As chamadas diaristas contradas pela Prefeitura de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, estão sem receber seus salários há três ou quatro meses, segundo notícia pública.
A maioria quase absoluta desses trabalhadores é formada por mulheres, pessoas simples do lugar, quase todas oriundas do campo, com pouca instrução, que deixou a roça para tentar uma vida melhor para si e suas famílias na cidade.
Imagem de Nossa Senhora das Vitórias. Desrespeito até nos festejos de nossa padroeira. Foto de meu arquivo pessoal.
A maioria quase absoluta desses trabalhadores é formada por mulheres, pessoas simples do lugar, quase todas oriundas do campo, com pouca instrução, que deixou a roça para tentar uma vida melhor para si e suas famílias na cidade.
Essas cidadãs brasileiras trabalham de sol a sol - no sol tropical de uma cidade ribeirinha do nordeste -, com 30º em média em determinados períodos do ano e pelo que consta, desde o início da atual administração do município, somente recebem por seu labor após dias ou meses de atraso, sem qualquer justificativa plausível e de respeito por parte do governo, humilhando-se na porta da Prefeitura dias a fio como se estivessem a pedir favor ao político e ao gestor.
O termo diarista vem de diária, ou seja, quem labora dessa forma o faz para receber no final do dia. Em Alto Parnaíba, não. As prioridades andam distantes do interesse público e do respeito à cidadania, à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho, mandamentos primeiros de nossa Constituição Republicana. Essas mulheres alto-parnaibanas estão passando por todo tipo de privação, a partir do alimento, cuja única fonte de renda é o do trabalho prestado à Prefeitura, varrendo ruas, limpando esgotos a céu aberto, carregando lixo, sem o direito sequer ao café da manhã ou a uma simples merenda, sem descanso algum.
Mulheres simplórias que, por timidez, temem até denunciar essa humilhação ao Ministério Público ou à Câmara de Vereadores. O certo é que o dinheiro da Prefeitura, que não é pouco, é aportado automaticamente quase todos os dias nas contas bancárias do município. Fica a indagação, aliada à indignação, já que é interesse comunitário: Por que o descaso? Vamos dar um basta a isso.
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