No município de Alto Parnaíba, onde nasce o grande rio Parnaíba maranhense, a única médica mantida pela Prefeitura Municipal está merecidamente em férias e nenhum outro profissional foi contratado para substitui-la. Se apenas um médico é muito pouco, imaginem um município com mais de onze mil quilômetros quadrados de dimensão, distante dos grandes centros urbanos e com aproximadamente 20 mil habitantes sem sequer um único operador da medicina pago pela rede pública municipal. É o máximo do abandono.
O governo do Maranhão, por sua vez, não possui médicos ou enfermeiros em Alto Parnaíba. Isso perdura há anos. Quanto à Prefeitura, basta lembrar ao atual prefeito que nos anos 1920 o mais importante líder político da história de nosso município, de quem Ernani do Amaral Soares também é descendente, o coronel e ex-prefeito Antonio Luiz do Amaral Britto trouxe em vapor pelas águas do rio Parnaíba e aqui manteve o primeiro médico residente em nossa cidade, o cearense Miguel de Lima Verde, por sinal um respeitado clínico e cientista de sua época, depois prefeito da cidade do Crato, no Ceará. Nos anos seguintes, Alto Parnaíba nunca ficou sem médico. É inexplicável que em pleno século XXI, com estrada, internet, telefone, energia elétrica, água potável, excepcional desenvolvimento econômico, recursos mensais específicos para a saúde pública, o mais meridional município maranhense venha a padecer de um problema antes não existente.
A Prefeitura oferece muito pouco em saúde pública. O convênio do SUS é com um hospital particular. O hospital público é uma mostra de quanto dinheiro já foi gasto nos últimos anos sem que a sua reforma consiga chegar ao final, não passando de um ambulatório. Com raras exceções, nos últimos governos os secretários municipais de saúde não foram escolhidos por critério técnico mínimo, mas por conveniência do prefeito de plantão. Agora, sem médico, como se a doença esperasse e tendo em vista o alto preço das consultas e pequenas cirurgias nas clínicas particulares para a maioria da população, é o cúmulo da irresponsabilidade administrativa e falta total de sensabilidade e humanidade dos governantes.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
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