






Tirzah com a sobrinha-neta Emylenne de Mesquita Rocha, filha de Saulo Antonio.
Conselheira e amiga sem ser subserviente, sabia aplaudir assim como cobrar dos parentes, especialmente dos sobrinhos, sempre visando o bem, o melhor, o caminho de paz, de trabalho honrado, de respeito ao próximo, de decência e de amor a Deus.
Membro ativa da Igreja Batista desde criança, Tizahinha não tinha vaidades, não acumulou riquezas, não exigia luxo, ao contrário, viveu com a humildade de Jó e a fé de Paulo ao enfrentar doenças, mortes dos ente queridos, amor à família, carinho e dedicação aos deserdados da sorte.
Ela fará falta. A sua velha casa era o local do encontro da família numerosa, que, em torno dela, a convivência era mais fraterna. alegre e permanente. Esse o legado de Tirzah de Araújo Rocha, a tia interiorana, bondosa, justa, coerente, amiga. O meu adeus e o meu carinho eterno.
Foto: arquivo de Maria do Socorro Rocha.
Antiga delegacia (mantém o nome na porta), hoje a cadeia com alguns presos, cujo alento é o de permanecerem próximo à primeira igreja da cidade.
Desse jeito é difícil para as polícias trabalharem melhor. Hoje, felizmente o município de Alto Parnaíba possui um bom contigente da PM, sob o comando do 1º sargento Josickeber Oliveira Silva, prudente, inteligente, diligente e enérgico sem ser violento, conquistando a admiração e o respeito populares, o que é raro quando se trata de policial. Também a civil destacou um experiente investigador, que de fato conduz a delegacia, possui bom relacionamento com os policiais fardados e encaminha com todas essas dificuldades casos de violência que se amontoavam em inquéritos, TCos e BOs não concluídos na mesma sala do delegado, onde o espaço para uma única pessoa já é insuficiente.
É preciso que o governo do Maranhão entenda que o município de Alto Parnaíba faz divisas com três estados brasileiros, com vasto território, banhando por um grande rio, localizado em uma das mais prósperas regiões econômicas do país com pessoas vindas de todas as regiões do Brasil, inclusive bandidos que estão fugindo das grandes metrópoles para o interior promissor do nordeste. Necessitamos não apenas de um prédio condizente para o funcionamento da delegacia de polícia, com tecnologia que possa identificar com mais agilidade um simples suspeito que aparece no município, pessoal e toda a estrutura necessária, mas também de um quartel da PM mais amplo, com acomodações dignas, alimentação adequada, mais policiais, enfim, o Estado deve assumir suas responsabilidades, com a vigilância permanente do Ministério Público maranhense.
Fotos: Rafael Rodrigues Brito.
Daí que o advento da República favoreceu politicamente os desbravadores e fundadores de Alto Parnaíba, que mesmo parentes dos barões, tornaram-se desafetos destes em razão da conquista do território e posterior emancipação política de Alto Parnaíba, cujo clima de intranquilidade era permanente com ameças de ambos os lados.
Findo o baronato e outros titulos de nobreza comuns à monarquia, os republicanos, com origem comum no regime derrubado com extrema facilidade em face da frágil saúde física e política de Pedro II, apressaram em ampliar a outorga de um outro título com intuito parecido, mesclado com o militarismo, temerosos com a fragilidade da federação especialmente no vasto interior do país.
A guarda nacional atingiu o Brasil rural e seus oficiais, sem preparação militar, eram os chefes políticos de cada vila ou pólo regional. Em Victória do Alto Parnaíba não foi diferente. Segundo o Diário Oficial da União em sua edição de 25 de março de 1893, pág. 2, seção 1 (disponibilizado no google), o 88º batalhão de infantaria sediado no hoje município de Alto Parnaíba, ali com a inscrição comarca do Alto Parnahyba, era comandado pelo tenente-coronel Samuel Lustosa de Britto, o primeiro prefeito do regime republicano e filho do fundador de nosso município, Cândido Lustosa de Britto, mantido juiz municipal também no novo regime político. O major fiscal era Moysés Lustosa de Britto, irmão de Samuel; os capitães-assistentes, Absalão José do Amaral Britto - sobrinho do coronel Antonio Luiz do Amaral Britto, futuro vice-governador maranhense e o principal líder da região do Alto Parnaíba na República - e Manuel Victorino da Paixão; e os capitães-assistentes de ordens, Cornélio Lopes de Andrade e Josias Francisco de Araújo. Esses e outros, incluindo alguns de Santa Filomena, foram nomeados anteriormente para comporem a guarda nacional por portaria do vice-presidente dos Estados Unidos do Brasil, marechal Floriano Peixoto, dentre os quais o capitão David Lustosa de Britto, também irmão de Samuel e padrasto de meu avô paterno, Antonio de Araújo Rocha, e o tenente-coronel Carlos Lustosa da Cunha, filho do Barão do Paraim e genro do tio, o Barão de Santa Filomena, já que casado com Filomena Lustosa da Cunha, única filha do chefe regional com a esposa legítima.
Era o poder político dominante de Cândido, seus descendentes e aliados, mas que não se restringiu à família dele, ao contrário, os sobrenomes históricos mostram que o poder não era absoluto e até o que chamamos hoje de Prefeitura era um colegiado ou Conselho Municipal, presidido por um intendente (prefeito) e composto por conselheiros e vereadores. Várias famílias seguiram o fundador de Alto Parnaíba em sua corajosa empreitada de sediar e povoar um imenso território, descentralizando-o política, administrativa e economicamente do poder monárquico regional, o que contribuiu para um início de prosperidade e desenvolvimento para a nossa terra, mesmo distante dos grandes centros urbanos e do poder político estadual e nacional. como a navegação pelo rio Parnaíba desde os portos de Victória e Santa Filomena até Teresina, a estrada para o sal ligando-nos por terra ao norte de Goiás e de lá ao restante do país, a primeira escola estadual, a vinda do primeiro médico e instalação de um pequeno posto de saúde.
Samuel Lustosa de Britto nasceu em 16 de novembro de 1856, 33 anos antes da proclamação da República, faleceu em 1931 e deixou uma imensa descendência, já que, entre esposas legítimas ou não, teve cinco mulheres, que geraram muitos filhos seus. Acredito que ele não tenha mais nenhum filho vivo. Acho que o último ou um dos últimos a morrer, já bastante idoso, foi Moyses Lustosa de Britto, filho dele com a terceira esposa, Guilhermina Lustosa do Amaral Britto, um dos fundadores do próspero município de Gurupi, hoje estado do Tocantins, e empresário de sucesso nos anos 1950 e 1960. Em Santa Filomena e Alto Parnaíba ainda vivem netos de Samuel, que são os seguintes se a memória histórica não me trair com algum nome. No lado do Parnaíba piauiense: Maria Salvadora Lustosa Nogueira Duailibe e Damasceno Lustosa Nogueira (filhos de Maria do Amaral Nogueira, Santa); na outra margem do Velho Monge: Laide do Amaral Brito Alves (filha de Hamilton Lustosa de Britto, Mitim); Ana Joaquina Carvalho de Brito (Quininha); Prestes Carvalho de Brito e Siqueira Carvalho de Brito (filhos de Luiz Carvalho Lustosa de Britto); Samuel Moreira Brito (filho de Odino Lustosa de Britto), além de bisnetos e trinetos. Uma curiosidade depois de mais de um século: a avó paterna do atual prefeito de Alto Parnaíba, Ernani do Amaral Soares e de seu antecessor, Ranieri Avelino Soares, dona Maria Eulina de Carvalho Brito Soares era filha de Luiz Carvalho Lustosa de Britto e de Victória Lustosa de Britto, portanto, neta tanto de Samuel como de Cândido, já que o pai era sobrinho da mãe.
Samuel Lustosa de Britto. Foto do arquivo do historiador Lindolpho do Amaral Almeida.
Em Gurupi, Goiânia, Brasilia e outras cidades pelo país, inúmeros outros descendentes de nosso primeiro prefeito republicano, comandante da guarda nacional regional e com título da nobreza republicana.
Fotos: Rafael Brito Rodrigues
Estrada que liga a cidade ao distrito de Curupá, com a rede elétrica margeando. Ponte precária e de risco à integridade de quem nela ousa passar no riacho São José, a 3 km da sede do município de Alto Parnaíba.
Há 39 horas dezenas de famílias beneficiadas pela única linha de transmissão até agora inslatada no município de Alto Parnaíba do programa Luz Para Todos, do Governo Federal, que vai da cidade ao distrito de Curupá, a 130 km de distância, estão sem a energia fornecida pela impiedosa Cemar. Com a chuva da tarde de 01 de novembro, a luz faltou e não mais voltou. Digo isso como morador da zona rural e vítima desse descaso imperdoável.
Situação da estrada ou carreiro para uma das regiões mais ricas e populosas de Alto Parnaíba. Esse trecho, por incrível que pareça, foi recuperado recentemente pela Prefeitura.
Com a privatização, a Cemar fechou seu escritório em Alto Parnaíba. Para denunciar a falta constante da luz, os danos causados aos consumidores e essa agonia nossa, dos moradores de Alto Parnaíba, há 30 anos com a aludida concessionária de essencial serviço público, é preciso telefonar para o 116 ou para o 0800 286 0196, que pouco funcionam. Para se ter uma ideia, somente a poucos minutos consegui uma ligação para o último número e pude exercer o meu direito de denunciar esse tormento de quase 40 horas sem esse produto indispensável até à saúde. Os empregados locais não possuem autonomia de fazer um simples reparo sem a prévia autorização obtida da empresa após a denúncia telefônica. Tudo ficou mais complicado e burocrático do que d'antes, quando a Cemar em tese pertencia ao povo do Maranhão, onde Alto Parnaíba infelizmente faz parte, e quando não tínhamos telefone, nem internet. É caso de polícia e a ela acabo de recorrer!
Num dia nublado, a rede elétrica do programa Luz para Todos.
Imagens: Marilda Francisca Ribeiro.
Fui o advogado do inventário dos bens deixados por Constantino José Dias, processo arquivado no fórum da comarca de Alto Parnaíba, e posso garantir que em momento algum a sua viúva e inventariante, professora Maria da Conceição Lopes de Carvalho, e sua única filha legitimada, professora Afonsina Antunes Dias, ambas falecidas, desrespeitaram a decisão do marido e pai na doação do aludido terreno. Ao contrário, fizemos questão de preservar e resguardar esse patrimônio de nossa primeira emissora de televisão, que é das duas comunidades
À Prefeitura de Alto Parnaíba cabe tomar as medidas administrativas e judiciais necessárias de imediato em defesa do patrimônio de todos. Aos pretensos herdeiros de quem está viva, ou seja, a nossa TV Rio Parnaíba, um apelo para que cessem com essa aventura já nascida morta, sem sucesso, pois posse não incide em terra pública e mesmo em particular, somente se for pacífica, o que não é o caso. Aliás, nem posse nem detenção existem. É preciso que todos respeitem os bens públicos, não apenas os governantes. Às comunidades de Santa Filomena e Alto Parnaíba, a vigilância e a defesa de um patrimônio comum, que é cultura e já faz história.
Imagens: Américo Borges.