segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

50 ANOS DE TASSO FRAGOSO

Há exatos cinquenta anos, a lei estadual nº 2.168 elevou o distrito do Brejo da Porta a município com a denominação de Tasso Fragoso, homenagem dos detentores da vida política do Maranhão na época ao general maranhense Augusto Tasso Fragoso, que chefiou a junta militar em 1930, entre a deposição do ex-presidente Washington Luiz e a posse na presidência da República de Getúlio Vargas, mas que morreu sem saber onde ficava o sul do estado.
Desmembrado do município de Alto Parnaíba, o município de Tasso Fragoso posui um dos mais elevados PIBs entre os municípios do Maranhão, com forte crescimento econômico em face do agronegócio, possuindo excelente localização geográfica como entreposto, o que já era verificado quando povoado, vila e distrito, entre o Piauí, o sul maranhense e daí o Tocantins e a Bahia, como passagem obrigatória para o escoamento da grande produção de grãos das regiões produtoras aos portos de São Luís.




Hoje as comemorações pelo meio século de existência se encerram festivamente em Tasso Fragoso, conforme programação estabelecida pela Prefeitura, sob o comando do bacharel em direito, delegado de polícia civil licenciado e prefeito Antonio Carlos Rodrigues Vieira. Mas vale ressaltar o que eu já disse várias vezes a algumas autoridades locais. É necessário restabelecer alguns aspectos históricos e resgatar figuras que de fato contribuiram para a emancipação política e a formação do hoje município.




Marcelino Tavares Lira, como principal morador do Brejo da Porta, na foz com o rio Parnaíba, é merecidamente considerado o fundador de Tasso Fragoso. Quanto à emancipação política, foram decisivos para que se concretizasse a atuação do então prefeito de Alto Parnaíba, Raimundo Alves de Almeida, do presidente da Câmara Municipal, Elias de Araújo Rocha e do juiz de direito Aluizio Ribeiro da Silva, que, por sinal, instalaram oficialmente o novo município, além do ex-deputado Didácio Santos, autor do projeto que virou a lei que criou o município, do ex-secretário estadual do Interior e Justiça e da Educação, professor Eloy Coelho Netto, de Antonio Rocha Filho, um dos redatores do projeto de lei e de sua justificativa, e dos primeiros moradores a acreditarem na viabilidade do novo ente federado, dentre os quais Jeconinas Barreira de Macedo (Capucho), Mariazinha Tavares, Maria Dias, Lindolfo Ribeiro, Amaro Castro, Oséas Amaral, José Teixeira Coelho, Francisco Teixeira Moreira, Raimundo Pires de Carvalho (Doca), dona Socorro (de Bilú), José Felipe Fonseca e ainda Alcir Pinheiro, Cinobilino Coelho Guimarães Neto, Maria das Graças Coelho Pinheiro, Luciano Lopes, Sebastião Ribeiro, Elizaldo Ferreira, Danúbio Sobreira, João Batista Pereira, José Pereira de Araújo, Fracisca Fonseca de Araújo, Ataliba Leite de Oliveira, Ivanete Lima Macedo de Oliveira, Emília Guimarães Brasil e tantos outros que a memória me trai no momento.




Na figura de dona Maria Dias, gostaria de salientar a força da mulher sertaneja do extremo sul do Maranhão naqueles idos. Meu pai, Antonio Rocha Filho, o Rochinha, era admirador confesso dela, a quem creditava ser uma mulher inovadora e maior do que o próprio tempo em que viveu. A criadora principal do município de Tasso Fragoso foi dona Maria Dias. A primeira mulher vereadora de Alto Parnaíba, quando o distrito do Brejo da Porta ainda integrava esse território foi dona Maria Dias. Sonhou por uma cidade nova, moderna, próspera. Não chegou a ser prefeita, mas teve participação política decisiva nos primeiros e turbulentos anos do jovem município. Morreu dona de hotel e com o mesmo carisma de mulher verdadeira, inteligente, sertaneja de valor.




Com terras férteis e situando quase a totalidade da Serra do Penitente, a maior área agricultável de nosso cerrado, banhado pelo rio Parnaíba e cortado pela MA-006, que o liga a Alto Parnaíba e a Balsas, o município de Tasso Fragoso será beneficiado por outra rodovia importante, a partir de Bom Jeus, no Piauí. É, sem dúvida alguma, uma terra promissora.

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