sexta-feira, 10 de agosto de 2012

AGIOTAS E PREFEITOS COMEÇAM A DEPOR NA POLÍCIA

Com a elucidação do assassinato do blogueiro e jornalista Décio Sá, fiel escudeiro do grupo Sarney no Maranhão,  a polícia civil maranhense chegou a um outro crime terrível que vem infelicitando não apenas pessoas particulares, mas, sobretudo, populações de municípios do interior do estado onde o dinheiro do público é utilizado por prefeitos irresponsáveis e corruptos para o pagamento de altos juros exobitantes e imorais a agiotas de todos os níveis, dos maiores aos considerados pequenos.

O próprio líder do governo Roseana Sarney na Assembleia Legislativa, deputado César Pires, usou  a tribuna para dizer que está estarrecido com a extensão da agiotagem e com o uso indevido e em montas elevadas do dinhero de prefeituras em cerca de 123 municipios maranheses. O ex-prefeito de Serrano do Maranhão, Vagno Pereira, já firmou acordo de delação premiada e contou tudo. Outros trinta prefeitos estariam negociando com a polícia e o Ministério Público  a mesma oportunidade da delação, quando, em troca, as penas eventualmete impostas a eles seriam diminuidas ou extintas.


Em São Luís, os depoimentos no inquérito da agiotagem tiveram início. Para um dos delegados encarregados do caso, Marcos Afonso, a polícia ainda não tem um número exato de prefeituras envolvidas no esquema de agiotagem. Na prisão da quadrilha responsável pela morte do jornalista Décio Sá, que vinha denunciando a agiotagem e sua estreita ligação com prefeitos, prefeituras  e recursos públicos no estado em seu blog, a polícia apreendeu 22 talões de cheques, além de cheques avulsos, notas fiscais e promissórias de diferentes municípios. Com isto, o número de prefeituras envolvidas no esquema de agiotagem deve chegar a mais de 80.

Em alguns casos, os desvios de verbas da merenda escolar e de compra de medicamentos chegavam a mas de 100%. A polícia também investiga se há participação de funcionários dos bancos onde as prefeituras mantêm contas.
Como os prefeitos possuem foro privilegiado, a polícia já começou uma triagem para saber o que vai para a esfera federal - Procuradoria da República e Tribunal Regional Federal da Primeira Região, e o que permanece a nível estadual - Procuradoria Geral de Justiça e Tribunal de Justiça. Recursos federais, como os da merenda escolar e da aquisição de medicamentos, dentre outros, teriam sido usados por prefeitos reféns espontânes de agiotas no pagamento de dívidas pessoais desde as campanhas eleitorais.

As policias locais teriam levantado os nomes dos agiotas - dos pequenos aos maiores que se expõem publicamente como se não estivessem cometendo crimes - e que agem apenas com determinados prefeito e prefeitura. Daí a soma assustadora de 123 chefes de executivos municipais do estado mais pobre do Brasil que se transformaram em autênticos bandidos.
Em breve, prefeitos, prefeituras, agiotas, servidores públicos, funcionários de bancos e outros eventualmente envolvidos terão seus nomes revelados, e antes das eleições próximas de 07 de outubro. É bom que os culpados se retraiam e fiquem de molho.

Fonte: Jornal Pequeno e Imirante - versões eletrônicas.   Imagens: Reprodução
   

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