Não trata-se apenas de um ataque a uma imagem que, para os cristãos católicos, simboliza a mãe de Jesus Cristo. Na realidade, é um acinte à própria história de povoação, desbravamento, luta, fundação e emancipação política e institucional do município de Alto Parnaíba, processo iniciado em 19 de maio de 1886, e que se confunde, portanto, com nossa história, nossa cultura, nossas origens. 
A ofensa não atinge apenas os católicos ou os cristãos em geral. É contra a humanidade, o bom senso, a lei, o direito à fé, o patrimônio histórico, religioso e cultural e o patrimônio público, já que a imagem em questão foi construída com recursos públicos municipais na gestão do ex-prefeito Ranieri Avelino Soares, pré-candidato declarado a um novo mandato em 2012, e colocada em cima de imundos banheiros erguidos após a desnecessária e demente demolição de um belo prédio também construído pela Prefeitura Municipal, quando prefeito Antonio Rocha Filho, onde por anos funcionou o fórum da comarca.
Há poucos dias, a Prefeitura, de forma correta, retirou a imagem de onde se encontrava indevidamente e a colocou ao lado da Igreja matriz. Agora, o crime, o desrespeito, a sensação de impunidade, a violência injustificável, covarde e fruto da mesma demência tantas vezes demonstrada em devaneios megalomaníacos. Não sei se a Paróquia da Igreja Católica ou a Prefeitura de Alto Parnaíba comunicaram o atentado à polícia. Se não o fizeram, é lamentável e pode ensejar outros atos igualmente criminosos ou ainda mais violentos.
Com certeza, a ofensa, o atentado, o crime atingem a todos os alto-parnaibanos de hoje, do passado e do futuro, bem como a todos que aqui habitam ou que por cá passaram, independentemente da cor religiosa, das crenças, dos credos. Não é apenas um ato herege, de cunho religioso, friso. É uma atitude com outras intenções e ingredientes, que exigem iminente apuração. Como advogado e cidadão estou remetendo cópia deste artigo ao Ministério Público do Estado do Maranhão, por via de seu Promotor de Justiça na comarca de Alto Parnaíba para as apurações e punições a cargo da Justiça dos homens, bem como à Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Maranhão, para seu acompanhamento. A Justiça de Deus, por sua vez, é absoluta, não precisa de representação.Subsídios do blog Folha Mistura Total, de Raildson Rocha. Fotos: Dhiancarlos Pacheco.

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