quinta-feira, 29 de setembro de 2011

EX-DEPUTADO PROCESSADO POR NEPOTISMO

Gestores ou comissionados com chefia da administração pública nos três níveis de governo no Brasil ainda insistem em não reconhecer a mudança dos costumes, a indignação crescente da opinião pública, a vigilância permanente da mídia e de entidades respeitáveis da sociedade civil, a investigação permanente e eficiente de bons e corajosos promotores de Justiça e procuradores espalhados por nosso vasto país - estes não precisam de câmeras ou holofotes para o cumprimento de seus deveres institucionais.

O Supremo Tribunal Federal editou a súmula vinculante nº 13, com força de lei, que veda a prática do nepotismo - direto ou indireto, cruzado ou não -, no serviço público brasileiro. E não é só governador e prefeito que não podem nomear parentes para cargos comissionados ou de confiança em sua esfera de poder, nem deputado ou vereador empregar parentes e um parlamentar nomear comissionado um parente de um colega para o seu gabinete. Também assessores, secretários, secretários adjuntos, diretores, chefes de departamentos, enfim, todos aqueles que detêm poder de autoridade, mesmo em repartições distintas, não podem nomear ou consentir com a nomeação de parentes para o serviço público.

É o que está acontecendo em Balsas, a cidade pólo regional do sul do Maranhão. A promotora de Justiça Uiuara de Melo Medeiros, da primeira promotoria, protocolou ontem, 28 de setembro ação por improbidade administrativa contra um pequeno grupo liderado pelo médico e ex-deputado estadual Francisco Martins Santos Filho, que nos anos 1980 e 1990 chegou a obter a maioria dos votos do eleitorado de Alto Parnaíba (triste era do malfadado "paraibismo", que ainda teima em se manter no poder), sem que na sua passagem de três ou quatro mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa maranhense - inclusive deputado considerado forte por ser aliado do então governador Luiz Rocha e de seu primeiro ministro Francisco Coelho - tivesse trazido algum benefício para o nosso município que merecesse ficar registrado na história ou por mera lembrança. Nada fez.

A ação promovida pelo Ministério Público estadual tem por base, resumidamente, o seguinte: Francisco Martins exerce atualmente o cargo comissionado de assessor especial de apoio institucional do governo do estado (sic) e antes era secretário adjunto extraordinário de articulação com os municípios do governo do Maranhão (êta, para que serve essa secretaria com nome tão longo?) Ao mesmo tempo e no mesmo serviço público do Poder Executivo do mais pobre estado do país, Kiara Martins Silva Morais, sua sobrinha, é gestora da unidade estadual de saúde de Balsas; outra sobrinha do ex-deputado, Silma Maria Martins da Silva, exerce o cargo também comissionado de chefe do setor de vigilância epidemiológica e sistema de informação da regional estadual de Balsas; e o companheiro de Socorro Martins, irmã de Francisco Martins, de nome Helder Soares de Araújo é auditor do SUS em Balsas. Todos são réus no aludido processo, não escapando nem o namorado da irmã do chefe em face da relação de parentesco.

Vale registrar trecho da petição assinada pela promotora Uiura Medeiros:

"A prática do nepotismo destrói os pilares da administração, fere de morte os seus princípios, atenta contra a República, sendo claro exemplo de como, ainda nos dias atuais, há quem trate a coisa pública como sua". Nada mais atual, infelizmente, em Alto Parnaíba.

Fonte: Jornal Pequeno, versão eletrônica, de São Luís, ed. 29.09.2011.

ALTO PARNAÍBA MERECE O BB DE VOLTA



Quando do fechamento drástico da agência do Banco do Brasil no município sul maranhense de Alto Parnaíba há dez anos, já não existia razão alguma que pudesse justificar a decisão impensada e prejudicial ao franco desenvolvimento de uma região rica em terras, com agricultura já estruturada, propícia à pecuária, ao comércio, à indústria - indústrias de calcário estavam instaladas -, aos serviços, com excelente localização geográfica.
Movimento popular contra o fechamento da agência do BB. Fotos: arquivo pessoal.

Mesmo sem a agência do BB, que por anos foi a terceira em movimentação financeira no Maranhão e a maior no sul do estado, a agricultura em grande escala cresceu vertiginosamente e com a introdução de outras culturas, como do algodão, a pecuária voltou a se recuperar e com melhoria do rebanho, o comércio cresceu, as indústrias de calcário ampliaram, o desejado trecho da MA-006 entre Alto Parnaíba, Tasso Fragoso e Balsas até que enfim foi pavimentada, os serviços de luz e telefonia se ampliaram e a qualidade avançou, a renda das famílias aumentou, o desemprego praticamente não existe em face principalmente das fazendas-empresas e do agrenócio, que se instalou em definitivo no município, onde uma área próxima à cidade e à margem da rodovia estadual acima mencionada sinaliza para um futuro distrito industrial e comercial.



Ontem o Bradesco inaugurou sua agência em nossa cidade. É o maior banco privado do país a reconhecer o crescimento econômico de Alto Parnaíba. Sabemos das limitações do poder público e da administração municipal, carente até de capacidade de gestão e movida pelo danoso combustível da inoperância e da falta de espírito público aliado à ingênua certeza da impunidade (para não ir além) e do cinismo com a coisa pública descarado em vários setores do governo. Entretanto, a gente e o município estão acima de gestões passageiras, cujo voto autônomo da maioria aniquila com os maus governos, é a regra. Precisamos de mais investimentos e a vinda de grandes produtores rurais para Alto Parnaíba é constante. Agora, falta o retorno da agência do Banco do Brasil, com uma política voltada também ao atendimento e financiamento do pequeno e médio produtores, comerciantes, empresários, autônomos, pessoas que querem crescer economicamente, possuem projetos viáveis e se encontram impedidas, por falta de incentivo e dinheiro, de concretizá-los, gerando o bem coletivo .

Sobre esse desejo incontido no próprio orgulho do povo e dos habitantes de Alto Parnaíba, o vereador Elias Elton Amaral Rocha (PDT) reiterou ontem, 28.09, ao Banco do Brasil, em Brasília, pedido de providências aprovado unanimemente pela Câmara Municipal em 15.09.2009, pleiteando, pelas razões ali expostas, a reinstalação ou instalação de nova agência do maior banco brasileiro em nossa terra.

Vejamos trecho do documento:

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

AGÊNCIA DO BRADESCO

A partir das 10:30 hs de hoje, 28.09, o Bradesco estará inaugurando a sua primeira agência na cidade de Alto Parnaíba, no extremo sul maranhense, localizada na rua Prefeito Lourival Lopes, próxima à Câmara Municipal.

É uma boa notícia e a certeza de que a potencilidade e viabilidade econômicas de Alto Parnaíba é uma realidade concreta. Tínhamos apenas uma agência, do Basa, após perdermos injustificadamente a do Banco do Brasil, que, por anos, foi a terceira agência em movimentação no Maranhão.

Tomara que o Bradesco realmente venha para investir, contribuir para o desenvolvimento de nossa terra, um município com vasto território, água perene e em ambulância, terras férteis propícias à agricultura e à pecuária já com uma agricultura bastante avançada e dinâmica, o agronegócio se instalando, uma gente trabalhadora, enfim, Alto Parnaíba é tão viável quanto Balsas, Luís Eduardo Magalhães ou Barreiras. Vale a pena acreditar e investir. Agora falta a volta do Banco do Brasil.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AMBULÂNCIA DO SAMU NA GARAGEM

O programa Fantástico, da Rede Globo, de ontem denunciou a caótica situação de ambulâncias públicas, principalmente do Samu, em sete estados do país, a maioria parada nas Prefeituras e secretarias estaduais de saúde em consequência da burocracia danosa que impera no serviço público brasileiro.

O município de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, recebeu há uns quatro meses uma ambulância zero quilômetro do governo federal, exatamente do Samu. Pelo que consta, essa ambulância estaria parada por ausência de profissionais capacitados, a partir do motorista e enfermeiros, para a condução e atendimento exigidos pelo programa.

Enquanto isso, a saúde pública em um município distante 1.080 km da capital do estado, com serviço público de saúde abaixo da média, ou mesmo do mínimo tolerável, se dá ao luxo de não utilizar uma ambulância moderna, adaptada, adequada ao transporte de pacientes em estado mais crítico. É preciso que as autoridades municipais da área se mexam, esqueçam a eleição do próximo ano e a vaidade pessoal e se empenhem de verdade em encontrar uma solução imediata para esse problema burocrático, cuja exigência é demasiadamente irreal para a realidade do Brasil.

domingo, 25 de setembro de 2011

POUCOS MÉDICOS

Com a aprovação do projeto de lei que regulamenta a emenda 29, à Constituição Federal, na semana passada pela Câmara dos Deputados, com a fixação da participação financeira da União, Estados e Municípios nas despesas com a saúde pública, o aumento dos recursos e um maior controle sobre a sua aplicação e administração, já é um passo importante na busca de uma solução mais longa para a área mais vital de qualquer nação. Falta agora a palavra final do Senado da República.

No município de Alto Parnaíba, o primeiro banhado pelas águas maranhenses do rio Parnaíba, temos apenas quatro médicos clinicando, dos quais apenas um da rede pública municipal. Existem uma clínica particular, cujo profissional divide seu precioso tempo com o vizinho município piauiense de Santa Filomena, um hospital particular conveniado ao SUS, com apenas dois médicos e um pedaço do hospital público municipal, com apenas um profissional, no caso uma médica com nacionalidade cubana, que está se multiplicando para cobrir o atendimento, pela Prefeitura, das pessoas que não podem pagar uma consulta médica - a maioria.

Na zona rural de um município extenso, não existe um único ambulatório, muito menos posto de saúde e ao contrário de Santa Filomena, onde a Prefeitura disponibiliza a ida pessoal de um médico e de odontólogo a determinadas regiões do interior, como do distrito de Matas, do lado de cá do Velho Monge quem precisa de uma simples consulta é obrigado a enfrentar, quando não a pé ou em lombo de burro, carrocerias de caminhões transformadas em transporte de gente, com passagens caríssimas e estradas que não merecem esse termo, e ainda deparar com imensas filas para o atendimento pela única médica da Prefeitura.

Também grave o fato de inexistir médico plantonista, ou seja, em caso de urgência é preciso bater às portas da casa de residência do profissional e obter a orientação, por telefone, deste ao técnico em enfermagem que fica de plantão. Isso quando a gravidade do estado de saúde da pessoa já não se encontra no divisor com a morte. É lamentável, mas é a realidade. Na minha terra, distante 1.080 km de São Luís, o governo estadual não mantém um único médico, enfermeiro, odontólogo ou posto de saúde, n'um permanente desprezo que causa indignação. Urgem medidas do Ministério Público estadual e federal.

sábado, 24 de setembro de 2011

MORTE DE EX-VEREADOR

Acabo de receber a triste notícia da morte súbita (provavelmente de aneurisma cerebral), na madrugada, de Moisés Brito do Amorim, aos 53 anos de idade, quando dormia ao lado de sua esposa na cidade de Alto Parnaíba, extremo sul maranhense.

Moisés era filho de Martiniano Barreira do Amorim, hoje com 89 anos de idade, e de dona Desirée Brito do Amorim, já falecida, casado com Hilnete Oliveira Borges do Amorim, deixa três filhos.

Pecuarista e agricultor, Moisés também enveredou na política e foi vereador no município de Alto Parnaíba.

Era o mais velho dos filhos do segundo casamento de sua mãe. Dona Dezirée foi casada em primeira núpcias com Pedro Damasceno Brito, com quem teve dois filhos apenas, Pedro Damasceno Filho, também morto subitamente, e Luiza Damasceno Ferreira, a Lulu. Com Martiniano, além de Moisés, teve Dalva, Maria da Conceição (Ceiça), Martiniano Barreira Filho, o Barreira, atualmente gerente da agência do Banco do Brasil em Balsas, Águida Maria, Firmino José (vereador e ex-presidente de nossa Câmara Municipal), Paulo Ubiratan, proprietário do maior escritório de contabilidade de Alto Parnaíba, e Fernanda Olinda.

Moisés era descendente direto da família Lustosa Brito, desbravadora de Alto Parnaíba, neto materno de Olinda Brito Moreira (prima em primeiro grau de meu avô paterno, Antonio de Araújo Rocha) com Firmino Moreira, bisneto de Moisés Lustosa de Britto, este filho de Cândido Lustosa de Britto, fundador de nosso município.

Amigo de infância e de toda a vida de meu irmão Antonio Rocha Júnior, falecido inesperadamente aos 35 anos em 26 de março de 1992, Moisés manteve essa amizade sólida com todos de nossa casa. Torcedor leal do Fluminense Futebol Clube, foi um dos melhores jogadores de futebol de nossa região, era uma pessoa simpática, trabalhadora, cordial. Enfim, nosso município perde um de seus melhores quadros.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PARQUE FICTÍCIO

Em julho de 2002, faltando apenas seis meses para deixar o Palácio do Planalto, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou decreto criando o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, que, a primeira vista, parece ter sido uma boa medida.

Esse Parque possui quase 730 mil hectares de terras, a grande maioria dentro do território do município sul maranhense de Alto Parnaíba, a 1.080 km de distância de São Luís. O que esse parque menos abrange são exatamente as nascentes do maior rio genuinamente nordestino.

Não se sabe como esse parque foi demarcado, provavelmente de avião, já que por terra não foi. Nenhuma audiênca pública foi realizada. Nenhum ribeirinho, posseiro, proprietário ou mesmo as autoridades municipais foram ouvidos. Simplesmente, Brasília nos impôs, sem a mínima consulta, esse parque que, decorridos quase dez anos, nunca funcionou, a não ser para criar constrangimentos aos proprietários rurais e ribeirinhos em uma das regiões mais distantes e desassistidas de Alto Parnaíba e do próprio Maranhão. Talvez para atender ao caprinho de alguém, o professor de catédra sociológica e que pouco visitou o Brasil - a minha região ele não sabe sequer se fica no território brasileiro -, cujo governo não trouxe estradas, pontes, apoio à agropecuária, água e luz para aquela gente rurícola abandonada, enfim, o mínimo de cidadania e de dignidade da pessoa humana, impôs de cima para baixo um monstrengo irreal, não funcional, sem eira nem beira, que deixa a margem e as nascentes do Parnaíba para atingir terras em outras regiões, cujo devaneio demarcatório é fruto da pressa do governo em se mostrar eficiente na defesa da natureza.

Ora, participei pessoalmente da redação de uma emenda aos atos transitórios da Constituição do Maranhão que criou um parque estadual exatamente nas nascentes maranhenses do grande rio, no lugar Água Quente, com 36 mil hectares de terras públicas estaduais, sem necessidade de desalojar ninguém, de desapropriar, de impor sacrifícios, de barrar a produção.

Nenhum posseiro ou proprietário foi indenizado pelo governo federal pelas terras desapropriadas forçosamente, sem o mínimo direito à defesa. Os poucos que ingressaram na Justiça aguardam, ainda em primeira instância, que a Justiça Federal no Maranhão diga qual a vara competente para processar as ações. Enquanto isso, nada pode ser feito, nem uma simples benfeitoria, tirando o próprio ânimo do rurícola em permanecer no seu habitat natural.

Sou totalmente a favor do parque estadual no lugar Água Quente e da proteção rigorosa das margens do rio Parnaíba e de seus afluentes, incluindo suas nascentes, o que já é previsto legalmente. Agora, o parque nacional como está não pode e nem deve continuar; é preciso revisá-lo. Na época, o então prefeito de Santa Filomena, do lado piauiense do Parnaíba, Ernani de Paiva Maia, na defesa dos interesses de sua terra, não permitiu politicamente que sequer um hectare de seu território fosse incorporado ou integrado ao aludido parque.

Em Alto Parnaíba, qualquer desenvolvimento custa a chegar, cuja distância geográfica se multiplica no descaso, no abandono, na burocracia, na falta de comprometimento público da maioria dos políticos. Além disso, infelizmente, estamos há mais de nove anos engolindo forçosamente uma decisão presidencial equivocada, fruto da imaginação de quem jamais pensou realmente no meio ambiente, na natureza, nas pessoas, nas terras e no desenvolvimento sustentável de nosso município.

Como para revogar ou alterar um decreto do presidente da República apenas outro decreto ou decisão judicial, aí reside a esperança da maioria absoluta de nosso povo, especialmente do distrito de Curupá e dos lugares Taboca, Macacos, Brejinho, Castelo, Boqueirão, Cachoeira, Promissão, Porto Alegre, Curralinho, Mundéu, Val, Brejo da Roça, Mundo Novo, Bonfim, Lavras, Galiléia, Brejão, Uruçú e muitas outras localidades esquecidas pela escuridão dos governos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PREFEITURA COMO MEIO DE FICAR RICO

Infelizmente, o título acima reflete a mais pura verdade no município onde nasci, trabalho e vivo quase confinado sem de lá, ou cá, quase sair, por opção própria. Alto Parnaíba, no sul maranhense, sem saudosismo, até pouco mais de vinte anos atrás não era assim. Agora é e a impunidade, o cinismo, a prepotência, a mentira e a ganância de meia dúzia de pseudo-líderes, aproveitadores das mínimas necessidades do povo, tornaram-se um perigoso exemplo e incentivo de que chegar ao comando da Prefeitura ou participar de uma administração local, não interessando a ideologia do passado ou o comportamento deplorável do gestor, é o único meio de vencer fácil na vida, sem trabalhar, sem suar, sem se sacrificar, ou seja, com o dinheiro da mais cobiçada das viúvas é facílimo crescer economicamente e até mesmo ficar rico.

A prova maior é de que alguns ex-prefeitos e mesmo ex-secretários municipais nunca mais trabalharam, se é que já haviam feito tamanho sacrífico antes do poder. Continuam, mesmo achando-se apenas temporariamente fora da Prefeitura, à espera de uma nova chance de voltar ao roubo do dinheiro público deitados em redes e farras esplêndidas com o dinheiro da saúde, da educação, das estradas, dos medicamentos, das pontes, do esporte, da merenda e do transporte escolar, da cultura, do funcionalismo público, da habitação, da segurança, dos serviços.

Felizmente, essas turmas ou quadrilhas do erário do município é formada por poucos, sendo majoritária uma população que, mesmo ainda silenciosa, reage como revolucionária quando não aplaude e nem vaia o prefeito ou os ex-prefeitos e pré-candidatos; quando ignoram outros gestores da municipalidade; quando desprezam famílias menores que não aprenderam a mínima lição de moral e de respeito às leis e ao próximo, construídas com a pregação de que apenas a velha Prefeitura poderia tornar-lhes ricos. É uma riqueza efêmera, passageira, enganosa e muitos larápios do dinheiro do povo alto-parnaibano já sinalizam no físico, na mente e no bolso que nada disso valeu ou vale a pena.

No mais, mesmo distante da capital do estado ou de Brasília, o município de Alto Parnaíba também é Brasil e essa indignação que toma conta aos poucos da nação já respinga aqui, bem como, também cá no alto sertão, a polícia, os órgãos de controle das contas públicas e a Justiça não tardarão, muito menos o povo permanecerá calado infinitamente, já que o pleito de 2012 se aproxima e a maior resposta de uma gente altiva é o voto, que iguala os homens assim como a morte.

domingo, 18 de setembro de 2011

PROBLEMAS DE SEMPRE

Os apagões em Alto Parnaíba, no extremo sul maranhense, já sinalizam que, após breve intervalo, voltaram com todo o fôlego, ou exatamente falta de luz.

A queda no fornecimento de energia elétrica voltou a ser diária e durante quase todos os períodos do dia. Ontem, a partir do final da tarde e até a noite, a escuridão imposta aos alto-parnaibanos pela companhia energética do Maranhão foi total e, como d'antes, sem qualquer aviso prévio. Essa crítica situação de desrespeito voltou a atanazar a vida dos consumidores da Cemar e de toda a população em minha cidade.

Um outro assunto que, a primeira vista, seria desinteressante, mas não o é. Assim como o imperador Nero ao colocar fogo em Roma para deleite doentio próprio de poeta sem rima e sem versos, em Alto Parnaíba ainda existem prefeitos que, talvez por nada construírem, gostam de destruir ou mesmo de permitir que até a natureza seja destruída.

Recentemente e não se sabe para que tipo de prazer, o ex-prefeito mandou máquinas e homens pagos com o dinheiro do povo, destruírem literalmente o mais belo prédio erguido exclusivamente com recursos municipais, onde funcionava o fórum da comarca na praça coronel Adolpho Lustosa, dizem alguns que a intenção do alcaide de pouca imaginação proveitosa seria apagar, como se a história permitisse, obras construídas por um falecido antecessor seu. No lugar do prédio, nada a não ser fossas a ceu aberto emoldurando os banheiros públicos cujo cenário superior é uma imagem de Nossa Senhora das Vitórias, também adquirida com o dinheiro do sofrido povo de Alto Parnaíba na mesma malfadada gestão.

Há poucos meses, também sem qualquer razão, a Prefeitura mandou derrubar duas antigas amendoeiras plantadas no largo Poeta Luiz Amaral, ao lado da praça coronel Antonio Luiz, na parte mais histórica da cidade, à margem do rio Parnaíba, por um de seus mais ilustres moradores, o saudoso humanista Aderson Lustosa do Amaral Brito. As amendoeiras emolduravam as três palmeiras imperiais, também plantadas por Aderson, e nenhum mal faziam, nenhum risco representavam, ao contrário, embelezavam o lugar, serviam de sombra em um clima quase sempre quente e de cartão turístico em tantas imagens que mostram o início de Alto Parnaíba na internet.

Dizem que as amendoeiras foram derrubadas para permitir a construção de uma quadra de esportes no local. Ora, tenham a santa paciência com o mínimo da inteligência alheia! Se a única quadra existente em Alto Parnaíba está abandonada e outra, no bairro Santo Antonio, cujas obras não foram concluídas pelo ex-gestor municipal - a verba destinada pelo governo federal era elavadíssima para a envergadura da construção -, quem é que vai acreditar que essa quadra vai ser construída? Por fim, no mais meridional município do Maranhão nenhuma obra está sendo erguida pela atual administração municipal.

Fica um apelo: é grave não construir; agora, destruir é catastrófico.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

FOTOS DO DESRESPEITO








O Banco da Amazônia e sua agência na cidade sul-maranhense de Alto Parnaíba parecem se fazer de mudos, ou, no mínimo, acreditam que estão incólumes às leis e aos direitos consagrados dos cidadãos.
Filas intermináveis. Falta de numerário, mesmo o cidadão possuindo dinheiro suficiente para o saque. Acomodações precárias. Essa é a situação lastimável, em afronto ao Código de Defesa do Consumidor, ao Código Civil e à Constituição do Brasil. Na semana passada, a gerência teve que chamar a polícia militar, que possui contigente mínimo para atender um extenso município, com medo de agressões e depredações por parte de pessoas pacatas e de bem, a maioria idosa que tão-somente desejava receber o seu benefício para pagar as contas nos mercados e suprir as necessidades para voltar aos seus lares no interior do município e nos bairros da cidade. É uma indignidade o que o Basa está fazendo com a população de Alto Parnaíba e de Santa Filomena, da outra margem do Parnaíba, obrigada pelo Brasil irreal a usar os péssimos serviços desse banco oficial.
As fotos dizem da situação da semana passada, que continua perdurando, e o PDT, diretório de Alto Parnaíba, encaminhará representação ao Ministério Público do Estado do Maranhão, através de seu Promotor de Justiça em nossa comarca, para as providências urgentes e cabíveis contra tamanho desrespeito, abuso e violência às leis e à Constituição, já que os Poderes constituídos do município alto-parnaibano, lerdos, omissos ou coniventes, tudo aceitam desde que seja errado.

Fotos: Léo Nogueira

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Alto Parnaíba é um dos municípios do Maranhão com mais água doce perene - rios, ribeirões, brejos, lagoas e pequenas nascentes -, além de um subsolo comprovadamente rico nesse elemento indispensável à vida.

Entretanto, o abastecimento de água potável é precário e sem solução à vista. O poço da Companhia de Águas do Maranhão foi construído ainda no início da década de 1970, quando prefeito Corintho de Araújo Rocha e governador Pedro Neiva de Santana, ribeirinho do Parnaíba nascido em Nova Iorque e que trouxe para o alto sertão, além da água, a energia elétrica e estradas cascalhadas.

Com o crescimento da cidade e surgimento de bairros, o sistema praticamente ruiu, tecnicamente impossível atender a toda a comunidade, ainda dependendo da energia elétrica, outro grave problema, atualmente com sinais de melhoria.

Vale ressaltar, por sua vez, e a história exige isso, que, quando a Prefeitura Municipal não dispunha de tantos recursos fixos, o ex-prefeito Antonio Rocha Filho, o Rochinha, em meados dos anos 1980, em seu segundo governo, implantou um sistema municipal de abastecimento de água potável com a abertura de três poços artesianos nos bairros Santa Cruz, São José e Santo Antonio. No primeiro, a água, com tubalação, canos e demais instrumentos adquiridos pelo Município, foi levada às casas, assim como em mais da metade do São José, tudo gratuitamente, e iniciadas as obras no último bairro.

Infelizmente, a primeira decisão do sucessor de meu pai, José de Freitas Neto, o Zé Paraíba, além de fechar o único hospital público do município, foi vender o sistema municipal de água à Caema, estatal que monopoliza o fornecimento do produto no Maranhão. Tudo não voltou à estaca zero; piorou e em mais da metade dos domicílios alto-parnaibanos a água não chega com frequência, ainda mais grave para as famílias carentes.

Ontem, o apresentador José Bonifácio Bezerra, em seu prestigiado programa de domingo na Rádio Comunitária Rio Taquara FM, da vizinha cidade piauiense de Santa Filomena, leu artigo do ex-bancário, comerciante e ativista político Louasil Lemos denunciando essa lastimável situação, verdadeiro contraste em um município fartamente banhado por água doce limpa e pura, enquanto as autoridades estaduais e locais se silenciam, na mudez do desprezo, permanecendo o desperdício de parte da água produzida pela Caema, jogada no brejo do Rapadura, que corta a cidade. É preciso mobilização da comunidade.

domingo, 11 de setembro de 2011

ADMINISTRAÇÃO NO ESCURO

Há poucos dias a Cemar, que é a única empresa concessionária de energia elétrica no Maranhão, suspendeu o fornecimento do produto a vários órgãos da administração pública municipal de Alto Parnaíba, no extremo sul do estado, a começar pelos prédios da Prefeitura e da Câmara Municipal, além de secretarias, matadouro e setores da saúde. A alegação para ato extremo seria a falta de pagamento das faturas de luz pela Prefeitura, cujo valor acumulado em meses seria assustador para a realidade orçamentária local.

Ontem, em sua versão eletrônica o jornal O Imparcial, de São Luís, publicou materia de Gil Carvalho denunciando que os mesmos fatos ocorreram no município de Governador Edison Lobão, levando o prefeito Lourenço Moares a responder queixa-crime e a ter que prestar informações em audiência pública na Câmara de Vereadores. A polícia civil e o Ministério Público, segundo a reportagem, investigam a origem do débito e cheques sem fundo emitidos pelo gestor geral. Quase todos os vereadores se manifestaram, inclusive o presidente do legislativo daquele município também maranhense, em que demonstram preocupação com uma dívida que alcança quase R$ 1 milhão. Os dois últimos ex-prefeitos também serão convocados para depor na Câmara.

Em Alto Parnaíba, não sei o tamanho da conta. O que importa é saber onde o dinheiro para pagar as contas de luz foi parar, já que não foi para a Cemar. A população precisa e deve saber onde o seu dinheiro é aplicado. Que a Câmara Municipal de nossa terra siga o exemplo dignificamente de sua co-irmã de Governador Edison Lobão e que a própria Cemar acione o MP. É o mínimo que a cidadania exige.

sábado, 10 de setembro de 2011

A NOSSA HISTÓRIA

A família Rocha, em Alto Parnaíba, no sul do Maranhão, teve início com a vinda de meu avô paterno, Antonio de Araújo Rocha, e de seus irmãos, de Corrente, no sul piauiense, para a então Victória do Alto Parnaíba, com aproxidamente cinco anos de idade, acompanhando a mãe que, enviurara de seu pai, e contraíra novas núpcias.



Foto: álbum de minha família.



Nascido em 10 de setembro de 1885, em Corrente, Antunim Rocha, como era conhecido, ficou órfão do pai, Elias da Cunha Rocha, ao lado de três outros irmãos, Rita de Cássia Rocha do Amaral Britto (Ritinha), Leocádia Rocha Nogueira e Manoel de Araújo Rocha (Manezim). Elias encontra-se sepultado na Fazenda Retiro dos Rocha, atualmente município de Gilbués, no Piauí.

Viúva com pouco mais de vinte anos de vida, minha bisavó Maria Izidora de Araújo Rocha (Izidorinha) casou-se pela segunda vez com David Lustosa de Britto, filho do fundador de Alto Parnaíba, Cândido Lustosa de Britto, com quem teve mais três filhos: Elpídio de Araújo Brito, Maria Adalgiza de Araújo Brito (Ziloca) e Raimundo de Araújo Brito (Mundico).

Antunim Rocha casou-se com minha avó Ifigênia Maria do Nazareth, filha do coronel Leopoldo Lustosa da Cunha com Maria Benedita do Nazareth (Bibi), em 1909. Leopoldo era filho do Barão de Santa Filomena, advogado provisionado de rara inteligência e prefeito de Santa Filomena, do outro lado do Parnaíba.

Desde o casamento, meus avós passaram a morar na mesma casa onde todos os filhos nasceram e onde vieram a falecer, ele em 1956 e ela, em 1969, permanecendo ali minha tia Tirzah de Araújo Rocha (Tirzahinha), hoje com 82 anos de idade, que não se casou.

O casal teve os seguintes filhos: Elias de Araújo Rocha, José Benedito de Araújo Rocha, Maria Izidora Rocha do Amaral Brito, Ritinha de Araújo Rocha, Antonio Rocha Filho (Rochinha, meu pai), Corintho de Araújo Rocha, Ben-Hur de Araújo Rocha, Tirzah de Araújo Rocha, Manoel Carmona de Araújo Rocha e Júnia de Tarso Rocha e Aragão. Apenas Tirzah e Júnia permanecem entre nós.

Dessa origem, dezenas de netos, bisnetos e trinetos. Morto aos 71 anos de idade, em abril de 1956, Antunim Rocha era um homem inteligente, apreciador de bons livros, audacioso para o seu tempo, rompendo, em Victória do Alto Parnaíba, com a família que dominava a política desde a fundação do lugar, colocando-se na oposição a parentes de seu padrasto, liderando outra facção da família Lustosa, Amaral, Brito e possibilitando o surgimento de novas lideranças políticas.

Foi coletor de rendas, vereador e fazendeiro, ficando praticamente cego dos dois olhos ainda relativamente jovem. Trouxe de Corrente, sua cidade natal, ao lado de Carlos Lustosa do Amaral, o Carreta, a Igreja Batista e a fundou em nossa cidade, enfrentando a resistência carola predominante na Igreja Católica. Interlocutor privilegiado, manteve diálogo permanente com padres e lideranças políticas que lhe eram contrárias. Em sua casa, cujo quintal dá acesso ao rio Parnaíba, recebia todas as pessoas da comunidade e de municípios vizinhos, que buscavam orientação, apoio e conselhos em vários aspectos da vida. Com uma autoridade moral quase incomum, a todos atendia, com objetividade e firmeza em suas colocações.

Não cheguei a conhecê-lo pessoalmente, mas a história alto-parnaibana e fatos narrados por meu pai e seus irmãos, impregnaram em mim a extrema admiração por esse homem extraordinário, que não acumulou riquezas, que não se entregou aos poderosos e jamais abençoou a corrupção e a covardia.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CONTRA A CORRUPÇÃO

Neste exato momento, da tribuna do Senado, o correto e corajoso senador Pedro Simon, com a fibra cívica de seus 80 anos de idade, diz à nação que o 7 de setembro de ontem será lembrado pela história. Empolgado, o ex-governador gaúcho narra o movimento contra a corrupção e a impunidade iniciado na data comemorativa da independência do Brasil, a começar por 40 mil pessoas, a maioria jovem, vestindo preto e com a cara pintada com as cores da pátria, na mesma Esplanada dos Ministérios onde a presidente Dilma Rousseff comandava as festividades de alusão ao fim do colonialismo português sobre nós. Contuamos, infelizmente, reféns da corrupção e da certeza da impunidade pelos corruptos.

Histórico também é o discurso de Simon, um símbolo da resistência democrática contra a ditadura militar de 1964 e contra a corrupção que assola e maltrata o país desde quando dominado por Portugal. Com razão o grande orador, frisando que o discurso proferido ontem, na capital da República, pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, convocando os brasileiros para dar um basta a essa erva danina que infelicita a nação, aliada à certeza da impunidade dos corruptos, é histórico, é o ponta pé inicial de um movimento sem cores partidárias que pretende reunir 100 mil pessoas no centro de São Paulo no próximo 20 de setembro, e daí por diante.

É preciso que todo o país participe desse momento de discussão e redirecionamento da política da corrpção, praticamente institucionalizada, que atrasa o Brasil, deixa mais pobre os pobres, mais ricos os canalhas que se apoderam da merenda escolar, dos remédios, do dinheiro das estradas, dos aeroportos, da saúde, do ensino, da produção de alimentos, das aposentadorias, do funcionalismo público. E não só nas metrópoles, pois a corrupção não se restringe ao governo federal e aos outros Poderes republicanos, ou aos governadores e prefeitos das capitais. A corrupção se inicia no município, principalmente nos pequenos municípios dos rincões mais distantes do país, de forma cínica, descarada, como se fosse a coisa mais normal do mundo, em detrimento das pessoas mais carentes, da falta de oportunidade para os jovens, do descaso com os idosos e com os doentes. Sim, é preciso que todos nós, de todos os recantos do Brasil, nos levantemos e gritemos ainda mais alto do que Pedro I ao declarar a independência do Brasil, independência esta ainda condicionada aos malefícios intoleráveis da corrupção.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

DESRESPEITO DO BANCO

Após ter três agências bancárias atuantes e de perder sem qualquer justificativa plausível a maior delas, o Banco do Brasil - a terceira em movimentos no Maranhão -, o município de Alto Parnaíba, no extremo sul do estado, possui apenas uma agência, a do Banco da Amazônia, a mais antiga.

Nos últimos dias, mesmo durante as festividades tradicionais e seculares dos festejos da padroeira católica do município, a nossa agência do Basa vem tratando com desrespeito os seus clientes e a população em geral, especialmente os aposentados e pensionistas rurais e trabalhadores do campo que ali recebem os seus benefícios e salários.

Além de filas intermináveis e da péssima acomodação, o Basa não dispõe de numerário, ou seja, de dinheiro para pagamentos mínimos, mesmo o cidadão possuindo saldo suficiente na conta.

Hoje uma pequena multidão se esprimia nas dependências da agência e nada de dinheiro e muito menos de qualquer justificativa aceitável. É, no mínimo, uma falta de respeito à cidadania e à dignidade da pessoa humana, princípios consagrados pela Constituição do Brasil. Urge medidas da Câmara Municipal e do Ministério Público. Vamos aguardar.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A BOA PARTEIRA

Centenas de crianças em várias gerações por mais de meio século, tanto em Santa Filomena, no sudoeste piauiense, como Alto Parnaíba, o primeiro banhado pelo Parnaíba maranhense, chegaram ao mundo pelas mãos habilidosas, carinhosas, experientes e decididas de uma mulher extraordinária, que por muito tempo substitutiu a figura do médico, escassa entre nós no mais abandonado e desassistido interior do nordeste brasileiro naqueles tempos.
Hosana Rosa e Sá, ou apenas Mãe Zana, como era tratada carinhosamente por todos nós que a tinhamos como uma segunda mãe e com o respeito devotado merecido, morreu aos 78 anos de idade há exatos trinta anos, de forma súbita, na cidade de Alto Parnaíba, onde morava após mudar-se do outro lado parnaibano do Velho Monge, filomenense que era. Parteira por abnegação e dom natural quase divino, Hosana também era dona de pensão, estabelecimento que fornecia comida típica cozida nos fogões à lenha e dormida para os visitantes que chegavam às pequenas Santa Filomena e Alto Parnaíba. Mãe de três filhos, Mãe Zana criou-os praticamente sozinha, já que o marido, Silvestre José de Sá, assim como vários chefes de família da época, deixou a mulher e prole em busca de melhorias em outras regiões do país e não mais deu notícias.

Nem por isso, ela se lamentava ou desejava o mau aos outros. Era detentora de uma fé impressionante em Deus e transmitiu aos seus filhos, Raimundo Nonato Rosa e Sá, Maria de Lourdes Rosa e Sá, a Baía, e Antonio Rosa e Sá, o Tuíca, e aos netos que com ela conviveram, o sentimento da bondade, da gratidão com o Criador e com aqueles que os ajudaram a vencer as lides da vida, do respeito com o próximo, aliados ao otimismo, à alegria e ao trabalho honrado para se manter com dignidade.
Nos almoços de domingo na casa de meus pais, a figura de Mãe Zana era sagrada, ali com seu bom humor, o sorriso amplo, o porte físico avantajado adquirido ao dividir com suas clientes a deliciosa e tradicional galinha de parida com pirão nos quarenta dias de resguardo dos partos, a sua conversa amena até com as crianças e os seus ensinamentos naturais da vida.

Sua única filha mulher, a popular Baía, que também nos deixou, herdou da mãe o gosto pela cozinha, o carisma, a alegria, o humor contagiante, conduzindo a pensão e hotel Vitória por anos até seu desencarne, ajudando a mãe a criar netos , dentre os quais Raimundo Nonato Rosa e Sá Filho, o Raimundo Filho, e Jean Pereira Rosa, que hoje toca o hotel, herdeiros privilegiados de um DNA de pessoas que preferiam levar suas vidas sem mágoas, sem ranços, sem traumas, sem ingratidões, prevalecendo o sorriso, a alegria, o humor fácil que consagrou Tuíca, também no plano superior.

A filomenense Hosana mudou-se para o lado maranhense do Velho Monge ainda jovem, deixando no comando da pensão que conduzira suas irmãs Josefa (Zefa) e Domingas Alves da Rosa (Minga), esta também serventuária da Justiça em Santa Filomena, falecidas. Ainda em Victória do Alto Parnaíba, abriu a sua pensão e passou a centralizar os atendimentos às gestantes, acompanhando passo a passo as gestações até o final, trazendo ao mundo tantas e tantas crianças, com a maestria cirúrgica de mãos abençoadas por Cristo, inclusive admirada e respeitada pelos médicos - poucos - que por cá passaram naqueles idos distantes.

Por tudo isso, Hosana Rosa e Sá é parte integrante e construtiva de nossa terra, nas duas margens primeiras do rio Parnaíba.

domingo, 4 de setembro de 2011

BANHEIROS OU CHIQUEIROS?

Acabei de chegar, com minha família, em nossa casa, vindos da praça coronel Adolpho Lustosa, no centro da cidade sul-maranhense de Alto Parnaíba, onde se realizam os festejos de nossa padroeira, a mais tradicional festividade de nosso município, com 145 anos de história.

A tradicional missa acompanhada por centenas de fiéis; os botequins lotados com bom atendimento e a presença significativa de pessoas da cidade e vindas do interior do município e de outros lugares do Brasil, como ocorre todos os anos.

Entretanto, a situação dos dois banheiros públicos destinados aos participantes é calamitosa, no mínimo. A começar pela falta de luz nos recintos, seguindo-se a sujeira que toma conta de tudo, mais parecendo um chiqueiros de porcos ou talvez nem isso, pois os suinos passaram ultimamente a ter um tratamento mais humano. Os banheiros são de responsabilidade da Prefeitura Municipal, que sequer mantém ali um vigia e zeladores. O mau cheiro adoece, o constrangimento de quem entra nessas pocilgas mau cuidadas tira o gosto e a atração pelo restante da festividade. A exposição dos usuários a doenças diversas é uma realidade. É uma pena e um total desrespeito à condição humana.

sábado, 3 de setembro de 2011

BIÁ E O PC do B

Em 1999, o Carlos Biá e o Corintho Rocha Júnior, após encontro em Balsas, trouxeram a um grupo de moradores de Alto Parnaíba, no sul maranhense, ávido por mudanças estruturais nos rumos da política e da administração pública no município, o PDT, nos quais me inclui. Biá foi o primeiro presidente de nossa comissão executiva definitiva.

Ao decidir fundar um outro partido político em nossa terra, Biá me comunicou. Ao se desfiliar do PDT, ele foi pessoalmente ao nosso atual presidente, Wladimir Rocha.

Esse é o Carlos Biá de sempre, que não se dobra, não trai, não esquece de suas origens de esquerda. É o Biá que no final de semana estará liderando a primeira reunião da direção local do Partido Comunista do Brasil, sem fugir aos seus ideais socialistas, coerente na defesa das causas sociais, da moralidade na gestão pública e nos interesses maiores de nossa gente.

Amigo fraterno e leal, Biá e Sandra me escolheram padrinho de batismo de seu filho Tomaz, cuja gratidão me será permanente. Homem íntegro e de caráter ilibado, criado em uma família cuja matriarca, dona Ana, sua avó, educou a todos tendo por princípio primeiro o trabalho honrado e a correção nos atos da vida, aliados à fé em Deus, Carlos Biá se tornou, no decorrer de sua trajetória, em um dos construtores de Alto Parnaíba.

A sua nova escolha é democrática e, acima de tudo, mais uma vez ele demonstra a sua coragem em inovar. Que o PC do B, Biá e seus seguidores tenham pleno êxito em prol de nosso tão sofrido torrão natal, pois apenas nós, que cá moramos, sabemos e sentimos pessoalmente as dificuldades de nossa terra.

ESTRUTURA DA POLÍCIA

A Justiça de primeira instância tem feito a sua parte, enquanto o governo do Maranhão permanece, no mínimo, omisso. No início do ano, o juiz de Alto Parnaíba, Franklin Brandão Júnior, concedeu liminar em ação civil pública promovida pelo Ministério Público determinando à Secretaria de Segurança Pública a nomeação de delegado de polícia civil para o município sul maranhense. Inconformada, a procuradoria-geral do estado recorreu e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Jamil Gedeon, suspendeu a medida liminar. Em suma: Alto Parnaíba, a 1.080 km de distância de São Luís, com extenso território e vastas divisas com dois outros estados, Piauí e Tocantins, e a proximidade quase limítrofe com mais um, a Bahia, permanece sem delegado de polícia morando e trabalhando na cidade. Casos polêmicos como o assassinato do ex-vereador Edivá Dias Vieira continuam sem solução.

Na região do baixo Parnaíba maranhense, na cidade de Magalhães de Almeida, o promotor de Justiça Ossian Bezerra Pinho Filho também ingressou com ação civil pública contra o Estado do Maranhão, com liminar deferida pela juiza Jaqueline Rodrigues Cunha, que determinou ao governo a nomeação de delegado de polícia civil e o envio de três investigadores e seis policiais militares para aquele município, além da adequação do prédio onde funciona a delegacia, o fornecimento de materiais permanentes (computadores, impressoras, aparelhos de fax, ar-condicionado, mobiliário, entre outros) e de consumo (papel, carimbos, canetas, máquinas fotográficas, etc), no prazo de até 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, segundo noticia o Jornal Pequeno, de São Luís, em sua versão eletrônica de 02.09 último.

Pela jurisprudência, infelizmente o Tribunal de Justiça poderá suspender, como na decisão de Alto Parnaíba, essa medida similar de mais uma comarca maranhense, cujos juízes convivem mais diretamente com a população local, auscultam seus anseios e verificam, in loco, suas necessidades mais urgentes e básicas.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

TEMPLO DE VITÓRIA



Como era comum nas povoações brasileiras, a primeira e melhor construção era o templo da Igreja Católica. Com a Vila de Nossa Senhora das Victórias, hoje Alto Parnaíba, no sul do Maranhão, não foi diferente. O fundador Cândido Lustosa de Britto iniciou a construção da primeira igrejinha onde hoje é a localidade Escalvado, a 15 km da vila piauiense de Santa Filomena, já existente na época, também à margem do rio Parnaíba. Estrategicamente e tendo em vista que o lado piauiense do Velho Monge já se encontrava mais estruturado, as primeiras construções do que seria a cidade maranhense se iniciaram com a igreja, erguida próximo ao maior rio genuinamente nordestino, hoje denominada de Igreja de Nossa Senhora de Gadalupe, em face da mudança do templo matriz para o centro de Alto Parnaíba e não se sabe quais as razões, do nome da santa padroeira.

Em 28 de abril de 1968, após anos de envolvimento da comunidade católica na construção do novo tempo e nova matriz da igreja de Vitória, na praça coronel Adolpho Lustosa, foi consagrada, cerimônia presidida pelo bispo da região de Balsas, dom Rino Carlesi e tendo por paróco o padre italiano André Filippi, com inestimáveis serviços prestados à comunidade alto-parnaibana, não apenas ao erguer o belo e imponente templo, mas também na área educacional com a Escola Paroquial Nossa Senhora de Fátima, fechada há alguns anos, um cine-teatro, dentre outros projetos abraçados pelo missionário e pelo padre João Audísio, um outro religioso dedicado ao trabalho.






Consagração da igreja de Vitória. Da dir/esq: Ceir Pacheco, dom Rino Carlesi e dona Dacy Rocha. Foto do arquivo de minha família. Crianças e adolescentes da época que pude identificar: professor Francisco Fialho de Brito (atrás de seu Ceir); professora Rosimary Moraes de Azevedo (de cabelos pretos) e Antonio Ismael Vieira (segurando uma bandeira), hoje funcionário do Basa em Belém.

Por sua participação ativa em todas as fases da construção do novo templo da igreja de Vitória, minha mãe, Maria Dacy do Amaral Rocha, hoje com 83 anos de idade, foi escolhida madrinha ao lado de Ceir Pacheco, padrinho do evento.

No momento, em torno da igreja, os festejos de Vitória bastante animados, com muita gente e a participação da comunidade, independentemente da conotação ou opção religooso, até porque essas festividades, existentes desde a fundação de Alto Parnaíba em 1866, pertencem ao povo indistintamente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SALÁRIOS ATRASADOS



As chamadas diaristas contradas pela Prefeitura de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, estão sem receber seus salários há três ou quatro meses, segundo notícia pública.

A maioria quase absoluta desses trabalhadores é formada por mulheres, pessoas simples do lugar, quase todas oriundas do campo, com pouca instrução, que deixou a roça para tentar uma vida melhor para si e suas famílias na cidade.
Imagem de Nossa Senhora das Vitórias. Desrespeito até nos festejos de nossa padroeira. Foto de meu arquivo pessoal.

Essas cidadãs brasileiras trabalham de sol a sol - no sol tropical de uma cidade ribeirinha do nordeste -, com 30º em média em determinados períodos do ano e pelo que consta, desde o início da atual administração do município, somente recebem por seu labor após dias ou meses de atraso, sem qualquer justificativa plausível e de respeito por parte do governo, humilhando-se na porta da Prefeitura dias a fio como se estivessem a pedir favor ao político e ao gestor.

O termo diarista vem de diária, ou seja, quem labora dessa forma o faz para receber no final do dia. Em Alto Parnaíba, não. As prioridades andam distantes do interesse público e do respeito à cidadania, à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho, mandamentos primeiros de nossa Constituição Republicana. Essas mulheres alto-parnaibanas estão passando por todo tipo de privação, a partir do alimento, cuja única fonte de renda é o do trabalho prestado à Prefeitura, varrendo ruas, limpando esgotos a céu aberto, carregando lixo, sem o direito sequer ao café da manhã ou a uma simples merenda, sem descanso algum.

Mulheres simplórias que, por timidez, temem até denunciar essa humilhação ao Ministério Público ou à Câmara de Vereadores. O certo é que o dinheiro da Prefeitura, que não é pouco, é aportado automaticamente quase todos os dias nas contas bancárias do município. Fica a indagação, aliada à indignação, já que é interesse comunitário: Por que o descaso? Vamos dar um basta a isso.