí - CEPISA -, é uma das piores do Brasil (se não a pior), mas, como inexiste outra opção, o consumidor é obrigado a tolerar o abuso da falta constante de luz e de suas quedas bruscas, que tantos prejuízos materiais causaram em trinta anos.
As outras regiões do município clamam pela continuidade do programa luz para todos, que está parado, faltando ainda concluir a transmissão para as casas próximas à região do Curupá e iniciar as obras no restante do nosso território, ou então o objetivo do presidente da República não será cumprido, a exemplo da comunidade do povoado Serra Branca, localizado próximo aos gerais do Balsas, uma das mais antigas fazendas de Alto Parnaíba, conforme manifesto assinado por dezenas de pessoas, liderados pelo aposentado rural Arlindo Barroso, endereçado ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também filho do sertão maranhense, da cidade de Mirador, que já governou o Maranhão e sempre votado em nossa terra.
"Alto Parnaíba/MA, 20 de agosto de 2009.
Sua Excelência o Senhor
EDISON LOBÃO
Digníssimo Ministro de Estado de Minas e Energia
Esplanada dos Ministérios – Praça dos Três Poderes
Brasília/DF
Senhor Ministro,
Assim como nós, Vossa Excelência é filho do sertão do Maranhão, na mesma região sul do estado.
Somos lavradoras e lavradores, pequenos criadores, alguns aposentados rurais, gente humilde e verdadeiramente sertaneja, que habitam a região do Povoado Serra Branca, no município de Alto Parnaíba, extremo sul do Maranhão, ao lado de grandes propriedades produtoras de grãos, de criações de bovinos e até de indústria de calcário.
Mas não temos luz elétrica. O programa LUZ PARA TODOS NÓS, projeto importante de integração do Presidente Lula e conduzido por Vossa Excelência, ainda não chegou aos nossos humildes lares. Ainda utilizamos a lamparina para iluminar o mínimo possível. Sem luz, não temos água potável e nem podemos desenvolver uma pequena irrigação ou melhorar o pouco rebanho. Televisão, só na cidade. Telefone, apenas um orelhão sempre com defeito. Transportes, em lombo de burro ou em carroceria de caminhões. Não temos luz. Precisamos de sua compreensão e da sua dedicação ao Maranhão, a quem também representa no Senado da República. Alto Parnaíba sabe de seu valor e de sua dedicação ao nosso estado.
São dezenas de famílias sem luz. Ainda fabricamos a farinha, a tapioca e moemos a cana de forma ultrapassada e sofrida. Ajude-nos e traga a LUZ PARA TODOS À REGIÃO DA SERRA BRANCA, EM ALTO PARNAÍBA/MA".
terça-feira, 20 de outubro de 2009
UM DOS NÓS QUE AMARRAM A JUSTIÇA
O Conselho Nacional da Justiça surge como uma das melhores invenções institucionais do Brasil nos últimos tempos. A sensação de impunidade que rondava a maioria dos juízes brasileiros, deu lugar à racionalidade; o emperramento do Judiciário passou a ser enfrentado com franqueza, coragem e desafios.
É preciso, entretanto, que o CNJ, os tribunais e os juízes passem a exigir maior eficiência e organização dos serventuários, a sua melhor qualificação e o suprimento da demanda, principalmente nas comarcas do interior do país. Estatísticas do próprio CNJ, na execução da chamada meta 2, noticiam que a metade dos processos que se encontravam ou ainda se encontram no limbo, não tinham sido dado baixa, ou seja, arquivados, pois já sentenciados em definitivo. Talvez seja a falta do carimbo e da velha máquina de escrever, que não permitiam aos escrivães de um passado não tão distante, encerrar o expediente forense ou cartorário sem cumprir o último despacho emanado do juiz.
Outra metade dos feitos, está parada pela falta de cumprimento de despachos simples e rotineiros, como os de mandar citar ou intimar, juntar petições, fazer vistas e conclusões, ou mesmo destacar prioridades nas capas dos processos.
Essa prática cartorária, ou das secretarias judiciais, causam todo tipo de prejuízo e dissabor, não apenas para quem busca direitos na Justiça, mas para os advogados, que intermediam a relação cidadão-juiz, e são cobrados impiedosamente, e com certa razão, por seus constituintes, sobre a demora, a falta de atenção de quem labora com processos.
Tudo que a gente faz tem que ser por gostar, inclusive o exercício da profissão escolhida; do contrário, os outros é quem sofrem, principalmente no serviço público. Para trabalhar com processo, que não é fácil, também é essencial gostar do que faz; gostar de folhear, de conferir, de ler processo, pois, sem aptidão, não tem CNJ que dê jeito no Judiciário do Brasil, a não ser que determine a realização de correições mensais, sem aquele formalismo exagerado infelizmente herdado dos portugueses, mas como de rotina, com a presença do juiz nos cartorários ou secretarias judiciais, conferindo se o esccrivão ou secretário cumpriu todos os despachos e sentenças proferidos naquele período, até mesmo para poder cobrar responsabilidasdes futuras.
É preciso, entretanto, que o CNJ, os tribunais e os juízes passem a exigir maior eficiência e organização dos serventuários, a sua melhor qualificação e o suprimento da demanda, principalmente nas comarcas do interior do país. Estatísticas do próprio CNJ, na execução da chamada meta 2, noticiam que a metade dos processos que se encontravam ou ainda se encontram no limbo, não tinham sido dado baixa, ou seja, arquivados, pois já sentenciados em definitivo. Talvez seja a falta do carimbo e da velha máquina de escrever, que não permitiam aos escrivães de um passado não tão distante, encerrar o expediente forense ou cartorário sem cumprir o último despacho emanado do juiz.
Outra metade dos feitos, está parada pela falta de cumprimento de despachos simples e rotineiros, como os de mandar citar ou intimar, juntar petições, fazer vistas e conclusões, ou mesmo destacar prioridades nas capas dos processos.
Essa prática cartorária, ou das secretarias judiciais, causam todo tipo de prejuízo e dissabor, não apenas para quem busca direitos na Justiça, mas para os advogados, que intermediam a relação cidadão-juiz, e são cobrados impiedosamente, e com certa razão, por seus constituintes, sobre a demora, a falta de atenção de quem labora com processos.
Tudo que a gente faz tem que ser por gostar, inclusive o exercício da profissão escolhida; do contrário, os outros é quem sofrem, principalmente no serviço público. Para trabalhar com processo, que não é fácil, também é essencial gostar do que faz; gostar de folhear, de conferir, de ler processo, pois, sem aptidão, não tem CNJ que dê jeito no Judiciário do Brasil, a não ser que determine a realização de correições mensais, sem aquele formalismo exagerado infelizmente herdado dos portugueses, mas como de rotina, com a presença do juiz nos cartorários ou secretarias judiciais, conferindo se o esccrivão ou secretário cumpriu todos os despachos e sentenças proferidos naquele período, até mesmo para poder cobrar responsabilidasdes futuras.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
UMA DATA MARCANTE
Amanhã, 17, completam sete anos que n'um dia como esse recebi uma das notícias mais tristes de minha vida, que também abalou toda a comunidade de Alto Parnaíba, sem exageros.
Eu saía do fórum da comarca, ainda o imponente prédio irracionalmente derrubado há dois anos, quando me deparei com alguém que me disse algo difícil de acreditar: o Daniel Filho, Beijoca e Djalma, que haviam saído de nossa cidade rumo a Floriano, não haviam chegado ao destino. Era a primeira noticia. Me dirigi à residência dos pais de Daniel, na mesma rua onde eu nasci e morava, torcendo para que não fosse mais uma invenção típica de bairros ou cidades pequenas. Infelizmente, não era. Todos os ocupantes do carro do Daniel, dirigido pelo Beijoca, haviam morrido em um trágico e até hoje inexplicável acidente.
Daniel Lustosa Filho, mais moço do que eu, era um grande amigo, e não digo isso pelo fato de já ter feito a viagem eterna. O vi crescer, sempre atrás de mim, querendo participar das mesmas brincadeiras e aventuras dos mais velhos. Filho único, era a atração de Santa e Daniel Lustosa Neto, e das irmãs Alaíse, Analy e Denise. Inteligente e sagaz, foi estudar em São Luís e o convívio comigo e minha família continuaram intactos. Inquieto, logo retornou à terra natal e com a mesma velocidade, se casou com Nória-Ney, que lhe deu três filhos - Isadora, Isaac e Ítalo -, a outra filha é Victória.
Daniel começou a trabalhar ainda menino e só parou com a trágica e traiçoeira morte que o espreitou n'uma noite escura na entrada da cidade maranhense de Pastos Bons. 17 de outubro, uma data inesquecível. A tragédia se abateu sobre a pequena cidade. Além de Daniel, os restos de Benjamin Rodrigues Filho (Beijoca), também parente e amigo de infância, e de Djalma Vieira, um outro jovem da família local, foram velados na Igreja Católica e sepultados no cemitério público. Beijoca foi levado para Gurupi/TO, onde vivem seus pais. Era o fim; um fim inesperado, deixando-me e creio que a todos, estupefados e sem acreditar no que estava acontecendo.
Beijoca era casado com Alaíse, irmã de Daniel; Djalma era irmão de Norinha, a mulher de Daniel, e acompanhavam o cunhado em uma viagem à cidade de Floriano, no Piauí. Não chegaram ao destino. Eram personagens ativos da vida comunitária. Daniel praticava quase todos os esportes que lhe apareciam, desde o futebol e o voley, e em todos se sobressaía. Gostava de dançar e de brincar e mesmo eficiente funcionário em todos os lugares que desenvolveu suas atividades, incluindo o meu escritório de advocacia, e da maturidade alcançada com o casamento e os filhos, era uma criança. Mantenho viva na mente a lembrança de seu sorriso permanente, de um humor típico daqueles seres humanos especiais, que não demoram muito aqui na terra. Sim, Daniel era especial.
Daniel Filho me deu o filho Isaac para ser padrinho de batismo. Prova de amizade e de estreitamento dessa afinidade construída naturalmente pelo tempo. Ele não gostava de tristeza e por essa razão, meu caro Daniel, quero apenas te dizer que teus filhos estão bem, mesmo com o sofrimento que teima em não desparecer dos olhos dos órfãos. Teus pais, mantendo uma escolinha livre de voley, com certeza para dizer a todos que tu continuas entre eles. Tua mulher é dedicada aos filhos e mantém o que tu deixastes, principalmente a vontade de viver. O Jean se casou com a Liana e assumiu os filhos desta, reabriu o hotel de Baía e até na serra já trabalhou como cozinheiro, o que não deixa de ser incrível. O Wladimir é um eterno "cendeiro" e continua se achando com apenas 15 anos. O Ivan Brito, criando os filhos e levando a vida sem atropelos, assumiu o bar do pai e, acredite se quizer, o fecha nos finais de semana. São muitos os teus amigos e todos, sem dúvida, sentem a tua falta, dentre eles o "Véio Macho", que o tempo não faz envelhecer e nem mudar o jeito de viver e de filosofar sobre as coisas do cotidiano e da antipática cachaça. Agora, eu te pergunto: e o Bruno, Plínio, Quincas, você já os encontrou? Vamos deixar a resposta para outrora, pois sei que já te cansei. Fica um abraço e uma lágrima que insiste em brotar... e tu sabes que eu não sou de chorar, a não ser pela alegria de ter contigo convivido. Viva a eternidade de Cristo sem deixar de embalar com tuas brincadeiras sadias e alegres a monotomia de São Pedro, pois sei que contigo aí no céu a casa de Deus nunca mais foi a mesma. Fique em paz.
Eu saía do fórum da comarca, ainda o imponente prédio irracionalmente derrubado há dois anos, quando me deparei com alguém que me disse algo difícil de acreditar: o Daniel Filho, Beijoca e Djalma, que haviam saído de nossa cidade rumo a Floriano, não haviam chegado ao destino. Era a primeira noticia. Me dirigi à residência dos pais de Daniel, na mesma rua onde eu nasci e morava, torcendo para que não fosse mais uma invenção típica de bairros ou cidades pequenas. Infelizmente, não era. Todos os ocupantes do carro do Daniel, dirigido pelo Beijoca, haviam morrido em um trágico e até hoje inexplicável acidente.
Daniel Lustosa Filho, mais moço do que eu, era um grande amigo, e não digo isso pelo fato de já ter feito a viagem eterna. O vi crescer, sempre atrás de mim, querendo participar das mesmas brincadeiras e aventuras dos mais velhos. Filho único, era a atração de Santa e Daniel Lustosa Neto, e das irmãs Alaíse, Analy e Denise. Inteligente e sagaz, foi estudar em São Luís e o convívio comigo e minha família continuaram intactos. Inquieto, logo retornou à terra natal e com a mesma velocidade, se casou com Nória-Ney, que lhe deu três filhos - Isadora, Isaac e Ítalo -, a outra filha é Victória.
Daniel começou a trabalhar ainda menino e só parou com a trágica e traiçoeira morte que o espreitou n'uma noite escura na entrada da cidade maranhense de Pastos Bons. 17 de outubro, uma data inesquecível. A tragédia se abateu sobre a pequena cidade. Além de Daniel, os restos de Benjamin Rodrigues Filho (Beijoca), também parente e amigo de infância, e de Djalma Vieira, um outro jovem da família local, foram velados na Igreja Católica e sepultados no cemitério público. Beijoca foi levado para Gurupi/TO, onde vivem seus pais. Era o fim; um fim inesperado, deixando-me e creio que a todos, estupefados e sem acreditar no que estava acontecendo.
Beijoca era casado com Alaíse, irmã de Daniel; Djalma era irmão de Norinha, a mulher de Daniel, e acompanhavam o cunhado em uma viagem à cidade de Floriano, no Piauí. Não chegaram ao destino. Eram personagens ativos da vida comunitária. Daniel praticava quase todos os esportes que lhe apareciam, desde o futebol e o voley, e em todos se sobressaía. Gostava de dançar e de brincar e mesmo eficiente funcionário em todos os lugares que desenvolveu suas atividades, incluindo o meu escritório de advocacia, e da maturidade alcançada com o casamento e os filhos, era uma criança. Mantenho viva na mente a lembrança de seu sorriso permanente, de um humor típico daqueles seres humanos especiais, que não demoram muito aqui na terra. Sim, Daniel era especial.
Daniel Filho me deu o filho Isaac para ser padrinho de batismo. Prova de amizade e de estreitamento dessa afinidade construída naturalmente pelo tempo. Ele não gostava de tristeza e por essa razão, meu caro Daniel, quero apenas te dizer que teus filhos estão bem, mesmo com o sofrimento que teima em não desparecer dos olhos dos órfãos. Teus pais, mantendo uma escolinha livre de voley, com certeza para dizer a todos que tu continuas entre eles. Tua mulher é dedicada aos filhos e mantém o que tu deixastes, principalmente a vontade de viver. O Jean se casou com a Liana e assumiu os filhos desta, reabriu o hotel de Baía e até na serra já trabalhou como cozinheiro, o que não deixa de ser incrível. O Wladimir é um eterno "cendeiro" e continua se achando com apenas 15 anos. O Ivan Brito, criando os filhos e levando a vida sem atropelos, assumiu o bar do pai e, acredite se quizer, o fecha nos finais de semana. São muitos os teus amigos e todos, sem dúvida, sentem a tua falta, dentre eles o "Véio Macho", que o tempo não faz envelhecer e nem mudar o jeito de viver e de filosofar sobre as coisas do cotidiano e da antipática cachaça. Agora, eu te pergunto: e o Bruno, Plínio, Quincas, você já os encontrou? Vamos deixar a resposta para outrora, pois sei que já te cansei. Fica um abraço e uma lágrima que insiste em brotar... e tu sabes que eu não sou de chorar, a não ser pela alegria de ter contigo convivido. Viva a eternidade de Cristo sem deixar de embalar com tuas brincadeiras sadias e alegres a monotomia de São Pedro, pois sei que contigo aí no céu a casa de Deus nunca mais foi a mesma. Fique em paz.
A foto acima, do meu arquivo pessoal, mostra o Daniel Filho festejando em cima do fusca do Keshin Fukui, o Japa, em uma carreata durante minha campanha eleitoral de 2000.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
UMA LEI MORALIZADORA
Vereador quando quer trabalhar não falta serviço; é só querer e ter a convicção da importância do edil para a vida de sua comunidade, não fugindo dos problemas e exercendo as duas funções básicas da vereança: legislar e fiscalizar, não necessariamente nessa ordem.
Os pequenos municípios praticamente não arrecadam qualquer tributo, e o quando o fazem, em sua maioria, a respectiva prestação de contas inexiste, já que o dinheiro arrecadado sai pelo ralo da corrupção.
Objetivando acabar com a prática da arrecadação de poucos impostos e taxas, a exemplo do ITBI e ITBU no município de Alto Parnaíba, de forma pessoal por agentes públicos, sem autenticação mecânica a não ser o carimbo do setor de tributos, que vem perdurando nos últimos anos, sem qualquer garantia de que os recursos tenham o destino devido, ou seja, os cofres públicos e daí, a sua aplicação no interesse da coletividade, os vereadores Elias Elton do Amaral Rocha (PDT) e Firmino José Brito de Amorim (PV), tiveram projeto de lei aprovado unanimemente pela Câmara Municipal, na sessão ordinária de hoje, com o aplauso uníssono da galeria, demonstrando que nossa população começa a se indignar com práticas impunes de atos que atentam contra a moralidade, a impessoalidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência, princípios consagrados pela Constituição da República no seu artigo 37.
Agora, pelo projeto, o imposto predial e territorial urbano (IPTU), o imposto de transmissão de bens imóveis (ITBI) - que vem crescendo significativamente em razão da procura por terras no município para o cultivo agrícola -, as taxas para o abate de carne bovina no matadouro público - sem veterinário e com saneamento precário -, e para a liberação de alvarás, dentre outros, serão recolhidos obrigatoriamente na rede bancária ou similiar, além do dever do envio mensal de relatório à Câmara de Vereadores com o movimento arrecadado.
Para virar lei o projeto nº 041/2009, necessita apenas da sanção do prefeito Ernani do Amaral Soares, totalmente a favor da medida, conforme me declarou pessoalmente, pois até o chefe do Executivo perde o controle sobre certos agentes arrecadores, o que não deixa de ser triste para um lugar tão carente de obras como Alto Parnaíba, cuja alegação maior dos sucessivos prefeitos seria a falta de dinheiro.
Os pequenos municípios praticamente não arrecadam qualquer tributo, e o quando o fazem, em sua maioria, a respectiva prestação de contas inexiste, já que o dinheiro arrecadado sai pelo ralo da corrupção.
Objetivando acabar com a prática da arrecadação de poucos impostos e taxas, a exemplo do ITBI e ITBU no município de Alto Parnaíba, de forma pessoal por agentes públicos, sem autenticação mecânica a não ser o carimbo do setor de tributos, que vem perdurando nos últimos anos, sem qualquer garantia de que os recursos tenham o destino devido, ou seja, os cofres públicos e daí, a sua aplicação no interesse da coletividade, os vereadores Elias Elton do Amaral Rocha (PDT) e Firmino José Brito de Amorim (PV), tiveram projeto de lei aprovado unanimemente pela Câmara Municipal, na sessão ordinária de hoje, com o aplauso uníssono da galeria, demonstrando que nossa população começa a se indignar com práticas impunes de atos que atentam contra a moralidade, a impessoalidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência, princípios consagrados pela Constituição da República no seu artigo 37.
Agora, pelo projeto, o imposto predial e territorial urbano (IPTU), o imposto de transmissão de bens imóveis (ITBI) - que vem crescendo significativamente em razão da procura por terras no município para o cultivo agrícola -, as taxas para o abate de carne bovina no matadouro público - sem veterinário e com saneamento precário -, e para a liberação de alvarás, dentre outros, serão recolhidos obrigatoriamente na rede bancária ou similiar, além do dever do envio mensal de relatório à Câmara de Vereadores com o movimento arrecadado.
Para virar lei o projeto nº 041/2009, necessita apenas da sanção do prefeito Ernani do Amaral Soares, totalmente a favor da medida, conforme me declarou pessoalmente, pois até o chefe do Executivo perde o controle sobre certos agentes arrecadores, o que não deixa de ser triste para um lugar tão carente de obras como Alto Parnaíba, cuja alegação maior dos sucessivos prefeitos seria a falta de dinheiro.
Foto: Carleandro Pereira da Silva
terça-feira, 13 de outubro de 2009
UM PROBLEMA CRÔNICO
Em meados de 1970, a energia elétrica produzida nas águas do Parnaíba finalmente chegou a Santa Filomena, no Piauí, e a Alto Parnaíba, do lado maranhense, exatamente as duas primeiras cidades banhadas pelo maior rio genuinamente nordestino.
A rede de transmissão, entre Gilbués e Santa Filomena, no início, foi construída com postes de madeira, substituídos alguns anos depois pelos de cimento, permanecendo, entretanto, os mesmos problemas verificados desde a instalação, ou seja, a falta constante da luz.
O blogueiro e vereador José Bonifácio Bezerra, em sua coluna cerrados no portal de notícias GP1, publicou extensa e correta matéria na manhã de hoje, onde relata o drama de mais de 43 horas em que as duas cidades ficaram no escuro, a partir da última sexta-feira. As companhias de energia dos dois estados, demonstram há quase 30 anos o mesmo desprezo por nós de Alto Parnaíba e de Santa Filomena, como se não fossêmos gente, seres humanos e brasileiros, protegidos pela mesma pela Constituição da República, que, quando algum mandamento é violado nas grandes cidades, o mundo vem abaixo.
Patrocino uma ação movida por 53 consumidores de Santa Filomena, no juízo daquela comarca, contra a CEPISA - Companhia Energética do Piauí -, em que o juiz de direito Aderson Antônio Brito Nogueira, concedeu liminar impondo multas e determinando medidas emergenciais a serem tomadas pela concessionária do serviço público, como a recuperação, a reparação e vistorias permanentes na linha problemática, a Gilbués/Santa Filomena. A CEPISA desconheceu a decisão judicial. Os mesmos problemas se repetem. O anúncio de qualquer chuva alegra o produtor e já suaviza o forte calor, mas, infelizmente, diz que a luz vai embora.
Os prejuízos são incalcuáveis e as empresas nada dizem; se mantêm mudas e irresponsáveis ao extremo. As faturas são altas e o corte atinge impiedosamente e em afronta à Constituição, todos os usuários. É uma situação vexatória. Como advogado, sinto na pele os efeitos dessa gritante humilhação, pois tudo pára e tudo atrasa. Parece que não integramos o Brasil de primeira classe, como gosta de dizer o Presidente Lula.
A rede de transmissão, entre Gilbués e Santa Filomena, no início, foi construída com postes de madeira, substituídos alguns anos depois pelos de cimento, permanecendo, entretanto, os mesmos problemas verificados desde a instalação, ou seja, a falta constante da luz.
O blogueiro e vereador José Bonifácio Bezerra, em sua coluna cerrados no portal de notícias GP1, publicou extensa e correta matéria na manhã de hoje, onde relata o drama de mais de 43 horas em que as duas cidades ficaram no escuro, a partir da última sexta-feira. As companhias de energia dos dois estados, demonstram há quase 30 anos o mesmo desprezo por nós de Alto Parnaíba e de Santa Filomena, como se não fossêmos gente, seres humanos e brasileiros, protegidos pela mesma pela Constituição da República, que, quando algum mandamento é violado nas grandes cidades, o mundo vem abaixo.
Patrocino uma ação movida por 53 consumidores de Santa Filomena, no juízo daquela comarca, contra a CEPISA - Companhia Energética do Piauí -, em que o juiz de direito Aderson Antônio Brito Nogueira, concedeu liminar impondo multas e determinando medidas emergenciais a serem tomadas pela concessionária do serviço público, como a recuperação, a reparação e vistorias permanentes na linha problemática, a Gilbués/Santa Filomena. A CEPISA desconheceu a decisão judicial. Os mesmos problemas se repetem. O anúncio de qualquer chuva alegra o produtor e já suaviza o forte calor, mas, infelizmente, diz que a luz vai embora.
Os prejuízos são incalcuáveis e as empresas nada dizem; se mantêm mudas e irresponsáveis ao extremo. As faturas são altas e o corte atinge impiedosamente e em afronta à Constituição, todos os usuários. É uma situação vexatória. Como advogado, sinto na pele os efeitos dessa gritante humilhação, pois tudo pára e tudo atrasa. Parece que não integramos o Brasil de primeira classe, como gosta de dizer o Presidente Lula.
VIVENDO INTENSAMENTE A VIDA
ATUALPA DE BRITO ARAÚJO nasceu na então Victória do Alto Parnaíba no dia 13 de outubro de 1929, filho de Luiz de Brito Araújo (Luíca) e Ana Cândida do Amaral Brito (Siá Cândida), da família fundadora do lugar.
Atualpa teve três irmãos, JOSÉ MESSIAS, HÉLIA e ELIANE. Os dois primeiros deixaram nossa cidade muito cedo, continuando viva apenas Hélia. Eliane, também falecida, casou-se com BENVINDO LUSTOSA NOGUEIRA e viveu até o desencarne na vizinha Santa Filomena.
Atualpa teve também um irmão de criação, PEDRO AMARAL, seu tio materno, filho natural do Major da Guarda Nacional, LUIZ ANTONIO LUSTOSA DO AMARAL BRITTO.
A perda rondou muito cedo a vida de nosso Apinha, como é carinhosamente chamado até os dias atuais por parentes, amigos e conhecidos. Primeiro o pai, Luíca, falecido em Teresina, quando buscava tratamento de saúde, chegando à capital do Piauí através de embarcação rústica pelas águas do rio Parnaíba, quando o homenageado detinha apenas seis anos de existência. Depois a mãe, Ana Cândida, morta ainda jovem. Apinha e os irmãos ficaram aos cuidados de bons parentes, que a eles se dedicaram, entretanto, a falta dos pais em idade fundamental na formação humana, é insubstituível. Atualpa soube a tudo resistir e com inteligência nata, aluno do tio materno, o poeta LUIZ AMARAL (LUIZINHO) e aprendiz do outro tio e pai de criação, ADERSON LUSTOSA DO AMARAL BRITO, e do sogro e amigo, OTACÍLIO LUSTOSA MASCARENHAS, adquiriu excelente formação moral e de caráter exemplar.
Por cinquenta anos, Apinha foi casado com DU-LAR TEIXEIRA MASCARENHAS, recentemente falecida, em uma união de paz e amizade, advindo os seguintes filhos: Auri-Stela, Maristela, Ana Cândida, Maria do Carmo, Luís, Suânia, Flávio, Dorotéia, Ézia e Marina. Um duro golpe atingiu a família com a morte, aos 23 anos, de Flávio, um filho-esperança.
Atualpa é um sertanejo resistente, amoroso, amigo leal, um autêntico alto-parnaibano. Abraçou várias profissões, como a de agricultor, boiadeiro, comerciário e funcionário público, também enveredando pela política, como vereador de nossa terra.
Homem de fibra, humilde, e amante da vida, convivendo harmoniosamente com todas as gerações, com a morte do último grande seresteiro de Alto Parnaíba, seu primo e amigo Manoel Carmona de Araújo Rocha, o nosso Apinha é o último remanescente de uma geração romântica, namoradeira, que gostava de cantar e de dançar, vivendo, aos 80 anos de plena lucidez e paz de consciência, verdadeiramente a vida, alegre e ativo participante dos acontecimentos de sua província natal, de onde nunca se mudou.
No sábado passado, a família de Atualpa o homenagenou com um jantar no clube maçônico, onde o aniversariante, com saúde de ferro, bom humor e descontração, foi abraçado e festejado por pessoas de sua geração e de gerações mais novas, como dona Isabel Gomes Almeida, aos 91 anos, os cunhados José Teixeira Mascarenhas, Wille Teixeira Mascarenhas e Cristã Mascarenhas, o prefeito Ernani do Amaral Soares e esposa, o vereador Elias Elton do Amaral Rocha, dona Laide do Amaral Brito Alves, prima e contemporânea de Apinha, e dezenas de outros convidados e familiares, como o neto e advogado, Dr. Sérgio Delgado Júnior.
Atualpa de Brito Araújo é um exemplo a todas as gerações e que Deus, o Criador, o mantenha ainda muito tempo como sempre foi – presença contagiante, alegria permanente, amizade pelos filhos, dezenove netos, sobrinhos, cinco bisnetos, duas noras, sete genros, cunhados, primos, contemporâneos, vizinhos, parentes e amigos de toda uma vida. VIVA APINHA E OBRIGADO POR ELE EXISTIR!
Atualpa teve três irmãos, JOSÉ MESSIAS, HÉLIA e ELIANE. Os dois primeiros deixaram nossa cidade muito cedo, continuando viva apenas Hélia. Eliane, também falecida, casou-se com BENVINDO LUSTOSA NOGUEIRA e viveu até o desencarne na vizinha Santa Filomena.
Atualpa teve também um irmão de criação, PEDRO AMARAL, seu tio materno, filho natural do Major da Guarda Nacional, LUIZ ANTONIO LUSTOSA DO AMARAL BRITTO.
A perda rondou muito cedo a vida de nosso Apinha, como é carinhosamente chamado até os dias atuais por parentes, amigos e conhecidos. Primeiro o pai, Luíca, falecido em Teresina, quando buscava tratamento de saúde, chegando à capital do Piauí através de embarcação rústica pelas águas do rio Parnaíba, quando o homenageado detinha apenas seis anos de existência. Depois a mãe, Ana Cândida, morta ainda jovem. Apinha e os irmãos ficaram aos cuidados de bons parentes, que a eles se dedicaram, entretanto, a falta dos pais em idade fundamental na formação humana, é insubstituível. Atualpa soube a tudo resistir e com inteligência nata, aluno do tio materno, o poeta LUIZ AMARAL (LUIZINHO) e aprendiz do outro tio e pai de criação, ADERSON LUSTOSA DO AMARAL BRITO, e do sogro e amigo, OTACÍLIO LUSTOSA MASCARENHAS, adquiriu excelente formação moral e de caráter exemplar.
Por cinquenta anos, Apinha foi casado com DU-LAR TEIXEIRA MASCARENHAS, recentemente falecida, em uma união de paz e amizade, advindo os seguintes filhos: Auri-Stela, Maristela, Ana Cândida, Maria do Carmo, Luís, Suânia, Flávio, Dorotéia, Ézia e Marina. Um duro golpe atingiu a família com a morte, aos 23 anos, de Flávio, um filho-esperança.
Atualpa é um sertanejo resistente, amoroso, amigo leal, um autêntico alto-parnaibano. Abraçou várias profissões, como a de agricultor, boiadeiro, comerciário e funcionário público, também enveredando pela política, como vereador de nossa terra.
Homem de fibra, humilde, e amante da vida, convivendo harmoniosamente com todas as gerações, com a morte do último grande seresteiro de Alto Parnaíba, seu primo e amigo Manoel Carmona de Araújo Rocha, o nosso Apinha é o último remanescente de uma geração romântica, namoradeira, que gostava de cantar e de dançar, vivendo, aos 80 anos de plena lucidez e paz de consciência, verdadeiramente a vida, alegre e ativo participante dos acontecimentos de sua província natal, de onde nunca se mudou.
No sábado passado, a família de Atualpa o homenagenou com um jantar no clube maçônico, onde o aniversariante, com saúde de ferro, bom humor e descontração, foi abraçado e festejado por pessoas de sua geração e de gerações mais novas, como dona Isabel Gomes Almeida, aos 91 anos, os cunhados José Teixeira Mascarenhas, Wille Teixeira Mascarenhas e Cristã Mascarenhas, o prefeito Ernani do Amaral Soares e esposa, o vereador Elias Elton do Amaral Rocha, dona Laide do Amaral Brito Alves, prima e contemporânea de Apinha, e dezenas de outros convidados e familiares, como o neto e advogado, Dr. Sérgio Delgado Júnior.
Atualpa de Brito Araújo é um exemplo a todas as gerações e que Deus, o Criador, o mantenha ainda muito tempo como sempre foi – presença contagiante, alegria permanente, amizade pelos filhos, dezenove netos, sobrinhos, cinco bisnetos, duas noras, sete genros, cunhados, primos, contemporâneos, vizinhos, parentes e amigos de toda uma vida. VIVA APINHA E OBRIGADO POR ELE EXISTIR!
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
O APERTADO DA HORA
Não sei quem deu o nome, mas o certo é que os antigos, pelo dom natural do conhecimento, eram mestres em fazer as denominações daquilo que iam desbravando pelo interior e sertões brasileiros. No caso específico, trata-se de um pequeníssimo córregedo e a respectiva ladeira, situados logo após o brejo do Chapada, aproximadamente 1,5 km da cidade de Alto Parnaíba na estrada municipal que vai até o distrito de Curupá.
Esse apertado da hora é mestre em apertar os outros. Quando criança, vivi a angústia de perder alguns dias de férias escolares nas fazendas Escondido, União e Barra do Rio, de propriedade de meus pais, face ao rompimento da estrada exatamente no dito cujo, obrigando meu pai, Antonio Rocha Filho (Rochinha), que não era de esperar por ações dos governos, a construir, por conta e expensas próprias, uma outra estrada, cara e mais distante, para desviar daquele caminho, cujas chuvas fizeram romper os bueiros e a ladeira, inviabilizando o tráfego.
Ontem, ao deixar o escritório, no centro da cidade, para retornar à minha casa, na chácara Ifigênia Rocha (barra do ribeirão São José com o Parnaíba), enfrentei, desprevenido, a razão de minhas angústias da infância. Chovia e com a chuva, a primeira em muitos dias, o calmo apertado da hora se transformou em um gigante e entre o barro seco que fazia deslizar o carro em zigue-zague, consegui chegar ao final da ladeira e no meu lar.
Entretanto, minha esposa e outros motoristas não conseguiram vencer a ladeira, deixando os carros ali, ameaçados de novo rompimento dos bueiros e consequente aberturas de crateras e desmoronamentos de terra.
Ali inexiste cascalho no leito da estrada vicinal municipal; aos montes, o cascalho é vizinho em toda a extensão da dita estrada. Hoje pela manhã, o tempo ameno e a ladeira seca, recebi a visita do prefeito Ernani do Amaral Soares, lá na minha chácara, e retornei com ele, observando o trecho, inclusive dentro da cidade, no bairro São José, mais precisamente na rua capitão Daniel Brito, na altura da escola municipal São José, onde o asfalto foi destruído não pela força da natureza, mas pela ação da construtora do sistema de esgotos, que além dos dois jovens ali soterrados e mortos, a falta de reposição do asfalto transformou aquela importante via pública em um buraco só. O prefeito prometeu solucionar a questão do apertado da hora, pelo menos paulatinamente, enquanto aguarda um relatório da construtora quanto ao segundo problema.
O apertado da hora, que em proporções bem menores faz lembrar o rio Medonho nas cheias, me remonta a um fato ocorrido com um importante líder católico do passado. Era arcebispo de São Luís, dom Carlos Carmelo Motta, mais tarde cardeal brasileiro e condutor da Igreja Católica nas arquidioceses de São Paulo e Aparecida. Dom Carmelo, hóspede de minha bisavó Joaninha Lopes, ferverosa católica, em Victória do Alto Parnaíba, decidiu visitar a mais distante paróquia maranhense com relação à capital do estado. Isso há mais de meio século. Ainda não havia estrada; o transporte mais fácil era pelo rio Parnaíba, de vapor ou balsas rústicas, ou, quem quizesse aventurar ainda mais, como no caso do futuro cardeal, enfrentar o lombo de burro. E foi assim que Dom Carmelo chegou ou quase não chegou a Alto Parnaíba. Ao atravessar o valente rio Medonho, um dos mais importantes alfuentes do Velho Monge, exatamente no chamado Porto da Cigana (onde uma cigana teria morrido afogada e seu espírito ainda vagando por ali), próximo à ponte atual, o religioso e servo de Deus, desconsiderando o conselho de seus guias humanos, desafiou as águas com corredeiras do belo rio e por minutos foi por elas levado com burro e tudo mais, até ser resgatado ofegante e quase desmaiado, próximo da foz com o Parnaíba. Ao se recuperar um pouco e após ter indagado dos companheiros que nome tinha aquele bravo rio, sentenciou o discípulo de Cristo: "Este rio não é Medonho; ele é terrível!".
Se as providências não forem ultimadas e com o inverno chegando forte, com certeza o apertado serei eu e o terrível, o apertado da hora.
Esse apertado da hora é mestre em apertar os outros. Quando criança, vivi a angústia de perder alguns dias de férias escolares nas fazendas Escondido, União e Barra do Rio, de propriedade de meus pais, face ao rompimento da estrada exatamente no dito cujo, obrigando meu pai, Antonio Rocha Filho (Rochinha), que não era de esperar por ações dos governos, a construir, por conta e expensas próprias, uma outra estrada, cara e mais distante, para desviar daquele caminho, cujas chuvas fizeram romper os bueiros e a ladeira, inviabilizando o tráfego.
Ontem, ao deixar o escritório, no centro da cidade, para retornar à minha casa, na chácara Ifigênia Rocha (barra do ribeirão São José com o Parnaíba), enfrentei, desprevenido, a razão de minhas angústias da infância. Chovia e com a chuva, a primeira em muitos dias, o calmo apertado da hora se transformou em um gigante e entre o barro seco que fazia deslizar o carro em zigue-zague, consegui chegar ao final da ladeira e no meu lar.
Entretanto, minha esposa e outros motoristas não conseguiram vencer a ladeira, deixando os carros ali, ameaçados de novo rompimento dos bueiros e consequente aberturas de crateras e desmoronamentos de terra.
Ali inexiste cascalho no leito da estrada vicinal municipal; aos montes, o cascalho é vizinho em toda a extensão da dita estrada. Hoje pela manhã, o tempo ameno e a ladeira seca, recebi a visita do prefeito Ernani do Amaral Soares, lá na minha chácara, e retornei com ele, observando o trecho, inclusive dentro da cidade, no bairro São José, mais precisamente na rua capitão Daniel Brito, na altura da escola municipal São José, onde o asfalto foi destruído não pela força da natureza, mas pela ação da construtora do sistema de esgotos, que além dos dois jovens ali soterrados e mortos, a falta de reposição do asfalto transformou aquela importante via pública em um buraco só. O prefeito prometeu solucionar a questão do apertado da hora, pelo menos paulatinamente, enquanto aguarda um relatório da construtora quanto ao segundo problema.
O apertado da hora, que em proporções bem menores faz lembrar o rio Medonho nas cheias, me remonta a um fato ocorrido com um importante líder católico do passado. Era arcebispo de São Luís, dom Carlos Carmelo Motta, mais tarde cardeal brasileiro e condutor da Igreja Católica nas arquidioceses de São Paulo e Aparecida. Dom Carmelo, hóspede de minha bisavó Joaninha Lopes, ferverosa católica, em Victória do Alto Parnaíba, decidiu visitar a mais distante paróquia maranhense com relação à capital do estado. Isso há mais de meio século. Ainda não havia estrada; o transporte mais fácil era pelo rio Parnaíba, de vapor ou balsas rústicas, ou, quem quizesse aventurar ainda mais, como no caso do futuro cardeal, enfrentar o lombo de burro. E foi assim que Dom Carmelo chegou ou quase não chegou a Alto Parnaíba. Ao atravessar o valente rio Medonho, um dos mais importantes alfuentes do Velho Monge, exatamente no chamado Porto da Cigana (onde uma cigana teria morrido afogada e seu espírito ainda vagando por ali), próximo à ponte atual, o religioso e servo de Deus, desconsiderando o conselho de seus guias humanos, desafiou as águas com corredeiras do belo rio e por minutos foi por elas levado com burro e tudo mais, até ser resgatado ofegante e quase desmaiado, próximo da foz com o Parnaíba. Ao se recuperar um pouco e após ter indagado dos companheiros que nome tinha aquele bravo rio, sentenciou o discípulo de Cristo: "Este rio não é Medonho; ele é terrível!".
Se as providências não forem ultimadas e com o inverno chegando forte, com certeza o apertado serei eu e o terrível, o apertado da hora.
Fotos: Carleandro Pereira da Silva
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
OBRAS EM ANDAMENTO
Estive participando de audiências no fórum de Santa Filomena e pude constatar uma espécie de euforia das pessoas com quem conversei com o surgimento de obras públicas, aquisições de terras objetivando impulsionar a agricultura, enfim, a velha cidade do sudoeste piauiense, sempre renegada a último plano pelos sucessivos governos estaduais, dá sinais de que é possível superar o atraso crônico.
No fórum, onde também funciona o cartório de registro de imóveis, advogados e empresários enfrentam até fila em busca de informações e dados sobre imóveis rurais, principalmente aqueles localizados nos chamados cerrados, que são terras propícias à agricultura em grande escala. O negócio imobiliário cresce e as terras férteis das serras de Santa Filomena agora é que começaram a serem descobertas e conhecidas pelo restante do Brasil.
Em frente à Prefeitura Municipal, máquinas saídas da indústria formam a chamada patrulha mecanizada, adquiridas pelo prefeito Esdras Avelino Filho, um bom e experiente administrador que vai atrás de recursos e de projetos e não fica sentado esperando milagres ou que do céu cai ouro ou real, e que objetivam a construção e reconstrução de estradas vicinais em todo o interior do município.
Próximo à quadra de esportes, em construção (etapa final) o estádio de futebol gramado, iluminado e com arquibancadas e ao lado, iniciadas as obras, o prédio onde funcionará o fórum da comarca e o edifício que abrigará um quartel da Polícia Militar do Piauí.
Além de tudo isso, o prefeito está construindo algumas pontes - a maioria de ferro - na zona rural e também na cidade, e promete para breve o início da construção da nova praça matriz.
É aquela realidade: ou o prefeito de cidade pequena do interior nordestino se dispõe a ir à capital de seu estado e à Brasília constantemente, com projetos prontos e bem elaborados, mostrando a realidade de seu município e as prioridades essenciais, ou com apenas o FPM pouco se consegue realizar, por melhores que sejam as intenções.
Que o exemplo do prefeito Esdras Filho, que já governou o município de Monte Alegre, também Piauí, por duas vezes, que gosta do que faz e detém inquestionável espírito público, sirva aos demais, especialmente em momento de crise.
No fórum, onde também funciona o cartório de registro de imóveis, advogados e empresários enfrentam até fila em busca de informações e dados sobre imóveis rurais, principalmente aqueles localizados nos chamados cerrados, que são terras propícias à agricultura em grande escala. O negócio imobiliário cresce e as terras férteis das serras de Santa Filomena agora é que começaram a serem descobertas e conhecidas pelo restante do Brasil.
Em frente à Prefeitura Municipal, máquinas saídas da indústria formam a chamada patrulha mecanizada, adquiridas pelo prefeito Esdras Avelino Filho, um bom e experiente administrador que vai atrás de recursos e de projetos e não fica sentado esperando milagres ou que do céu cai ouro ou real, e que objetivam a construção e reconstrução de estradas vicinais em todo o interior do município.
Próximo à quadra de esportes, em construção (etapa final) o estádio de futebol gramado, iluminado e com arquibancadas e ao lado, iniciadas as obras, o prédio onde funcionará o fórum da comarca e o edifício que abrigará um quartel da Polícia Militar do Piauí.
Além de tudo isso, o prefeito está construindo algumas pontes - a maioria de ferro - na zona rural e também na cidade, e promete para breve o início da construção da nova praça matriz.
É aquela realidade: ou o prefeito de cidade pequena do interior nordestino se dispõe a ir à capital de seu estado e à Brasília constantemente, com projetos prontos e bem elaborados, mostrando a realidade de seu município e as prioridades essenciais, ou com apenas o FPM pouco se consegue realizar, por melhores que sejam as intenções.
Que o exemplo do prefeito Esdras Filho, que já governou o município de Monte Alegre, também Piauí, por duas vezes, que gosta do que faz e detém inquestionável espírito público, sirva aos demais, especialmente em momento de crise.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
UM DISCURSO INOVADOR
Há dez anos sou filiado ao mesmo partido; não estive em qualquer outro antes. Presido o diretório municipal do PDT de Alto Parnaíba, por cuja legenda disputei a Prefeitura Municipal em 2000. Pertenço ao Partido Democrático Trabalhista por razões de doutrina, de ideologia, de princípios.
Ontem fiquei feliz ao ler uma entrevista dada pelo deputado federal Flávio Dino, lançado como pré-candidato ao governo do Maranhão em 2010, ao Jornal Pequeno, o tradicional veículo de oposição sediado em São Luís. Gostei da mudança imposta ao discurso de oposicionista. Confesso que cansei, mesmo longe dos centros do poder e das decisões políticas do meu estado, das mesmas palavras-chaves ou de ordem; do mesmo tom, que no final não congrega. É preciso muito mais, inclusive porque o Brasil está procurando se adaptar às democracias mais civilizadas do mundo. As eternas picuinhas na política do Maranhão levam a prejuízos insanáveis a um dos três estados mais pobres da federação, na linha da miséria, com índices de desenvolvimento humano imperdoáveis. Quem perde é o povo, especialmente do interior mais distante e esquecido.
Apoiei o Dr. Jackson Lago para o governo estadual e continuo decepcionado com a sua indevida cassação. Nunca fui a palácio nem tomar cafezinho; não fiz qualquer pedido pessoal ou familiar ao Jackson governador e a nenhum de seus secretários ou lideranças do PDT. Me mantive distante, reivindicando, sim, a execução de compromissos com minha terra, com meu aval, feitos pelo Dr. Jackson em 2002 e 2006 quando esteve em Alto Parnaíba, e fui seu anfitrião. Infelizmente, o governo não durou e o probo, eficiente e honrado Jackson Lago foi apeado do poder e do governo por forças poderosas que maculam a imagem de país civilizado ao Brasil, o que não é bom para o Presidente Lula, que ultimamente passou a falar ainda mais em primeira classe e em primeiro mundo.
Confesso que ao ler a entrevista do Dr. Flávio Dino algo voltou a mexer com a minha natureza de político nato e de um permanente defensor da viabilidade do Maranhão. Na faculdade de direito da UFMA, não fui colega de classe de Flávio; fui seu contemporâneo. Para quem não o conhece, foi juiz federal inovador, chegando a presidir seu órgão de classe e a assessorarar o Conselho Nacional de Justiça. Deixou corajosamente a magistradura para abraçar a política, elegendo-se, no último pleito, deputado federal pelo PC do B, com excelente atuação no Parlamento Brasileiro. O pai de Flávio foi deputado e prefeito no interior maranhense (João Libosa), que pode significar raízes e conhecimentos do nosso sertão.
Ao responder que não tem tempo para fuxicos, Flávio, por incrível que pareça, rompeu com essa prática reprovável, provinciana e atrasada da política maranhense e de sua capital. Existe uma oligarquia? Sim, e o que interessou de concreto para a melhoria de vida dos maranhenses o mesmo discurso batendo nos oligargas e nos males causados ao Maranhão. Repito: é preciso muito mais; é preciso um discurso que inove, que rompa com os grilhões que teimam no saudosismo dos embates oposições coligadas contra o vitorinismo; oposições unidas contra o sarneysismo. É necessário discutir o Maranhão, visitando cada município, conversando de peito aberto com sua gente, programando, desde já, sem ranço e no estilo Lula a partir de 2002, um governo que possa fazer a diferança - diferença, vejam bem, para melhor, pois para pior em meu estado, é impossível.
Portanto, sem compromisso partidário ou político, mas em nome de minha terra - o mais distante e o mais abandonado de todos os municípios maranhenses (aqui o Maranhão só mantém uma única escola, o Centro de Ensino Vitorino Freire, e a AGED e nada mais - nem médico e nem casa de saúde; sem juiz de direito e sem promotor de justiça titulares; sem delegado de polícia na cidade, etc.,) -, e na minha crença pessoal, não deixa de ser alvissareira a possibilidade da candidatura do deputado Flávio Dino ao governo maranhense. É vendo e crendo.
Ontem fiquei feliz ao ler uma entrevista dada pelo deputado federal Flávio Dino, lançado como pré-candidato ao governo do Maranhão em 2010, ao Jornal Pequeno, o tradicional veículo de oposição sediado em São Luís. Gostei da mudança imposta ao discurso de oposicionista. Confesso que cansei, mesmo longe dos centros do poder e das decisões políticas do meu estado, das mesmas palavras-chaves ou de ordem; do mesmo tom, que no final não congrega. É preciso muito mais, inclusive porque o Brasil está procurando se adaptar às democracias mais civilizadas do mundo. As eternas picuinhas na política do Maranhão levam a prejuízos insanáveis a um dos três estados mais pobres da federação, na linha da miséria, com índices de desenvolvimento humano imperdoáveis. Quem perde é o povo, especialmente do interior mais distante e esquecido.
Apoiei o Dr. Jackson Lago para o governo estadual e continuo decepcionado com a sua indevida cassação. Nunca fui a palácio nem tomar cafezinho; não fiz qualquer pedido pessoal ou familiar ao Jackson governador e a nenhum de seus secretários ou lideranças do PDT. Me mantive distante, reivindicando, sim, a execução de compromissos com minha terra, com meu aval, feitos pelo Dr. Jackson em 2002 e 2006 quando esteve em Alto Parnaíba, e fui seu anfitrião. Infelizmente, o governo não durou e o probo, eficiente e honrado Jackson Lago foi apeado do poder e do governo por forças poderosas que maculam a imagem de país civilizado ao Brasil, o que não é bom para o Presidente Lula, que ultimamente passou a falar ainda mais em primeira classe e em primeiro mundo.
Confesso que ao ler a entrevista do Dr. Flávio Dino algo voltou a mexer com a minha natureza de político nato e de um permanente defensor da viabilidade do Maranhão. Na faculdade de direito da UFMA, não fui colega de classe de Flávio; fui seu contemporâneo. Para quem não o conhece, foi juiz federal inovador, chegando a presidir seu órgão de classe e a assessorarar o Conselho Nacional de Justiça. Deixou corajosamente a magistradura para abraçar a política, elegendo-se, no último pleito, deputado federal pelo PC do B, com excelente atuação no Parlamento Brasileiro. O pai de Flávio foi deputado e prefeito no interior maranhense (João Libosa), que pode significar raízes e conhecimentos do nosso sertão.
Ao responder que não tem tempo para fuxicos, Flávio, por incrível que pareça, rompeu com essa prática reprovável, provinciana e atrasada da política maranhense e de sua capital. Existe uma oligarquia? Sim, e o que interessou de concreto para a melhoria de vida dos maranhenses o mesmo discurso batendo nos oligargas e nos males causados ao Maranhão. Repito: é preciso muito mais; é preciso um discurso que inove, que rompa com os grilhões que teimam no saudosismo dos embates oposições coligadas contra o vitorinismo; oposições unidas contra o sarneysismo. É necessário discutir o Maranhão, visitando cada município, conversando de peito aberto com sua gente, programando, desde já, sem ranço e no estilo Lula a partir de 2002, um governo que possa fazer a diferança - diferença, vejam bem, para melhor, pois para pior em meu estado, é impossível.
Portanto, sem compromisso partidário ou político, mas em nome de minha terra - o mais distante e o mais abandonado de todos os municípios maranhenses (aqui o Maranhão só mantém uma única escola, o Centro de Ensino Vitorino Freire, e a AGED e nada mais - nem médico e nem casa de saúde; sem juiz de direito e sem promotor de justiça titulares; sem delegado de polícia na cidade, etc.,) -, e na minha crença pessoal, não deixa de ser alvissareira a possibilidade da candidatura do deputado Flávio Dino ao governo maranhense. É vendo e crendo.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
A GENEROSIDADE LONGE DE GENEROSA
Miúda, negra, analfabeta, mãe e avó de muitos filhos, humilde até ao falar e ao pedir um pedacinho de carne de boi ou em reivindicar, sem saber se tem direitos, sobre o seu "aposento" que não sai, GENEROSA RODRIGUES DA SILVA é mais uma membro da imensa família do Presidente Lula que se espalha Brasi's afora.
Generosa, que é solteira, nasceu em 25 de agosto de 1946 na localidade rural Brejo Danta, no município de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, permanecendo na mesma região sertaneja, habitando e lavrando a agricultura familiar de subsistência em terras de outros, até completar 57 anos de vida, quando, ante a falta de tudo, decidiu morar na cidade, trazendo consigo 10 filhos, em estado de absoluta miséria.
Como eu disse antes, Generosa não estudou; não sabe nem desenhar o nome. Aprendeu ainda criança a ajudar os pais a plantar pequenas roças de tôco para matar a fome da família, sem rendimentos outros. Essa é a única profissão exercida em sua vida, cujos instrumentos de trabalho não ensinam ninguém a ler - a enxada, a foice, o facão e o machado. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alto Parnaíba em audiência realizada nos autos de uma ação de justificação judicial de atividade que promovi, em favor de Generosa, em abril de 2006 junto ao juízo de direito da comarca da mesma cidade, anuiu as alegações da lavradora justificante. O juiz de direito de então, o correto magistrado Dr. Lúcio Antônio Machado Vale, hoje titular da 3ª vara de Balsas, acolheu a justificação, sendo o processo encaminhado, com pedido administrativo, ao INSS, objetivando a concessão da aposentadoria rural por idade à infortunada cidadã brasileira.
O Instituto Nacional do Seguro Social, sob alegação não condizente com o requerimento, indeferiu o pleito de dona Generosa, que aguarda a apreciação do recurso, interposto na agência de Balsas, e sem resposta até agora. Se nem mandamentos constitucionais consagradados na Carta de 1988, atingem Generosa Rodrigues da Silva, o que dizer da generosidade com essa mulher resistente à fome, a doenças, à ausência completa de cidadania, tendo apenas Deus como protetor; mas é preciso a ação dos homens revestidos de autoridade. Que o nosso INSS reveja a decisão anterior, promova o julgamento o mais breve possível - antes que a generosa morte alivie a nossa Generosa -, conceda e implante o benefício tão almejado, justo, legal e constitucional a uma lavradora que cumpriu o tempo exigido para ser uma segurada especial da Previdência Social Brasileira. O processo original de dona Generosa no INSS é de nº 35635000/2007-30. Vamos ser generosos com a humilde Generosa e, através desta, sermos melhores como gente.
Generosa, que é solteira, nasceu em 25 de agosto de 1946 na localidade rural Brejo Danta, no município de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, permanecendo na mesma região sertaneja, habitando e lavrando a agricultura familiar de subsistência em terras de outros, até completar 57 anos de vida, quando, ante a falta de tudo, decidiu morar na cidade, trazendo consigo 10 filhos, em estado de absoluta miséria.
Como eu disse antes, Generosa não estudou; não sabe nem desenhar o nome. Aprendeu ainda criança a ajudar os pais a plantar pequenas roças de tôco para matar a fome da família, sem rendimentos outros. Essa é a única profissão exercida em sua vida, cujos instrumentos de trabalho não ensinam ninguém a ler - a enxada, a foice, o facão e o machado. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alto Parnaíba em audiência realizada nos autos de uma ação de justificação judicial de atividade que promovi, em favor de Generosa, em abril de 2006 junto ao juízo de direito da comarca da mesma cidade, anuiu as alegações da lavradora justificante. O juiz de direito de então, o correto magistrado Dr. Lúcio Antônio Machado Vale, hoje titular da 3ª vara de Balsas, acolheu a justificação, sendo o processo encaminhado, com pedido administrativo, ao INSS, objetivando a concessão da aposentadoria rural por idade à infortunada cidadã brasileira.
O Instituto Nacional do Seguro Social, sob alegação não condizente com o requerimento, indeferiu o pleito de dona Generosa, que aguarda a apreciação do recurso, interposto na agência de Balsas, e sem resposta até agora. Se nem mandamentos constitucionais consagradados na Carta de 1988, atingem Generosa Rodrigues da Silva, o que dizer da generosidade com essa mulher resistente à fome, a doenças, à ausência completa de cidadania, tendo apenas Deus como protetor; mas é preciso a ação dos homens revestidos de autoridade. Que o nosso INSS reveja a decisão anterior, promova o julgamento o mais breve possível - antes que a generosa morte alivie a nossa Generosa -, conceda e implante o benefício tão almejado, justo, legal e constitucional a uma lavradora que cumpriu o tempo exigido para ser uma segurada especial da Previdência Social Brasileira. O processo original de dona Generosa no INSS é de nº 35635000/2007-30. Vamos ser generosos com a humilde Generosa e, através desta, sermos melhores como gente.
Fotos: Olívia Barreira de Castro
A OLÍMPIADA É NOSSA
Sem pieguismo de qualquer natureza, a emoção falou alto durante a reunião de Copenhague que terminou por escolher a cidade do Rio de Janeiro como a sede dos Jogos Olímpicos a serem realizados em 2016.
Valeu a luta de brasiliros que trazem o esporte e a paixão pela nação acima de tudo, a começar pelo incansável presidente do comitê olímpico brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, passando pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, até o eterno presidente da Fifa, João Havelange, símbolo do desenvolvimento do esporte no Brasil, em dobradinha com Pelé.
É impressionante a mesma ladainha de setores da grande imprensa, a começar por VEJA, em desqualificar tudo aquilo que o país alcança e que consideram, sem ouvir e se dirigir ao povo que chora nas ruas em momentos como esse, e analisar como atraso, prejuízo econômico, política subsenvolvimentista do PT de Lula. Ora, as famílias conservadoras e endinheiras que abocanharam as concessões públicas da grande mídia, poderiam explicar o Brasil dos últimos 50 anos, que tudo lhes concedeu gratuitamente, além de se misturar verdadeiramente na multidão, onde sentiriam que os brasileiros adoram esporte e, assim como os européus, norte-americanos e orientais, ficam extasiados com as conquistas de sua pátria. Felizmente, a VEJA, de quem sou assinante, em sua atual edição, vivencia e aplaude a conquista da sede da olímpiada.
Acredito que o resgate do Rio ocorrerá com a olímpiada e é essencial, agora, que a emoção dê lugar à realização e que os três níveis de governo, juntos na Dinamarca continuem unidos (independentemente dos governantes e partidos no futuro) e iniciem as construções necessárias para que, em 2016, a festa seja ainda maior e perfeita.
Valeu a luta de brasiliros que trazem o esporte e a paixão pela nação acima de tudo, a começar pelo incansável presidente do comitê olímpico brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, passando pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, até o eterno presidente da Fifa, João Havelange, símbolo do desenvolvimento do esporte no Brasil, em dobradinha com Pelé.
É impressionante a mesma ladainha de setores da grande imprensa, a começar por VEJA, em desqualificar tudo aquilo que o país alcança e que consideram, sem ouvir e se dirigir ao povo que chora nas ruas em momentos como esse, e analisar como atraso, prejuízo econômico, política subsenvolvimentista do PT de Lula. Ora, as famílias conservadoras e endinheiras que abocanharam as concessões públicas da grande mídia, poderiam explicar o Brasil dos últimos 50 anos, que tudo lhes concedeu gratuitamente, além de se misturar verdadeiramente na multidão, onde sentiriam que os brasileiros adoram esporte e, assim como os européus, norte-americanos e orientais, ficam extasiados com as conquistas de sua pátria. Felizmente, a VEJA, de quem sou assinante, em sua atual edição, vivencia e aplaude a conquista da sede da olímpiada.
Acredito que o resgate do Rio ocorrerá com a olímpiada e é essencial, agora, que a emoção dê lugar à realização e que os três níveis de governo, juntos na Dinamarca continuem unidos (independentemente dos governantes e partidos no futuro) e iniciem as construções necessárias para que, em 2016, a festa seja ainda maior e perfeita.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
UM VISIONÁRIO CONSTRUTOR
Nas férias escolares e com a vontade imensa de chegar à terrinha, meus pais traziam a mim e aos meus irmãos, especialmente nos finais do ano, de São Luís a Alto Parnaíba, utilizando a estrada mais viável, pavimentada, bem construída, de Teresina a Gilbués, que facilitava o acesso de nossa capital à cidade sul maranhense.
Para chegar a Alto Parnaíba, tínhamos apenas pouco mais de 300 km de asfalto entre São Luís e Presidente Dutra; o resto, cascalho bruto, que atolava até o chassi dos veículos, incluindo os ônibus desumanos da época, no período das chuvas, e assim percorríamos mais de 700 km até o destino.
Como única escapatória e mesmo mais longa a viagem em termo de quilometragem, utilizávamos a rodovia construída pelo maior realizador público do Piauí, o engenheiro Alberto Silva, quando governador no primeiro mandato nos anos 1970, que faleceu no final de semana com mais de 90 anos de vida produtiva e no exercício de mais um mandato de deputado federal.
Nas longas viagens de ônibus, cortando todo o Piauí de norte a sul, ouvia meu saudoso pai, Antonio Rocha Filho, discorrendo sobre a capacidade administrativa, a ousadia e a visão futurista do Dr. Alberto Silva, a quem conheceu pessoalmente por via do Dr. Astrolábio Paiva e Silva, primo de Alberto, secretário de governo deste e esposo de minha tia, Maria Stela do Amaral Paiva e Silva, irmã de minha mãe. Meu pai aceditava mais no administrador do que no político - aliás, detestava a politiquice que tantos males ainda causa ao Brasil em todas as esferas de governo. Apontava a rodovia como marca de integração do Piauí e da união de suas lideranças durante o regime militar, especialmente do Senador Petrônio Portella e do Ministro Reis Veloso, que canalizavam recursos e os aportavam nas mãos probas, corretas e eficientes do administrador Alberto Silva, que detinha a capacidade de transformar o dinheiro em obras estruturais e vitais para um estado tão necessitado como o Piauí.
Faltou a Alberto Silva concluir a grande estrada com a construção do pequeno trecho de 120 km entre Gilbués e Santa Filomena, onde se concentram as melhores terras do cerrado piauiense e nordestino. Entretanto, o Dr. Alberto fez muito; os outros governadores, nessa área, pelo menos para o sul do estado, quase nada promoveram.
Ao tentar em pouco tempo retomar a navegabilidade do rio Parnaíba até Santa Filomena, Alberto Silva, no seu segundo e último mandato de governador, pecou pela ousadia; não conseguiu concretizar essa obra vital para regiões distantes dos centros políticos e financeiros do país. A hidrovia possibilitaria o escoamento mais barato da grande produção de grãos, especialmente soja, arroz, milho, feijão e algodão do sul do Maranhão, sul e sudoeste do Piauí e faria a integração com o Corretor Norte de Exportações - Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão e os portos de São Luís. Não foi possível, mas fica a coragem do realizador em iniciar o projeto, em dar o primeiro passo. Que esse e outros sonhos, como do biodiesel através da mamona, do engenheiro e homem público Alberto Silva, não morram. O Dr. Alberto foi um político útil ao seu povo. Uma grande perda.
Para chegar a Alto Parnaíba, tínhamos apenas pouco mais de 300 km de asfalto entre São Luís e Presidente Dutra; o resto, cascalho bruto, que atolava até o chassi dos veículos, incluindo os ônibus desumanos da época, no período das chuvas, e assim percorríamos mais de 700 km até o destino.
Como única escapatória e mesmo mais longa a viagem em termo de quilometragem, utilizávamos a rodovia construída pelo maior realizador público do Piauí, o engenheiro Alberto Silva, quando governador no primeiro mandato nos anos 1970, que faleceu no final de semana com mais de 90 anos de vida produtiva e no exercício de mais um mandato de deputado federal.
Nas longas viagens de ônibus, cortando todo o Piauí de norte a sul, ouvia meu saudoso pai, Antonio Rocha Filho, discorrendo sobre a capacidade administrativa, a ousadia e a visão futurista do Dr. Alberto Silva, a quem conheceu pessoalmente por via do Dr. Astrolábio Paiva e Silva, primo de Alberto, secretário de governo deste e esposo de minha tia, Maria Stela do Amaral Paiva e Silva, irmã de minha mãe. Meu pai aceditava mais no administrador do que no político - aliás, detestava a politiquice que tantos males ainda causa ao Brasil em todas as esferas de governo. Apontava a rodovia como marca de integração do Piauí e da união de suas lideranças durante o regime militar, especialmente do Senador Petrônio Portella e do Ministro Reis Veloso, que canalizavam recursos e os aportavam nas mãos probas, corretas e eficientes do administrador Alberto Silva, que detinha a capacidade de transformar o dinheiro em obras estruturais e vitais para um estado tão necessitado como o Piauí.
Faltou a Alberto Silva concluir a grande estrada com a construção do pequeno trecho de 120 km entre Gilbués e Santa Filomena, onde se concentram as melhores terras do cerrado piauiense e nordestino. Entretanto, o Dr. Alberto fez muito; os outros governadores, nessa área, pelo menos para o sul do estado, quase nada promoveram.
Ao tentar em pouco tempo retomar a navegabilidade do rio Parnaíba até Santa Filomena, Alberto Silva, no seu segundo e último mandato de governador, pecou pela ousadia; não conseguiu concretizar essa obra vital para regiões distantes dos centros políticos e financeiros do país. A hidrovia possibilitaria o escoamento mais barato da grande produção de grãos, especialmente soja, arroz, milho, feijão e algodão do sul do Maranhão, sul e sudoeste do Piauí e faria a integração com o Corretor Norte de Exportações - Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão e os portos de São Luís. Não foi possível, mas fica a coragem do realizador em iniciar o projeto, em dar o primeiro passo. Que esse e outros sonhos, como do biodiesel através da mamona, do engenheiro e homem público Alberto Silva, não morram. O Dr. Alberto foi um político útil ao seu povo. Uma grande perda.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
A VOLTA DO BANCO DO BRASIL
Há dez anos, uma decisão irrefletida fechou a agência do Banco do Brasil da cidade de Alto Parnaíba, que por muito tempo ostentou a posição de uma das três maiores do Maranhão.
Balsas é o centro regional e pólo de desenvolvimento crescente no sul maranhense, entretanto, o Banco do Brasil em Alto Parnaíba foi o grande financiador da agricultura em grande escala, a partir de 1980, congregando produtores de toda a região e ainda dos cerrados de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí.
Alto Parnaíba possui um imenso e compacto território, com terras na grande maioria com fertilidade média e alta; cerrados e baixões ricos em água e calcário, enfim, tudo aquilo que o bom e profissional produtor precisa para fazer a terra produzir de forma sustentável, respeitando o meio ambiente, gerar empregos e divisas, fazer surgir o tão acalentado desenvolvimento.
A prova maior de que não sou apenas bairrista, é o fato de terem a agricultura e a pecuária se reerguido após o fechamendo da agência do BB, a ponto de surgirem novos celeiros agrícolas, como a Serra da Bacaba, a 25 km da cidade de Alto Parnaíba, à margem da BR-235 que dá acesso ao Tocantins, cujos agricultores vindos do sul do país insistem no trabalho e o resultado é empolgante, mesmo sem estrada. Também a Serra da Fortaleza, do lado piauiense de Santa Filomena, produzindo soja, arroz, milho e até algodão. O número de desempregados é mínimo. Ainda não é o paraíso, mas promete muito. Faltam boas estradas e a presença em Alto Parnaíba do Banco do Brasil, o maior banco de fomento do país, é indispensável. Sem o BB, o caminho da agropecuária, do agronegócio, do comércio e da indústria - começam a se instalar no que será em breve o nosso distrito industrial nas margens da pavimentada MA-006 que liga Alto Parnaíba a Balsas -, será muito mais penoso.
O vereador Elias Elton do Amaral Rocha (PDT), com aprovação dos demais integrantes da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, já fez chegar à presidência do Banco do Brasil a reivindicação da população pela reabertura de nossa agência, de cuja movimentação, ainda de resistência, participei diretamente ao lado de companheiros e pessoas preocupadas verdadeiramente com nosso município, indo às ruas e promovendo os protestos mais intensos de nossa terra (as fotos - do meu arquivo pessoal - são de Carlos Biá). É preciso resgatar o movimento e a hora é essa, quando o Brasil começa a se igualar aos países mais desenvolvidos do mundo, com economia estável e disposição de crescer também no interior.
A seguir a íntegra do requerimento de Elias:
"Todos nós somos conhecedores do trauma imposto ao nosso município e ao nosso povo com o fechamento da agência do Banco do Brasil em Alto Parnaíba, fato ocorrido no início do século atual.
Considerada por alguns anos como a terceira agência do Banco do Brasil em movimentação financeira no Maranhão, o fechamento de nossa agência causou prejuízos ainda não superados em nossa comunidade, atingindo frontalmente a nossa agricultura, tanto a mecanizada como a média e pequena, bem como a pecuária, o comércio, o início da industrialização, os servidores públicos, os profissionais liberais, enfim, todas as camadas sociais e economicamente ativas.
Alto Parnaíba possui todas as condições para que a agência seja reaberta, com um território de mais de 11 mil quilômetros quadrados de extensão, terras férteis e propícias a culturas variadas, água perene e em abundância, agricultura e pecuária em franco desenvolvimento, comércio ativo, migração em ascendência, um povo trabalhador e o acesso viário facilitado com a pavimentação do trecho da MA-006 que liga nossa cidade a Balsas.
Acredito que chegou o momento de renovarmos aquele movimento popular que foi às ruas contra o fechamento da agência, com perspectivas mais promissoras de conseguirmos reabrir o Banco do Brasil em nosso município, pelas próprias condições de crescimento econômico aqui verificado, e pela importância do maior banco do país para o efetivo desenvolvimento de qualquer município brasileiro, como o nosso.
Portanto, como primeiro passo, solicito aos meus nobres pares a aprovação do presente requerimento, a ser endereçado ao Sr. Presidente do Banco do Brasil, em Brasília, para que informe a esta Casa do Povo sobre as reais possibilidades da reabertura da nossa agência, bem como o que é necessário para agilizarmos esse pleito.
Plenário Vereador Homerino Segadilha da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, Estado do Maranhão, em 15 de setembro de 2009, 188º da Independência, 121º da República e 144º da Fundação de Alto Parnaíba.
ELIAS ELTON DO AMARAL ROCHA
Vereador - PDT".
Balsas é o centro regional e pólo de desenvolvimento crescente no sul maranhense, entretanto, o Banco do Brasil em Alto Parnaíba foi o grande financiador da agricultura em grande escala, a partir de 1980, congregando produtores de toda a região e ainda dos cerrados de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí.
Alto Parnaíba possui um imenso e compacto território, com terras na grande maioria com fertilidade média e alta; cerrados e baixões ricos em água e calcário, enfim, tudo aquilo que o bom e profissional produtor precisa para fazer a terra produzir de forma sustentável, respeitando o meio ambiente, gerar empregos e divisas, fazer surgir o tão acalentado desenvolvimento.
A prova maior de que não sou apenas bairrista, é o fato de terem a agricultura e a pecuária se reerguido após o fechamendo da agência do BB, a ponto de surgirem novos celeiros agrícolas, como a Serra da Bacaba, a 25 km da cidade de Alto Parnaíba, à margem da BR-235 que dá acesso ao Tocantins, cujos agricultores vindos do sul do país insistem no trabalho e o resultado é empolgante, mesmo sem estrada. Também a Serra da Fortaleza, do lado piauiense de Santa Filomena, produzindo soja, arroz, milho e até algodão. O número de desempregados é mínimo. Ainda não é o paraíso, mas promete muito. Faltam boas estradas e a presença em Alto Parnaíba do Banco do Brasil, o maior banco de fomento do país, é indispensável. Sem o BB, o caminho da agropecuária, do agronegócio, do comércio e da indústria - começam a se instalar no que será em breve o nosso distrito industrial nas margens da pavimentada MA-006 que liga Alto Parnaíba a Balsas -, será muito mais penoso.
O vereador Elias Elton do Amaral Rocha (PDT), com aprovação dos demais integrantes da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, já fez chegar à presidência do Banco do Brasil a reivindicação da população pela reabertura de nossa agência, de cuja movimentação, ainda de resistência, participei diretamente ao lado de companheiros e pessoas preocupadas verdadeiramente com nosso município, indo às ruas e promovendo os protestos mais intensos de nossa terra (as fotos - do meu arquivo pessoal - são de Carlos Biá). É preciso resgatar o movimento e a hora é essa, quando o Brasil começa a se igualar aos países mais desenvolvidos do mundo, com economia estável e disposição de crescer também no interior.
A seguir a íntegra do requerimento de Elias:
"Todos nós somos conhecedores do trauma imposto ao nosso município e ao nosso povo com o fechamento da agência do Banco do Brasil em Alto Parnaíba, fato ocorrido no início do século atual.
Considerada por alguns anos como a terceira agência do Banco do Brasil em movimentação financeira no Maranhão, o fechamento de nossa agência causou prejuízos ainda não superados em nossa comunidade, atingindo frontalmente a nossa agricultura, tanto a mecanizada como a média e pequena, bem como a pecuária, o comércio, o início da industrialização, os servidores públicos, os profissionais liberais, enfim, todas as camadas sociais e economicamente ativas.
Alto Parnaíba possui todas as condições para que a agência seja reaberta, com um território de mais de 11 mil quilômetros quadrados de extensão, terras férteis e propícias a culturas variadas, água perene e em abundância, agricultura e pecuária em franco desenvolvimento, comércio ativo, migração em ascendência, um povo trabalhador e o acesso viário facilitado com a pavimentação do trecho da MA-006 que liga nossa cidade a Balsas.
Acredito que chegou o momento de renovarmos aquele movimento popular que foi às ruas contra o fechamento da agência, com perspectivas mais promissoras de conseguirmos reabrir o Banco do Brasil em nosso município, pelas próprias condições de crescimento econômico aqui verificado, e pela importância do maior banco do país para o efetivo desenvolvimento de qualquer município brasileiro, como o nosso.
Portanto, como primeiro passo, solicito aos meus nobres pares a aprovação do presente requerimento, a ser endereçado ao Sr. Presidente do Banco do Brasil, em Brasília, para que informe a esta Casa do Povo sobre as reais possibilidades da reabertura da nossa agência, bem como o que é necessário para agilizarmos esse pleito.
Plenário Vereador Homerino Segadilha da Câmara Municipal de Alto Parnaíba, Estado do Maranhão, em 15 de setembro de 2009, 188º da Independência, 121º da República e 144º da Fundação de Alto Parnaíba.
ELIAS ELTON DO AMARAL ROCHA
Vereador - PDT".
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