Alto Parnaíba é um dos municípios do Maranhão com mais água doce perene - rios, ribeirões, brejos, lagoas e pequenas nascentes -, além de um subsolo comprovadamente rico nesse elemento indispensável à vida.
Entretanto, o abastecimento de água potável é precário e sem solução à vista. O poço da Companhia de Águas do Maranhão foi construído ainda no início da década de 1970, quando prefeito Corintho de Araújo Rocha e governador Pedro Neiva de Santana, ribeirinho do Parnaíba nascido em Nova Iorque e que trouxe para o alto sertão, além da água, a energia elétrica e estradas cascalhadas.
Com o crescimento da cidade e surgimento de bairros, o sistema praticamente ruiu, tecnicamente impossível atender a toda a comunidade, ainda dependendo da energia elétrica, outro grave problema, atualmente com sinais de melhoria.
Vale ressaltar, por sua vez, e a história exige isso, que, quando a Prefeitura Municipal não dispunha de tantos recursos fixos, o ex-prefeito Antonio Rocha Filho, o Rochinha, em meados dos anos 1980, em seu segundo governo, implantou um sistema municipal de abastecimento de água potável com a abertura de três poços artesianos nos bairros Santa Cruz, São José e Santo Antonio. No primeiro, a água, com tubalação, canos e demais instrumentos adquiridos pelo Município, foi levada às casas, assim como em mais da metade do São José, tudo gratuitamente, e iniciadas as obras no último bairro.
Infelizmente, a primeira decisão do sucessor de meu pai, José de Freitas Neto, o Zé Paraíba, além de fechar o único hospital público do município, foi vender o sistema municipal de água à Caema, estatal que monopoliza o fornecimento do produto no Maranhão. Tudo não voltou à estaca zero; piorou e em mais da metade dos domicílios alto-parnaibanos a água não chega com frequência, ainda mais grave para as famílias carentes.
Ontem, o apresentador José Bonifácio Bezerra, em seu prestigiado programa de domingo na Rádio Comunitária Rio Taquara FM, da vizinha cidade piauiense de Santa Filomena, leu artigo do ex-bancário, comerciante e ativista político Louasil Lemos denunciando essa lastimável situação, verdadeiro contraste em um município fartamente banhado por água doce limpa e pura, enquanto as autoridades estaduais e locais se silenciam, na mudez do desprezo, permanecendo o desperdício de parte da água produzida pela Caema, jogada no brejo do Rapadura, que corta a cidade. É preciso mobilização da comunidade.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
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