Neste exato momento, da tribuna do Senado, o correto e corajoso senador Pedro Simon, com a fibra cívica de seus 80 anos de idade, diz à nação que o 7 de setembro de ontem será lembrado pela história. Empolgado, o ex-governador gaúcho narra o movimento contra a corrupção e a impunidade iniciado na data comemorativa da independência do Brasil, a começar por 40 mil pessoas, a maioria jovem, vestindo preto e com a cara pintada com as cores da pátria, na mesma Esplanada dos Ministérios onde a presidente Dilma Rousseff comandava as festividades de alusão ao fim do colonialismo português sobre nós. Contuamos, infelizmente, reféns da corrupção e da certeza da impunidade pelos corruptos.
Histórico também é o discurso de Simon, um símbolo da resistência democrática contra a ditadura militar de 1964 e contra a corrupção que assola e maltrata o país desde quando dominado por Portugal. Com razão o grande orador, frisando que o discurso proferido ontem, na capital da República, pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, convocando os brasileiros para dar um basta a essa erva danina que infelicita a nação, aliada à certeza da impunidade dos corruptos, é histórico, é o ponta pé inicial de um movimento sem cores partidárias que pretende reunir 100 mil pessoas no centro de São Paulo no próximo 20 de setembro, e daí por diante.
É preciso que todo o país participe desse momento de discussão e redirecionamento da política da corrpção, praticamente institucionalizada, que atrasa o Brasil, deixa mais pobre os pobres, mais ricos os canalhas que se apoderam da merenda escolar, dos remédios, do dinheiro das estradas, dos aeroportos, da saúde, do ensino, da produção de alimentos, das aposentadorias, do funcionalismo público. E não só nas metrópoles, pois a corrupção não se restringe ao governo federal e aos outros Poderes republicanos, ou aos governadores e prefeitos das capitais. A corrupção se inicia no município, principalmente nos pequenos municípios dos rincões mais distantes do país, de forma cínica, descarada, como se fosse a coisa mais normal do mundo, em detrimento das pessoas mais carentes, da falta de oportunidade para os jovens, do descaso com os idosos e com os doentes. Sim, é preciso que todos nós, de todos os recantos do Brasil, nos levantemos e gritemos ainda mais alto do que Pedro I ao declarar a independência do Brasil, independência esta ainda condicionada aos malefícios intoleráveis da corrupção.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
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