Em oportuno comentário no blog Cerrados, de José Bonifácio Bezerra no portal GP1, o historiador Lindolpho do Amaral Almeida, mais precisamente na matéria que anuncia para 21 de janeiro de 2012 a assinatura da ordem de serviços para a construção da polêmica estrada Gilbués a Santa Filomena, no sul piauiense, relembra e transcreve a resenha de um contrato orçado em 3 mil contos de réis para a construção da estrada ligando a então vila de Parnaguá à vila de Santa Filomena, cujo contratante era o Barão do Paraim, obra concluída em 1867, o que facilitou a ligação e a interligação do interior do Piauí com o litoral através do porto no rio Parnaiba em Santa Filomena e do transporte por vapor até Parnaíba.
A estrada praticamente é a mesma e ao contrários dos arremedos feitos no decorrer dos tempos, os barões a concluiram quando o hoje muncípio de Alto Parnaíba, do lado parnaibano do Maranhão, possuia apenas um ano de fundação.
A história e estórias dessa estrada dão uma longa novela. De governador que a inaugurou sem que tivesse sido construída; prefeitos que décadas depois tiveram seus nomes apregoados como construtores da dita cuja, não se sabe onde nem quando; federalização, depois retorno ao estado e deste ao município; de famílias locais se digladiando sobre o trajeto da rodovia; de crédulos e incrédulos na maioria sem base alguma a não ser a de se colocarem na história da estrada como personagens que jamais estiveram ali, enfim, uma novela mexicana sem graça alguma .Entretanto, os barões a construiram e ainda é o caminho - atualmente danado de ruim até para os carros-de-boi da época da construção - e poucos a conservaram, valendo destacar o ex-prefeito Almérico Lustosa de Alencar que a cascalhou e os agricultores pioneiros nos cerrados Esdras Avelino Filho e Antonio Luiz Avelino Filho, que a abriram na parte alta. Agora, queiram ou não os incrédulos, os repetitivos como papagaios de pirata, os bairristas de um tempo que não volta mais, os que desejam que Santa Filomena permaneça como uma terra rica naturalmente e atrasada anos no desenvolvimento econômico e social, mas a rodovia entre Gilbués e Santa Filomena, trecho da BR-235, será construida e pavimentada. Não é o pequeno eleitorado de Santa Filomena o responsável pela obra, nem as cores partidárias ou lideranças políticas isoladas. É a economia em crescimento, motor do desenvolvimento, da geração de rendas, do emprego, da cidadania, da dignidade da pessoa humana, alavancada pela grande produção de grãos nos cerrados e o agronegócio que faz a diferanças entre as riquezas do Brasil.
A estrada é uma realidade que já começou e não vai párar. Não tenho bola de cristal. É o mundo concreto da economia de Santa Filomena e dos cerrados do Piauí, bem como do oeste da Bahia e do sul maranhense, que dizem isso. Com certeza, até São Tomé, que há quase dois mil anos observa tudo de uma posição privilegiada, já crê.
Fotos: Reprodução do blog Cerrados, de José Bonifácio Bezerra no portal GP1
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
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