Amanhã, 17, completam sete anos que n'um dia como esse recebi uma das notícias mais tristes de minha vida, que também abalou toda a comunidade de Alto Parnaíba, sem exageros.
Eu saía do fórum da comarca, ainda o imponente prédio irracionalmente derrubado há dois anos, quando me deparei com alguém que me disse algo difícil de acreditar: o Daniel Filho, Beijoca e Djalma, que haviam saído de nossa cidade rumo a Floriano, não haviam chegado ao destino. Era a primeira noticia. Me dirigi à residência dos pais de Daniel, na mesma rua onde eu nasci e morava, torcendo para que não fosse mais uma invenção típica de bairros ou cidades pequenas. Infelizmente, não era. Todos os ocupantes do carro do Daniel, dirigido pelo Beijoca, haviam morrido em um trágico e até hoje inexplicável acidente.
Daniel Lustosa Filho, mais moço do que eu, era um grande amigo, e não digo isso pelo fato de já ter feito a viagem eterna. O vi crescer, sempre atrás de mim, querendo participar das mesmas brincadeiras e aventuras dos mais velhos. Filho único, era a atração de Santa e Daniel Lustosa Neto, e das irmãs Alaíse, Analy e Denise. Inteligente e sagaz, foi estudar em São Luís e o convívio comigo e minha família continuaram intactos. Inquieto, logo retornou à terra natal e com a mesma velocidade, se casou com Nória-Ney, que lhe deu três filhos - Isadora, Isaac e Ítalo -, a outra filha é Victória.
Daniel começou a trabalhar ainda menino e só parou com a trágica e traiçoeira morte que o espreitou n'uma noite escura na entrada da cidade maranhense de Pastos Bons. 17 de outubro, uma data inesquecível. A tragédia se abateu sobre a pequena cidade. Além de Daniel, os restos de Benjamin Rodrigues Filho (Beijoca), também parente e amigo de infância, e de Djalma Vieira, um outro jovem da família local, foram velados na Igreja Católica e sepultados no cemitério público. Beijoca foi levado para Gurupi/TO, onde vivem seus pais. Era o fim; um fim inesperado, deixando-me e creio que a todos, estupefados e sem acreditar no que estava acontecendo.
Beijoca era casado com Alaíse, irmã de Daniel; Djalma era irmão de Norinha, a mulher de Daniel, e acompanhavam o cunhado em uma viagem à cidade de Floriano, no Piauí. Não chegaram ao destino. Eram personagens ativos da vida comunitária. Daniel praticava quase todos os esportes que lhe apareciam, desde o futebol e o voley, e em todos se sobressaía. Gostava de dançar e de brincar e mesmo eficiente funcionário em todos os lugares que desenvolveu suas atividades, incluindo o meu escritório de advocacia, e da maturidade alcançada com o casamento e os filhos, era uma criança. Mantenho viva na mente a lembrança de seu sorriso permanente, de um humor típico daqueles seres humanos especiais, que não demoram muito aqui na terra. Sim, Daniel era especial.
Daniel Filho me deu o filho Isaac para ser padrinho de batismo. Prova de amizade e de estreitamento dessa afinidade construída naturalmente pelo tempo. Ele não gostava de tristeza e por essa razão, meu caro Daniel, quero apenas te dizer que teus filhos estão bem, mesmo com o sofrimento que teima em não desparecer dos olhos dos órfãos. Teus pais, mantendo uma escolinha livre de voley, com certeza para dizer a todos que tu continuas entre eles. Tua mulher é dedicada aos filhos e mantém o que tu deixastes, principalmente a vontade de viver. O Jean se casou com a Liana e assumiu os filhos desta, reabriu o hotel de Baía e até na serra já trabalhou como cozinheiro, o que não deixa de ser incrível. O Wladimir é um eterno "cendeiro" e continua se achando com apenas 15 anos. O Ivan Brito, criando os filhos e levando a vida sem atropelos, assumiu o bar do pai e, acredite se quizer, o fecha nos finais de semana. São muitos os teus amigos e todos, sem dúvida, sentem a tua falta, dentre eles o "Véio Macho", que o tempo não faz envelhecer e nem mudar o jeito de viver e de filosofar sobre as coisas do cotidiano e da antipática cachaça. Agora, eu te pergunto: e o Bruno, Plínio, Quincas, você já os encontrou? Vamos deixar a resposta para outrora, pois sei que já te cansei. Fica um abraço e uma lágrima que insiste em brotar... e tu sabes que eu não sou de chorar, a não ser pela alegria de ter contigo convivido. Viva a eternidade de Cristo sem deixar de embalar com tuas brincadeiras sadias e alegres a monotomia de São Pedro, pois sei que contigo aí no céu a casa de Deus nunca mais foi a mesma. Fique em paz.
Eu saía do fórum da comarca, ainda o imponente prédio irracionalmente derrubado há dois anos, quando me deparei com alguém que me disse algo difícil de acreditar: o Daniel Filho, Beijoca e Djalma, que haviam saído de nossa cidade rumo a Floriano, não haviam chegado ao destino. Era a primeira noticia. Me dirigi à residência dos pais de Daniel, na mesma rua onde eu nasci e morava, torcendo para que não fosse mais uma invenção típica de bairros ou cidades pequenas. Infelizmente, não era. Todos os ocupantes do carro do Daniel, dirigido pelo Beijoca, haviam morrido em um trágico e até hoje inexplicável acidente.
Daniel Lustosa Filho, mais moço do que eu, era um grande amigo, e não digo isso pelo fato de já ter feito a viagem eterna. O vi crescer, sempre atrás de mim, querendo participar das mesmas brincadeiras e aventuras dos mais velhos. Filho único, era a atração de Santa e Daniel Lustosa Neto, e das irmãs Alaíse, Analy e Denise. Inteligente e sagaz, foi estudar em São Luís e o convívio comigo e minha família continuaram intactos. Inquieto, logo retornou à terra natal e com a mesma velocidade, se casou com Nória-Ney, que lhe deu três filhos - Isadora, Isaac e Ítalo -, a outra filha é Victória.
Daniel começou a trabalhar ainda menino e só parou com a trágica e traiçoeira morte que o espreitou n'uma noite escura na entrada da cidade maranhense de Pastos Bons. 17 de outubro, uma data inesquecível. A tragédia se abateu sobre a pequena cidade. Além de Daniel, os restos de Benjamin Rodrigues Filho (Beijoca), também parente e amigo de infância, e de Djalma Vieira, um outro jovem da família local, foram velados na Igreja Católica e sepultados no cemitério público. Beijoca foi levado para Gurupi/TO, onde vivem seus pais. Era o fim; um fim inesperado, deixando-me e creio que a todos, estupefados e sem acreditar no que estava acontecendo.
Beijoca era casado com Alaíse, irmã de Daniel; Djalma era irmão de Norinha, a mulher de Daniel, e acompanhavam o cunhado em uma viagem à cidade de Floriano, no Piauí. Não chegaram ao destino. Eram personagens ativos da vida comunitária. Daniel praticava quase todos os esportes que lhe apareciam, desde o futebol e o voley, e em todos se sobressaía. Gostava de dançar e de brincar e mesmo eficiente funcionário em todos os lugares que desenvolveu suas atividades, incluindo o meu escritório de advocacia, e da maturidade alcançada com o casamento e os filhos, era uma criança. Mantenho viva na mente a lembrança de seu sorriso permanente, de um humor típico daqueles seres humanos especiais, que não demoram muito aqui na terra. Sim, Daniel era especial.
Daniel Filho me deu o filho Isaac para ser padrinho de batismo. Prova de amizade e de estreitamento dessa afinidade construída naturalmente pelo tempo. Ele não gostava de tristeza e por essa razão, meu caro Daniel, quero apenas te dizer que teus filhos estão bem, mesmo com o sofrimento que teima em não desparecer dos olhos dos órfãos. Teus pais, mantendo uma escolinha livre de voley, com certeza para dizer a todos que tu continuas entre eles. Tua mulher é dedicada aos filhos e mantém o que tu deixastes, principalmente a vontade de viver. O Jean se casou com a Liana e assumiu os filhos desta, reabriu o hotel de Baía e até na serra já trabalhou como cozinheiro, o que não deixa de ser incrível. O Wladimir é um eterno "cendeiro" e continua se achando com apenas 15 anos. O Ivan Brito, criando os filhos e levando a vida sem atropelos, assumiu o bar do pai e, acredite se quizer, o fecha nos finais de semana. São muitos os teus amigos e todos, sem dúvida, sentem a tua falta, dentre eles o "Véio Macho", que o tempo não faz envelhecer e nem mudar o jeito de viver e de filosofar sobre as coisas do cotidiano e da antipática cachaça. Agora, eu te pergunto: e o Bruno, Plínio, Quincas, você já os encontrou? Vamos deixar a resposta para outrora, pois sei que já te cansei. Fica um abraço e uma lágrima que insiste em brotar... e tu sabes que eu não sou de chorar, a não ser pela alegria de ter contigo convivido. Viva a eternidade de Cristo sem deixar de embalar com tuas brincadeiras sadias e alegres a monotomia de São Pedro, pois sei que contigo aí no céu a casa de Deus nunca mais foi a mesma. Fique em paz.
A foto acima, do meu arquivo pessoal, mostra o Daniel Filho festejando em cima do fusca do Keshin Fukui, o Japa, em uma carreata durante minha campanha eleitoral de 2000.
QUEM TEM NO SEU CONVÍVIO PESSOAS COMO DR. DÉCIO, TEM A CERTEZA QUE A MEMÓRIA DE NOSSO POVO, NOSSA CULTURA NUNCA NUNCA IRÁ SER ESQUECIDA. PARABÉNS PELO TEXTO, PELA EMOÇÃO..
ResponderExcluirQUERO APROVEITAR ESSE ESPAÇO E DEIXAR TAMBÉM A MINHA HOMENÁGEM A DANIEL.
DANIEL ( PASSARINHO) FILHO,
FOI-SE EMBORA ATRÁS DO BÓLIDO.
E Ñ ESQUECEU DE LEVAR CONSIGO
SEU POEMA MAIS QUERIDO, SEU DRIBLE MAIS PERFEITO.
SUA ALEGRIA INCONTIDA.
DANIEL (ALEGRIA)FILHO
TINA UM COMPROMISSO COM O FUTURO.
MAIS SE ADIANTOU PORQUE SABIA,
QUE MISSA, BOLA E MARÉ,
A GENTE ESPERA DE PÉ...
DANIEL ( DOS MUITOS SONHOS) FILHO
FOI- SE EMBORA DEPOIS DE POUCOS AVISOS
MAIS Ñ QUERIA CHEGAR A LUGAR NENHUM
... E FOI A CASA DE DEUS.
ONDE TEM UMA CAMISA DE TITULAR E UMA GRNANDE TORCIDA GRITANDO GOOL!
DANIEL ( FILHO) DE DANIEL PAI
FOI-SE EMBORA, FOI JOGAR EM OUTRO TIME.
PARA DANIEL PAI, ELE SERÁ SEMPRE FILHO
PARA SUA MÃE SANTA, ELE SERÁ SEMPRE HEROI
PARA SEMPRE, IDOLO DE TODOS NÓS.
NO CEU, POR CERTO, ESTARÁ ESPERANDO, OS QUE NEM TÃO PASSARINHOS, POSSIVELMENTE, PASSARÃO.
Com muitas saudades.
Palmas 31/10/2002
Tunico Mascarenhas
Daniel Filho grande idolo do esporte alto parnaibano. saudades eternas!!!
ResponderExcluir(Rômullo)
Décio:
ResponderExcluirTristeza em saber disso. Morei em AP de dezembro de 81 a dezembro de 84. Estudei com Daniel. Mesmo depois de sete anos decorridos, sinto-me como se fosse agora.