sábado, 31 de dezembro de 2011
2011
Muitos, como sempre, acreditam que o ano foi mais rápido que o anterior e daí por diante. Ante a crise econômica mundial, os números reais da economia mostram que o Brasil pode comemorar, lógico que com a cautela que deve nortear os passos da vida. Ou seja, parece que nunca viveremos, pelo menos neste plano terreno, em felicidade plena.
Perdi pessoas queridas e amigas em 2011, como minha tia Tirzah de Araújo Rocha, meu primo Saulo Antonio Formiga Rocha, minha ex-babá Maria Ernestina Brito dos Santos, meu grande amgo e mestre maçom Corbeniano de Assis Bastos, meu líder inconteste Jackson Lago, dentre muitos outros. A advocacia onde milito também ganhou com a construção dos fóruns de Santa Filomena, no sul do Piauí, e de Alto Parnaíba, no extremo sul maranhense, locais que engrandecem o sentido de Justiça. Meu irmão Elias Elton, em tratamanento, enfrenta a doença com fé e elevado espírito de otimismo, daí a cura que se anuncia. Mais uma vez, Deus poupou a vida de minha sobrinha Ana Carolina, atualmente com 20 anos de idade, com rara doença degenerativa desde os primeiros anos de vida. Ela é filha de minha irmã Clóris Alaíde com José Damasceno Nogueira Filho. As acusações levantadas contra mim começam a ser comprovadas como efetivamente injustas. Não fiquei nem mais rico e nem mais pobre, continuo apenas operário do direito.
Enfim, o ano foi comum. Não fui tentado e nem cair em tentação ante a corrupção, o maior dano à humanidade. Em mais um ano permaneci em defesa da probidade, da liberdade, da igualdade, da minha terra. Em mais um ano, procurei fazer da advocacia uma trincheira contra a injustiça que persegue os mais humildes, contra a ineficiência e o cinismo administrativos em um município cujo governo encerra o ano como o pior da sua história. Lamento que o caos da administração pública de Alto Parnaíba tenha mais uma vez ajudado a atrasar o desenvolvimento econômico e social de um município rico, mas cuja prosperidade é inevitável queiram ou não os políticos retrógrados.
A construção do trecho da BR-235 entre Gilbués e Santa Filomena e Alto Parnaíba, já iniciada, é um passo importante para que a pavimentação se estenda à Lizarda, no Tocantins, o que será a concretização da interioração do Brasil também em nossa região, o que foi sonhado, planejado e construído em sua maioria por JK há cinquenta anos. A agricultura cresce em Alto Parnaíba e Santa Filomena, com previsão mais uma vez da safra 2011/2012 e de mais empregos e divisas. É a redenção econômica.
Esta página foi ainda mais acessada em 2011 e parece que está conseguindo alcançar o seu objetivo, cuja meta principal é o de aproximar e reaproximar os alto-parnaibanos e pessoas que passaram por Alto Parnaíba e que ainda mantêm boas lembraças desta terra tão especial. A todos, que 2012 seja melhor.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
ADMINISTRAÇÃO AQUÉM DO MÍNIMO
Essa prática política que parecia findada há décadas - nunca antes foi assim - ressurgiu a partir de 2005 com o requinte de organização, onde seus comandantes demonstram mestrado nem um pouco recomendável a uma pessoa de bem, investindo nas campanhas eleitorais dinheiro alto com a certeza do resgate a juros impagáveis quando no comando da velha prefeitura. Essa é a verdade e a realidade nua e crua do município mostra isso.
A única obra em andamento, a da Creche, recursos federais orçados em 1 milhão e 200 mil reais era para ser inaugurada em novembro passado e nem 30% da construção estão prontos. Mais de 600 mil reais foram liberados à prefeitura e não há previsão de conclusão do prédio.
O programa Minha Casa, Minha Vida, também do governo federal, chegou no apagar de 2011 com indícios claros de provável irregularidade. Casas populares para servidores assalariados do município - o salário base da maioria dos funcionários é o mínimo -, sem prévio contratado dos prováveis beneficiários com um consultor e fugindo por completo ao cerne do programa predileto da presidente Dilma Rousseff, já exigindo 1 mil reais à vcista de cada inscrito para a aquisição não certa do imóvel, sob a desculpa de honorários de uma consultoria.
Não me sinto feliz em divulgar esses fatos. Ao contrário. Sou morador de Alto Parnaíba e aqui pretendo viver até a morte. Aqui trabalho e sem um governo no mínimo eficiente e razoável, todos somos prejudicados. Meu município natal é próspero a partir do privilégio da natureza em terras, água e clima e do investimento corajoso de empreendores de várias regiões do país. O que falta é um bom prefeito, que não precisaria fazer milagres, mas apenas aplicar os recursos existentes de forma correta, com projetos e prioridades viáveis. É simples: basta ser correto.
Vou continuar no tema.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
A ROTINA DAS CONTAS REJEITADAS
Eu me recordo que tempos atrás quando um único balancete mensal da conta anual de um prefeito de Alto Parnaíba, no sul maranhense, apresentava alguma mera irregularidade técnica, o gestor, seus auxiliares e a própria família entravam praticamente em depressão. Talvez, sem saudosismo piegas, as pessoas fossem mais honestas. Aliás, nessa época não tão distante ou remota, mulher de prefeito não tinha contra-cheque e nem filho desfilava com carrões de luxo.
Em recesso da advocacia e, consequentemente, da Justiça, tendo mais tempo fui atrás das contas dos últimos prefeitos de Alto Parnaíba. Mesmo com algum conhecimento sobre tais prestações anuais e seus resultados na visão do órgão de controle de contas públicas maranhenses, o TCE, fiquei estarrecido. Temos ex-prefeitos que não conseguiram que uma única prestação de contas fosse julgada regular ou sem ressalvas. Aliás, nos quatro e até oito anos de mandato, a rejeição total. O motivo é sempre o mesmo - má conduta na gestão ou administração do dinheiro público. O pior é que mesmo tendo o TCE como seu auxiliar técnico emitido pareceres conclusivos contrários à aprovação das contas de maus gestores - que deram um passeio completo no Código Penal -, a Câmara Municipal chancelou apenas dois pareceres prévios, ou seja, de aproximadamente dezesseis processos analisados, somente dois os vereadores disseram que o Tribunal de Contas estava certo; nos demais, absolveu os ex-prefeitos. Em suma: sem o crivo do legislativo, o trabalho da Corte de Contas - que na verdade não é Tribunal; é conselho -, mesmo com fundamento e isenção, foi barrado em poucos minutos pela maioria de nossos preparados edis.
E ainda tem ex-prefeito querendo voltar à Prefeitura, mesmo como vice-prefeito. Na lista do TCE encaminhada ao TRE-MA em 2010, três ex-alcaides estão inelegíveis. O mais recente ex-prefeito a deixar ainda mais pobre e maltratada a velha viúva de Alto Parnaíba, declaradamente candidato em 2012, provavelmente ante a sensação de impunidade, se sente à vontade sem o mínimo de constrangimento e se coloca desde logo para apreciação do eleitor. Nos exercícios financeiros de 2006 a 2008, esse ex-prefeito teve todas as contas julgadas irregulares por fatos gravíssimos. Com muito dinheiro para contratar bons advogados, os processos nºs 3219/2006, 2969/2007, 2524/2008 e 2954/2009, pelo que consta, ainda não aportaram na Câmara de Vereadores para o seu veredicto. E a eleição se aproxima.
Entretanto, se o Supremo Tribunal Federal manter inalterada a Lei da Ficha Limpa e declarar a sua constitucionalidade, a simples decisão do Tribunal de Contas, que é colegiado, de julgar irregulares as contas anuais de gestores deixa inelegíveis esses maus administradores. Vamos torcer para que a Suprema Corte também respeite a vontade popular e a realidade nua e crua do Brasil rural em períodos eleitorais - com o dinheiro tirado do próprio povo, essa turminha da corrupção sempre volta ao poder, corrompendo a maioria do mesmo povo.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
O FALECIMENTO DE SEBASTIÃO MACIEL
Vaqueiro e agricultor em toda a sua vida, Sebastião Maciel era morador da Fazenda Brejo do Meio e conhecido por ser um sertanejo autêntico, extremamente trabalhador, pai de uma grande prole.
Já viúvo e pai da ex-vereadora Maria da Luz Maciel Andrade e do ex-vereador Josué Rodrigues Maciel, também falecido, dentre outros, Sebastião deixa netos e bisnetos, sendo um dos últimos remascentes de uma geração romântica de vaqueiros de nossa região.
domingo, 25 de dezembro de 2011
O POETA E OS SINOS
O ano era 1942. O lugar distante da casa de morada, na passagem do Panela, à margem do rio Tocantins. O fazendeiro e comerciante Luiz Amaral parou naquelas paragens longe de tudo e de todos, aliviou o peso que burros e jumentos carregavam, mandou os trabalhadores descansarem e de repente já era o Poeta Luiz Amaral escrevendo à pena ou a lapis uma oração aos sinos, à rústica capela, ao amor, à saudade, à solidão, à vida, à esperança, à fé, ao Cristo. É natal.
Uma capela rústica - perdida no ermo agreste do sertão bravio!
O pequenino sino dessa ermida
enche da brônzea voz o ar vazio.
Treno de sino no ar, rouco, erradio,
às orações o bom cristão convida.
E até as andorinhas, pelo estilo,
ouvem-no e vêm residir na ermida.
Qual o rebelde, o cético, o descrente,
que o sino ouvindo em músicos bronzidos
pode permanecer indiferente?!
Os seus melífluos sons no ar perdidos
enchem de amor o coração da gente,
e as almas de fé - pelos ouvidos!
(AMARAL, Luiz. O Meu Livro, Anápolis - Marion, p. 49).
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
BANCO DO BRASIL EM ALTO PARNAÍBA
É uma reconquista de muitos brasileiros de Alto Parnaíba que se movimentaram na época do fechamento de nossa agência e que jamais se conformaram com esse fato, permanecendo na luta por essa causa.
Um dos grandes produtores de grãos do Brasil, o município de Alto Parnaíba, localizado a 1.080 km de São Luís, é o primeiro no Maranhão banhado pelo rio Parnaíba, onde nasce, e possui privilegiada localização geográfica em limites com o sul do Piauí, oeste da Bahia e Tocantins e com outros dois municípios maranhenses, Tasso Fragoso e Balsas.
São milhares de hectares de terras propícias à agricultura em grande escala, com cultivo intenso de soja, arroz, milho e algodão, fazendas excelentes para a pecuária e outras criações, presença crescente do agronegócio, com clima extremamente favorável - sem seca nem inverno excessivo -, além da ausência de conflitos fundiários significativos. Aqui não existem nem MST nem UDR.
Com certeza, a agência do Banco do Brasil em Alto Parnaíba será em pouco tempo uma das maiores do estado. Excelente notícia.
EM DEFESA DO CNJ
Existe - pelo menos até o momento - uma única voz igualmente forte, com respaldo popular a defender intransigentemente o fortalecimento e a consolidação do CNJ. É a voz de uma mulher que me deixa feliz em continuar operário do direito neste país de tantas desigualdades, ranços e vaidades que tornam a toga quase inacessível ao verdadeiro Brasil. É a voz, a fibra e a caneta da ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, reagindo contra associações de magistrados e até ministros do STF que, neste final de ano e em pleno recesso, se orquestram n'um ataque sem desvios ao órgão que, pela primeira vez na história democrática da nação, impôs controle e receio aos togados que não honram a magistradura, felizmente uma minoria.
O CNJ é necessário e útil. Quem já foi vítima do juizite sabe disso. Como advogado e cidadão senti e ainda suporto o ônus de ter discordado de homens de toga. Se já existissem o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público a história de contrangimentos talvez não tivesse sido imposta à minha vida. Como membro da Ordem dos Advogados do Brasil, tive a maior entidade da sociedade civil brasileira em minha defesa. E os que não possuem uma OAB, a quem recorrer? Esses são milhões de brasileiros que eram maltratados em fóruns e salas de audiências neste imenso Brasil.
O juizite é uma praga, que corrompe poucos magistrados, mas considerando o poder dado a um juiz - julga a vida, a honra, o patrimônio, a liberdade das pessoas - um único magistrado com essa síndrome - impune até antes do CNJ - é mais do suficiente para causar estragos e danos permanentes e irreversíveis. Em vinte anos de advocacia convivi com excelentes juizes - equilibrados, prudentes, cautelosos, conhecedores do direito, muitos dos quais se misturavam com a multidão, indo ao encontro dos anseios do povo e da realidade do lugar. Entretanto, presenciei ou fui informado de fatos que dão a sensação de que vivíamos em épocas retratadas apenas em livros e filmes. Juizes se sentindo mais do que o próprio Estado, mais do que o rei, com a intolerância e a impaciência aliadas à vaidade e à prepotência a afrontarem o mínimo de respeito para com o próximo.
Juiz mandando um policial prender um advogado sem mandado, sem flagrante, apenas por ser seu desafeto pessoal. Juiz expulsando de sua sala um sertanejo de 94 anos de idade por um único crime: não ter tirado da cabeça o velho capéu de palha em reverência ao meritíssimo. Juiz ameaçando de mandar colocar no camburão da polícia um grupo de senhora porque chegara com dois minutos de atraso à uma audiência, quando ele sequer morava na sede da comarca que presidia. Juiz que virou fiscal do Sarney na época do plano cruzado e saia nos açougues e outros estabelecimentos comerciais prendendo sem processo e sem flagrante açougueiros e comerciantes. Juiz que prendeu um jovem carpinteiro porque um banco do fórum quebrou quando uma pessoa gorda nele sentou. Enfim, os casos são muitos e dá um longo livro.
Cancelar o poder de investigação do CNJ é tirar deste a razão de sua existência. Se magistrados estão revoltados com a quebra de seus sigilos fiscais, e se não temem, escacancarem-nos como bons magistrados. O CNJ precisa e deve ficar com todas as atribuições que possui. Ninguém está acima do bem ou do mal. Ninguém está acima da lei e da Justiça, nem mesmo os juizes que se sentem ofendidos apenas com a existência do Conselho. O CNJ é uma conquista do Brasil democrático e civilizado. Chega de juizite!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
HOMEM PRESO COM CRACK
Ao avistar os policiais, Baú, que tem passagens pela polícia e pela Justiça desde a adolescência, jogou a droga no quintal da casa, mas não conseguiu escapar. Está preso na delegacia de polícia de Alto Parnaíba.
Lamentavelmente as drogas ilícitas chegaram com força máxima nas pequenas cidades do interior nordestino. Em Alto Parnaíba, um município com vasto território e divisas com outros dois estados, a situação é preocupante. O trabalho da polícia vem se acirrando ultimamente na investigação e identificação de traficantes e os pontos de venda de crack, maconha, cocaína, sendo esta a segunda prisão em flagrante de traficantes efetuada neste final de ano, no mesmo bairro.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
ESTRADA DE SANTA FILOMENA
A estrada praticamente é a mesma e ao contrários dos arremedos feitos no decorrer dos tempos, os barões a concluiram quando o hoje muncípio de Alto Parnaíba, do lado parnaibano do Maranhão, possuia apenas um ano de fundação.
A história e estórias dessa estrada dão uma longa novela. De governador que a inaugurou sem que tivesse sido construída; prefeitos que décadas depois tiveram seus nomes apregoados como construtores da dita cuja, não se sabe onde nem quando; federalização, depois retorno ao estado e deste ao município; de famílias locais se digladiando sobre o trajeto da rodovia; de crédulos e incrédulos na maioria sem base alguma a não ser a de se colocarem na história da estrada como personagens que jamais estiveram ali, enfim, uma novela mexicana sem graça alguma .Entretanto, os barões a construiram e ainda é o caminho - atualmente danado de ruim até para os carros-de-boi da época da construção - e poucos a conservaram, valendo destacar o ex-prefeito Almérico Lustosa de Alencar que a cascalhou e os agricultores pioneiros nos cerrados Esdras Avelino Filho e Antonio Luiz Avelino Filho, que a abriram na parte alta. Agora, queiram ou não os incrédulos, os repetitivos como papagaios de pirata, os bairristas de um tempo que não volta mais, os que desejam que Santa Filomena permaneça como uma terra rica naturalmente e atrasada anos no desenvolvimento econômico e social, mas a rodovia entre Gilbués e Santa Filomena, trecho da BR-235, será construida e pavimentada. Não é o pequeno eleitorado de Santa Filomena o responsável pela obra, nem as cores partidárias ou lideranças políticas isoladas. É a economia em crescimento, motor do desenvolvimento, da geração de rendas, do emprego, da cidadania, da dignidade da pessoa humana, alavancada pela grande produção de grãos nos cerrados e o agronegócio que faz a diferanças entre as riquezas do Brasil.
A estrada é uma realidade que já começou e não vai párar. Não tenho bola de cristal. É o mundo concreto da economia de Santa Filomena e dos cerrados do Piauí, bem como do oeste da Bahia e do sul maranhense, que dizem isso. Com certeza, até São Tomé, que há quase dois mil anos observa tudo de uma posição privilegiada, já crê.
Fotos: Reprodução do blog Cerrados, de José Bonifácio Bezerra no portal GP1
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
50 ANOS DE TASSO FRAGOSO
Desmembrado do município de Alto Parnaíba, o município de Tasso Fragoso posui um dos mais elevados PIBs entre os municípios do Maranhão, com forte crescimento econômico em face do agronegócio, possuindo excelente localização geográfica como entreposto, o que já era verificado quando povoado, vila e distrito, entre o Piauí, o sul maranhense e daí o Tocantins e a Bahia, como passagem obrigatória para o escoamento da grande produção de grãos das regiões produtoras aos portos de São Luís.
domingo, 18 de dezembro de 2011
A MAÇONARIA E O POETA
A ideia inicial seria uma gincana cultural, voltada para a obra literária do poeta, orador, escritor, jornalista, cronista e professor Luiz Antonio do Amaral, alto-parnaibano nascido em 08 de fevereiro de 1912 na Fazenda Praia, hoje pertencente ao território do município sul maranhense de Tasso Fragoso. Foto: reprodução do blog BPI.
Oriundo da Grande Loja Maçônica da Barra, à margem do rio São Francisco no oeste da Bahia, Luiz Amaral foi um dos fundadores da loja maçônica Harmonia e Trabalho, ocupando merecidamente o cargo de orador por muitos anos. Na inauguração oficial da oficina dos maçons em 11 de setembro de 1964, profetizando ele sentenciou a trajetória já vitoriosa dessa entidade que reuniu na sua formação homens da chamada era de ouro de nossa região - como diria Berilo Vargas -, exclamando:
"Plantada em terra fértil ela nascerá e crescerá, e - árvore acolhedora e amiga - fartamente e por toda a vida dará fruto e dará sombra a quem precise" (Meu Livro, p. 101 a 105).
Essa boa árvore tem mais uma missão especial: relembrar a vida e obra de um dos maiores poetas de todos os tempos, cujo fruto precisa e deve ser levado ao conhecimento de todos.
sábado, 17 de dezembro de 2011
O ADEUS A UM CRAQUE DO PASSADO
Já octogenário e bastante doente, João Batista, o pé grande ou pé de janta como carinhosamente era tratado e conhecido em nossa comunidade, era uma figura interessante e marcante na vida local. Frequentador da casa de meus pais e de nossos vizinhos Gentileza e Grigório Lobato Bastos, ele ficava horas se necessário calado, sentado em um canto, sem emitir comentários, ouvindo, como gostava de dizer, palestras de pessoas que considerava inteligentes, não por mera curiosidade, mas como aprendizado.
Uma outra faceta do nosso jogador pé de janta - apelido dado em razão dos pés avantajados que driblava e se comunicava com a bola de futebol como poucos - foi em campo, n'um jogo dos times do Verde e Encarnado, lá pelo final dos anos 1940. Ceir Pacheco, outro apaixonado pelo esporte mais popular do Brasil, trouxe de Floriano um par de chuteiras (ou equivalente) novo e decidiu estreá-lo em um domingo no início da tarde (os jogos não eram necessariamente às 17 horas). Do lado adversário, o João Batista com seus enormes pés descalços, acostumados a amassar o barro de louça na preparação das artesanais alvenarias em nossa ainda existente oleria coletiva e de tangerino de gado em caminhadas quilométricas a pés. O encontro parecia inevitável e de fato o foi. Na divisão de uma bola, com a população da pequena cidade quase toda na plateia, as chuteiras de Ceir e os pés descalços de pé de janta se chocaram. Resultado com misto de ficção que virou causo popular: seu Ceir teve uma chuteira rachada. João Batista, sem nenhum machucado nos pés, ainda chamou, balbuciando, o oponente de bruto.
Em Alto Parnaíba, então Victória, como as refeições eram as tradicionais e o café da manhã, ou quebra-jejum, era servido - café, leite, beijú, cuscuz de milho ou de arroz era a base - a partir das 5 da manhã e o almoço, às 11 horas, a espera pela janta era demorada, comprida, n'uma espera enorme. Daí o pé de janta de João, casado com Eunice, também morta, pai de Savinho, também desencarnado, de Leila Sandra, Rosa Helena, Neto, dentre outros, uma personagem real que deixa saudades. O meu adeus ao grande amigo João Batista.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
MOVIMENTO PELA BR 235
No trecho piauiense, está prevista a assinatura da ordem de serviços pelo governador Wilson Martins no dia 21 de dezembro em Gilbués, sendo provável que ele estenda sua vinda a Santa Filomena. A rodovia entre Gilbués e Santa Filomena estaria com recursos alocados e licitação concluída, restanto apenas o início da obra.
No trecho Alto Parnaíba a Lizarda, desde 2007 sucessivas emendas de iniciativa do deputado Pedro Novais e subscritas por outros deputados maranhenses, já asseguraram alguns milhões para a construção da estrada, faltando vontade política do governo estadual para viabilizar a obra que já se encontra empenhada, faltando o pedido de liberação ao governo federal pela governadora Roseana Sarney para ulteriores trâmites, como a licitação e contratação da construtora.
Porém, louvável o movimento e que possa, efetivamente, mobilizar as comunidades interessadas nessa rodovia indispensável ao desenvolvimento de nossa região. A minha luta quase tem sido solitária em anos, apoiado apenas por meu partido, o PDT. Entretanto, um movimento organizado, sem partidarismo político, sem direcionamento ideológico ou de credo, mas voltado exclusivamente ao objeto da demanda, que conquiste a simpatia popular e traga as camadas da sociedade a integrá-lo e ali ter voz de decisão, com certeza fará a diferença.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
UM CRIME BRUTAL IMPUNE E NO ESQUECIMENTO
A vítima, uma adolescente de apenas 14 anos de idade, neta de um conhecido sertanejo de nossa comunidade, Areolino Alves Nunes, irmão do ex-vereador Erotides Alves Nunes (Tubém), ambos falecidos. Bonita e cobiçada por muitos homens, a adolescente despertou uma paixão sem limites no Zé da Loto, que gozava de prestígio na sociedade alto-parnaibana, mas que não é razão a justificar a mostruosidade, frieza, premeditação e brutalidade do ato criminoso. Um dos tiros de pistola, a queima roupa, foi direcionado e atingiu a vagina da garota com físico de mulher adulta.
Réu confesso, Zé da Loto ficou preso por pouco tempo, e logo obteve liberdade concedida, se não me engano e a memória não me trai, pelo então juiz de direito da comarca, Antonio Carlos de Souza, posteriormente aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça em razão de conduta não compatível com a magistratura. Foragido, o assassino não compareceu aos atos do processo, que se encontra na prateleira aguardando a captura do homicida.
O tempo é o senhor da razão, já dizia o poeta, e também da não razoabilidade em casos semelhantes, caindo o crime no esquecimento popular e dormindo o processo e o réu em berços mais do que esplêndidos. Ainda é tempo de Zé da Loto pagar por seu bárbaro crime.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
TJ AFASTA PREFEITO DE LIZARDA
A decisão ainda é liminar e a defesa do prefeito afastado agora deverá ser exercida na fase judicial e outras decisões podem advir. Entretanto, a promíscua relação de prefeitos, suas famílias e seus interesses particulares com o interesse público e o erário, como se as prefeituras e seu dinheiro fossem dos prefeitos e seus familiares, virou praticamente uma epidemia no interior brasileiro, conforme já denunciou o programa Fantástico, da Rede Globo. É lamentável que o sonho de Carlos em ser prefeito de sua Lizarda, acalentado em anos e várias eleições, comece a se tornar uma realidade extremamente dura e sofrida. Torço para que ele possa provar o contrário do que lhe acusam. Mas fica a lição aos outros prefeitos: cuidado ou o caldo derrama de vez.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
INAUGURADO NOVO FÓRUM DA COMARCA DE ALTO PARNAÍBA
Dezenas de moradores, autoridades e advogados de Alto Parnaíba compareceram, na manhã desta segunda-feira (12), à inauguração do novo fórum da comarca, que fica localizada no sul do Maranhão, distante 1.012 Km de São Luís. A entrega foi feita à população pelo presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Jamil Gedeon, acompanhado do juiz da comarca, Carlos Eduardo de Arruda Mont´Alverne.
O novo prédio, que tem mais de 525 m² de área, foi construído em modelo padrão adotado pelo Judiciário para todo o Estado, com estrutura para abrigar duas varas, com mais de 20 dependências, a exemplo de salas de atendimento/recepção, gabinetes, distribuição e de audiências.
O juiz titular da comarca parabenizou a presidência do TJMA pela construção e entrega rápida das novas instalações, condizentes com as necessidades da Justiça e dignas de atenderem aos moradores locais. “Agradecemos o reconhecimento da Justiça de 1º Grau e as medidas que promoveram o aperfeiçoamento do atendimento”, ressaltou.
O prefeito Ernani Amaral Soares disse que a comarca vive uma nova era com a entrega da nova Casa de Justiça, pois durante muitos anos ocorreram dificuldades que impediam a construção da obra. “Vamos comemorar este dia e fazer deste fórum uma casa voltada aos interesses do povo”, declarou.
Jamil Gedeon reforçou o compromisso que assumiu como presidente do TJMA, de dar prioridade à Justiça de 1º Grau, e se disse honrado em finalizar sua gestão inaugurando o fórum da comarca mais distante da capital, uma das mais antigas do Estado e que nunca possuiu sede própria. “Esta é uma casa para o cidadão, onde será feita a distribuição do direito à Justiça”, frisou.
O desembargador explicou os critérios técnicos que levaram à mudança da comarca de Alto Parnaíba, de 2ª entrância para entrância inicial, considerando a alteração no sistema de classificação das comarcas.
Jamil Gedeon ressaltou a competência do juiz titular da comarca, Carlos Eduardo Mont´Alverne, voltado para o social e empenhado em prestar um serviço célere e eficiente à população.
As autoridades agradeceram o forte empenho do juiz anterior da comarca, Franklin Silva Brandão Junior, que esforçou-se para que a doação do terreno fosse aprovada pelos Poderes locais quando atuou na comarca.
HOMENAGEM – O novo fórum de Alto Parnaíba levará a denominação de” Fórum Desembargador Aluizio Ribeiro da Silva”, indicação que partiu de autoridades do próprio município em homenagem ao desembargador aposentado e falecido em 2003. Aluizio Ribeiro foi juiz de Alto Parnaíba por mais de oito anos, durante as décadas de 50 e 60. Nascido na cidade de Balsas, o magistrado ainda passou pó comarcas como Caxias e Turiaçu.
Jamil Gedeon ressaltou a justa homenagem prestada pela Justiça e pelo Município ao desembargador, que trabalhou em meio a muitas dificuldades existentes na época.
A viúva do desembargador, Marinalva Campos, esteve presente na cerimônia de inauguração e se disse muito feliz e honrada com a homenagem ao marido. “Ele se dedicou muito à Justiça, trabalhava com muito carinho, é muito bom que esteja sendo reconhecido por isso”, avaliou.
COMARCA - Criada em 1945, a comarca de Alto Parnaíba (entrância inicial) é a quinta em arrecadação do FERJ. Possui vara única de competência cível e criminal, com uma média de distribuição mensal de 35 processos e um acervo com mais de 800 processos, atentendo a uma população de mais de 10 mil habitantes. Além do juiz, trabalham na comarca um secretário judicial, um assessor jurídico, um oficial de justiça e três auxiliares judiciais.
Localizada na Rua Vereador Carlos Lustosa, 330, bairro Santa Cruz, a nova Casa de Justiça foi construída por meio de licitação, com recursos oriundos de arrecadações do Fundo de Modernização e Reaparelhamento do Poder Judiciário (FERJ), no valor de R$ 855.430,62.
O novo fórum conta com policiamento de um cabo da reserva remunerada da Polícia Militar, contratado por meio de convênio entre o TJ e a PMMA com o fim específico de garantir a segurança de prédios, documentos, servidores e magistrados nas comarcas do interior.
Para o lavrador Alípio Rocha, a nova sede da Justiça foi um dos melhores acontecimentos na cidade, principalmente porque vai servir à população local. “Nos 58 anos que vivo em Alto Parnaíba nunca tinha acontecido uma obra como esta”, avaliou o morador.
Participaram da solenidade o prefeito do município; o presidente da Câmara de Vereadores, Fernandes Almista de Souza; o prefeito do município de Tasso Fragoso, Antonio Carlos Rodrigues Vieira; o juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça, Raimundo Bogéa; o juiz de Santa Filomena (PI), Ronaldo Marreiros; a diretora geral do TJ, Alessandra Darub, além de parentes do desembargador Aluizio Ribeiro da Silva, que dá nome à nova Casa de Justiça.
P.S: Na realidade, conforme matéria anterior que noticia a inauguração do fórum para o dia 12, em 1910 Alto Parnaíba, então Victória do Alto Parnaíba, já era comarca. Em 1945 a comarca foi reinstalada, já que em alguns períodos, o que era comum na época, as comarcas do sertão maranhense eram extintas, absorvidas ou anexadas a outras. Ainda no período monárquico, a Vila de Victória possuia juiz de direito, além de juiz municipal (nota do blogueiro).
Amanda Mouzinho / Juliana Mendes Assessoria de Comunicação do TJMA asscom@tjma.jus.br (98) 2106-9023/9024
CENTENÁRIO DE LUIZ AMARAL
O poeta com a companheira de décadas, Zenaide do Amaral Brito. Foto do arquivo da família.
Parte do acerto da obra de Luiz Amaral - poesias, contos, sonetos, cartas, artigos, crônicas - foi reunida em uma obra ímpar que chega a misturar o tom provinciado do amor incondicional à terra natal, a quem jamais deixou de tratar apenas por Vitória, e o conteúdo universal, que transcende não apenas a geografia, mas a própria alma, assim como Castro Alves, Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias, Da Costa e Silva, como sentenciou certa feita em São Luís o jovem poeta e compositor maranhense José Alberto Castro Gomes, o Betinho Gomes.
Lançado em 1988 com prefácio iningualável de Carlyle Madruga, que exclama a Luiz Amaral - eis, aí, poeta Luiz Amaral, em forma de livro, as páginas que escrevestes belas - o historiador Lindolpho do Amaral Almeida me disse ontem, o que já havia conversado com o jornalista Berilo Vargas, que o Meu Livro será relançado em sua segunda edição quando das comemorações do centenário do poeta.
Precisamos também nos movimentar em Alto Parnaíba - com a participação de Santa Filomena e Tasso Fragoso - para que esse momento raro não passe em branco. Daí a necessidade do engajamento de todas as camadas sociais, dos professores, literatos, estudantes, secretarias de educação e cultura, prefeituras, legislativos, sociedade civil, entidades religiosas, maçonaria e dos alto-parnaibanos e sul maranhenses e piauienses de outros recantos que queiram participar das comemorações literárias pelo centenário de Luiz Amaral, cuja obra é um patrimônio de todos nós e como tal, devemos divulgá-la, publicá-la, exaltá-la, enfim, compartilhar com a humanidade.
sábado, 10 de dezembro de 2011
ATÉ ROSEANA ESTÁ INDIGNADA COM STÊNIO
Acusado pelo deputado Carlos Alberto Milhomem, também da base do governo Roseana e um dos políticos mais próximos do ministro Edison Lobão, de ter recebido R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) de um consórcio de empreiteiros para apresentar e aprovar no legislativo maranhense um projeto que permitisse a derrubada de babaçuais da zona urbana de São Luís, e já sob investigação da corregedoria da Casa por decisão da mesa diretora da ALMA, Stênio Rezende ainda corre o risco de perder a liderança do PMDB e do bloco aliado e de ser expulso do partido de Sarney, conforme teria recomendado Roseana Sarney a um grupo de deputados que a acompanhava na inauguração de uma obra na capital do estado.
Para quem não se lembra mais - especialmente a maioria dos eleitores que ao sair da cabine eleitoral já esqueceu em quem votou para deputado e senador -, Stênio Rezende é aquele deputado que somente aparece em Alto Parnaíba em época de eleição e sempre sai com votação consagradora no município sul maranhense, amigo e aliado incondicional do ex-prefeito Ranieri Avelino Soares (PV), mesmo não tendo realizado qualquer benefício em prol da população.
É o jeito Roseana de fazer política. Stênio a abandonou quando Jackson Lago se elegeu governador, tornando-se momentaneamente um anti-Sarney dos mais exaltados. Com a queda do Dr. Jackson, cassado indevida e ilegalmente pela toga do TSE, o obscuro deputado voltou cheio de amores ao convívio do clã, mas a governadora, cujo temperamento é uma mescla do pai José Sarney com o falecido aliado baiano Antonio Carlos Magalhães, esperou pacientemente o momento de dar o bote. Uma única certeza: além de ser expulso do PMDB, Stênio Rezende perderá o mandato. Outros virão.
Fontes: Jornal Pequeno, versão eletrônica, e BIP, de 10.12.2011.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
DIA NACIONAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO
Esse combate precisa ser mais explícito a partir do governo federal. Eu fico indignado quando vejo que, n'um contigente de milhares de policiais, a mídia anuncia periodicamente casos de policiais envolvidos em corrupção. Se compararmos entretanto com o número de ministros de Estado envolvidos na mesma prática, o índice é alarmante, a indignação se avoluma. A bola da vez no gabinete de Dilma é o petista mineiro Fernando Pimentel, titular do ministério do desenvolvimento, comércio, indústria e exportação, uma das pastas mais importantes do governo. É o sétimo ou oitavo ministro em poucos meses a enfrentar seríssimas acusações de corrupção. Do jeito que a coisa vai, apenas uma saída para a presidente da República: demitir todo o ministério enquanto a chefe da nação ainda detém o respeito da maioria da população.
Mas a corrupção não se concentra apenas no plano federal; nos pequenos municípios, falta apenas ditar as regras de como praticar, o que roubar, como se safar, a quem beneficiar, como enganar, como ficar rico com o dinheiro público, e aí tornar legal a corrupção.
A CGU deveria dedicar todos os dias do ano a combater essa erna daniva, corrosiva e entricheirada nas entradas do poder, fiscalizando periodicamente as prefeituras, acomapanhando o crescimento patrimonial real, e não o declarado no imposto de renda ou na Justiça eleitoral, por prefeitos, família dos prefeitos, secretários, testas-de-ferro, agiotas, empreiteiros, Câmaras Municipais quando coniventes ou omissas, e demais assessores e laranjas do alcaide de plantão.
Os custos dessas investigações serão minimos diante dos rombos diários nos cofres públicos. Em alguns pequenos e distantes municípios, não precisa ir fundo nas investigações, basta se posicionar na porta das prefeituras em dias de pagamento e verificar, in loco, agiotas, empreiteiros, laranjas e demais ralé humana a disputar o dinheiro do interiorano abandonado e sorido, ou verificar em simples visita os veículos, casas, gado, terrenos, fazendas, farras, clínicas, comércio etc., que essas quadrilhas dos cofres públicos adquiriram em pouco tempo de governo.
Aí, sim, o combate à corrupção será uma verdade.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
A PADROEIRA DA JUSTIÇA
Ninguém representa melhor o sentimento de fé ou de respeito dos homens e mulheres que fazem a Justiça do Brasil do que a mãe de Jesus Cristo, por seu despreendimento material e pessoal, pelo amor incondional ao próximo, pelo senso equilibrado de justiça, pela fé incomparável no Criador e na criatura, trazendo ao mundo o maior de todos os revolucionários que, sem armas, pregou o amor, a paz, a fraternidade, a igualdade, a liberdade, a honestidade, exatamente os bens maiores da Justiça em sua razão de existir.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
FÓRUM SERÁ INAUGURADO DIA 12
É uma conquista há muitos anos acalentada pela comunidade alto-parnaibana, cuja comarca é uma das mais antigas do estado, passando por ela inúmeros juízes ainda no regime monárquico e principalmente a partir da proclamação da República.
Dentre esses magistrados, podemos destacar Caio Lustosa da Cunha, filho do Barão de Santa Filomena, Júlio Lustosa do Amaral Nogueira, natural de Parnaguá, no sul piauiense, Severino Dias Carneiro, sul maranhense de Loreto e a partir dos anos 1940, Luiz Gonzaga dos Reis, Kleber Moreira de Souza, Aluizio Ribeiro da Silva, Juvenil Amorim Ewerton, Antonio Carlos Medeiros, Edgar Alves de Carvalho, Jethro Sul de Macêdo, Alberto Leite Guimarães, Raimundo Nonato de Souza, Ilva Salazar Eliseu, Antonio Eduardo Oliveira Nava, Lúcio Antonio Machado Vale, Sonia Maria Fernandes Anaga e Franklin Silva Brandão Júnior, cuja atuação foi imprescindível para que a obra se concretizasse.
Antigamente o juiz despachava e realizava algumas audiências em sua própria residência. Os juris ocorriam na Intendência, depois Prefeitura. Posteriormente, o magistrado também dava expediente nos cartórios. Os tempos mudam, os juízes permanecem com a mais espinhosa e importante missão humana, a de julgar o próximo - a sua liberdade, o seu patrimônio, praticamente a sua vida.
Despacho do Dr. Júlio Lustosa do Amaral Nogueira, Juiz de Direito da Vila e Comarca de Victória do Alto Parnaíba, em 1910. Abaixo, auto sobre ato processual realizado na residência do juiz de direito, ante a inexistência de fórum. As peças foram fotocopiadas de uma carta precatória acostada aos autos do processo de arrolamento dos bens deixados pelo capitão João Damasceno Nogueira, arquivado na comarca de Santa Filomena/PI.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
AÇÃO PENAL CONTRA EX-PREFEITO É ARQUIVADA
Na época em que a mulher do ex-prefeito, Jacione Nunes Santos, o denunciou à polícia, com base na Lei Maria da Penha, tornando pública a sua queixa, sobre a acusação de que teria sido mais uma vez agredida fisicamente e espancada pelo companheiro, ocorrendo grande repercussão e indignação na comunidade local e mesmo em órgãos da mídia fora dos limites do município de Alto Parnaiba.
Um panfleto com sérias acusações contra Ranieri chegou a ser divulgado em toda a cidade no dia da eleição recente para o conselho tutelar da criança e do adolescente, ao mesmo tempo em que defendia a candidatura de um irmão da ex-primeira-dama, a quem o ex-prefeito estaria se opondo firmemente, culminando com uma votação surpreendente dele.
A decisão do juiz Carlos Eduardo de Arruda Mont'alverne se deu em face da desistência do direito de representação pela mulher ofendida, possibilidade ainda vigorando na Lei Maria da Penha. Em suma: apenas escândalo familiar ocupando e dando gastos ao Estado - o inquérito, o processo, etc..., e servindo de exemplo nada dignificante às demais mulheres vítimas de agressões de seus maridos, companheiros e namorados e aos próprios agressores, já que, no final, em razão de uma falha da lei o que a mulher disse antes pode desmentir a si própria depois - não se sabe a que custo.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
COMUNIDADE CLAMA POR ÁGUA
O problema já é crônico e a culpa maior, além da estatal maranhense fornecedora de água potável, a Caema, é da Prefeitura que, em 1989, de forma irresponsável vendeu o sistema municipal de água, instituído na administração anterior do ex-prefeito Antonio Rocha Filho, e pôs fim a esse projeto que garantia água de qualidade e a preços mínimos aos consumidores de toda a cidade. No bairro Santa Cruz o sistema já estava implantado e nos bairros São José e Santo Antonio, os poços artesianos jorrando, canos e tubulações comprados e pagos pelo erário público, necessitando tão-somente a sua instalação.
A verdade é única. Alegando indevidamente que o município não poderia sozinho arcar com custos elevados para garantir água potável a todos, os sucessores de Antonio Rocha Filho, também esquecendo-se as promessas feitas nas campanhas eleitorais, nada fizeram, ao contrário, canos, tubulações e caixas d'água foram desviados e vistos em propriedades rurais de políticos até pouco tempo atrás. Enquanto isso, o povo sofre e não apenas a comunidade do Santo Antonio, como dos demais bairros, do Prata e de parte do centro de Alto Parnaíba. Enquanto isso, já em campanha, candidatos percorrem as casas dos moradores dessas comunidades abandonadas e desrespeitadas, tomam um cafezinho, atrasam o trabalho doméstico das donas de casa e a saída de homens e mulheres para o trabalho diário com conversas repetitivas, o lenga-lenga de sempre e as mentiras sem fim.
As famílias há anos vivem economizando a água, inclusive para preparar os alimentos, já que chega a faltar ininterruptamente por 72 horas, além de pingar nas torneiras - na maioria - apenas durante o período noturno. Apenas o voto consciente para mudar esse quadro de calamidade que perdura há 22 longos e tenebrosos anos de governos abaixo da média tolerável em Alto Parnaíba.
domingo, 4 de dezembro de 2011
ALTO PARNAÍBA PRECISA DE NOVO MATADOURO
Em Alto Parnaíba, no sul maranhense, mesmo com as denúncas e reclamos diários da comunidade, o matadouro público municipal permanece sem condições mínimas de funcionamento, onde a questão sanitária e higiênica é estória de carochinha. Concretamente nenhuma medida que possa ter sido tomada surtiu efeito. O mais grave: trata-se da saúde de milhares de pessoas. Inexiste qualquer gestão do governo local que direcione a novas instalações, nomeação de veterinários, implantação permanente da fiscalização e cuidados sanitários, higiênicos, na liberação da rês bovina a ser abatida somente após exames clínicos pelo médico-veterinário e apresentação pelo proprietário de comprovantes atualizados das vacinações periódicas, como aquelas que combatem as doenças de raiva, burcelose e aftosa, dentre outros cuidados.
A Prefeitura de Alto Parnaíba, pelos gastos desnecessários que demonstra ter, pode muito bem construir um novo e moderno matadouro, essencial ao povo, com recursos próprios. É só conferir contas, gastos, cheques emitidos, contabilidade real.
FOTOS: Léo Nogueira Rocha
sábado, 3 de dezembro de 2011
TJ REJEITA INTERVENÇÃO EM TASSO FRAGOSO
A defesa do município e do prefeito comprovou que, mesmo com atraso, a prestação de contas foi apresentada ao Tribunal de Contas do Estado, convencendo os julgadores da segunda instância da justiça estadual maranhense.
subsídio: Jornal Pequeno, versão eletrônica de 02.12.2011.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
RECORDAÇÕES DE BERILO VARGAS
"Meu caro Décio,
As conversas com Maurina sempre rendem surpreendentes novidades antigas. Nunca imaginei, por exemplo, que ela guardasse lembranças tão minuciosas do convívio com Tirzah, há tanto tempo interrompido. E acabo de saber por ela que minha mãe Estelita era apaixonada pelo casal Ifigênia/Antunim Rocha. Chamava sua avó de Madrinha Ifigênia.
Berilo".
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
COM A PALAVRA O PROMOTOR
Faço questão de ressaltar a conduça irrepreensível do Dr. Lindemberg Vieira à frente da promotoria de Justiça de Alto Parnaíba, mesmo em curto espaço de tempo. Vejamos o que diz o promotor:
"Caro Dr. Décio,
de logo informo que sou leitor assíduo de seu blog e lá me mantenho informado dos anseios e sonhos dessa comunidade tão rica e ao mesmo tempo necessitada de Alto Parnaíba.
Meu e-mail é unicamente para lhe dizer que ainda quando eu estive a frente da Promotoria de Justiça (ano de 2010) foi inaugurado procedimento administrativo com o fito de investigar as condições operacionais e sanitárias do matadouro público municipal, inclusive com a realização de inspeção pela Vigilância Sanitária Estadual, que já dormita nos autos.
Acredito eu que o Dr. Fernando, titular desta promotoria e grande Promotor de Justiça, logo externará a opinião do Ministério Público sobre os fatos consignados por V.Sia., que por certo também é comungado por grande parte dos munícipes.
Com votos de estima e consideração,
Lindemberg Vieira".
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
EM ALTO PARNAÍBA, MATADOURO SEM VETERINÁRIO
domingo, 27 de novembro de 2011
EU NÃO ME VENDO. EU NÃO ME ENTREGO.
Envolvido no movimento estudantil desde o antigo ginásio, quando o Brasil ainda estava mergulhado na escuridão da ditadura militar de 1964, e depois na universidade, confesso que continuo com a mesma convicção - o maior mal do país é a corrupção e a sensação de impunidade dos corruptos.
Nesse aspecto não mudei. Engordei e os cabelos estão embranquecendo, mas a resistência de adolescente à ditadura é a mesma contra o desvio do dinheiro público, que atrasa um povo, infelicita uma comunidade, maltrata a humanidade como criação de Deus, pavimenta o incentivo a outros crimes, gera o caos, desestabiliza a economia local e o desenvolvimento social.
Nunca exerci cargo eletivo ou mesmo de confiança na administração pública. Perdi uma eleição para prefeito, em 2000, em Alto Parnaíba. Era a vontade soberana do povo. Na época, combati a compra de votos, a esmola com o dinheiro público corrompendo a consciência de pessoas desprovidas de recursos financeiros mínimos para a própria sobrevivência. Fui a praticamente todo o município e alertei o povo sobre o perigo de permanecermos votando e ao mesmo tempo reféns de um populismo chulo, barato, desinteligente, que privilegiava, como privilegiou meia-dúzia de apaniguados e não promoveu nenhuma mudança positiva na vida dos alto-parnaibanos e na administração pública. O movimento de 1988 é o grande causador da sensação de impunidade dos corruptos e da busca da riqueza fácil com o dinheiro da população de Alto Parnaíba, como se tudo isso fosse a coisa mais natural do mundo.
Não sou santo. Sou um ser humano de carne e osso e, portanto, com defeitos, fraquezas, virtudes e resistência. Entretanto, aos navegantes de maré baixa, viciados em cargos fictícios e dinheiro público, que muitas vezes mudam apenas a pele e aos ingratos de plantão, a única certeza: nenhum laço consaguineo ou de amizade me fará calar ou concordar por ação ou omissão com a corrupção e seus atores. Permaneço como sempre, resistente e na trincheira contra os mal feitos, os abusos, a impunidade, os maus tratos impostos impiedosamente à minha terra e sua gente.
Àqueles que fingem me desconhecer, a única certeza é a de que esses dias já são breves e tudo passará enquanto permanecerei como d'antes com o pensamento, os atos e as ações voltados para o combate sem trégua à corrupção, que desvia o dinheiro da merenda escolar, violena o direito consagrado à saúde, à educação, à moradia, aos transportes, à cidade limpa, ao saneamento, ao urbanismo, à assistência social, ao esporte como lazer, à cultura, ao emprego, ao agronegócio que emprega e propicia divisas e o bem coletivo.
Enfim, sem hipocrisia, sem sorriso forçado e sem medo, felizmente sou o mesmo de antes contra as mazelas que retardam o desenvolvimento de minha terra natal.
sábado, 26 de novembro de 2011
MP FISCALIZA USO DE CARROS OFICIAIS
O documento do MP sugere, dentre outras medidas, a confecção de planilha com dados dos veículos, horários em que estão prestando serviços públicos, autorização expressa da Prefeitura para viagens, uso de combustível, relatórios com todas as informações, inclusive gastos e motoristas responsáveis. É a busca do controle em defesa do patrimônio público.
No vizinho município de Alto Parnaíba, uma ambulância da Prefeitura permanece se deteriorando no pátio do hospital público municipal Zuza Soares, conforme denunciamos aqui no blog. Outros veículos oficiais municipais são poucos. Os carros adquiridos pertencem ao prefeito Ernani Soares e filhos. O alcaide recebe 12 mil reais como chefe do poder executivo. É um ótimo salário. Entretanto, não seria suficiente para a aquisição de dezenas de veículos, a maioria luxuosa, em menos de três anos de governo. Aqui, no mais meridional dos municípios do Maranhão e com certeza o de pior administração pública, qualquer carro novo que chega o povo já diz: mais um do prefeito. Se qualquer pessoa quiser vender carro novo, usado, carroça, enfim, até carrinho de brinquedo, eles compram; pagar é que é difícil. Aqui, onde o belo Parnaíba nasce o MP quando agir não será para recomendar o uso correto dos carros oficiais, mas como usar, utilizar e destinar os veículos deles... Ora, isso seria incomum, mas desde que ao povo seja retornado o seu patrimônio, louvável Ministério Público!
Fonte: subsídios do Jornal Pequeno, de São Luis, versão eletrônica, de 25.11.2011.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
CRÔNICAS PARA TIRZAH
O quase imperceptível murmúrio fluvial que fez companhia constante a Tirzah na velha casa da beira do rio repercutiu longe. Ontem tive vontade de conversar com alguém sobre a morte de sua tia e liguei para minha irmã Maurina em Brasília. Ela recebeu a notícia com espanto consternado. "Meu Deus, Tirzah!", exclamou, como se a morte tivesse levado precocemente a jovem que ela preservava na memória.
Depois li seu belo texto, falamos de Tirzah e de outros vitorienses dos tempos heroicos que já se foram, e ela lhe mandou um recado:"Diga ao Décio que fiquei muito sentida, e que seu texto me trouxe saudades de uma época e de pessoas que estão sempre guardadas lá no fundo da memória. Diga que me lembrei de Tirzah de luto, já não sei por quem. Dos seus óculos de lentes grossas. Do jeito blasé. Até da casa deles, que tinha um cheiro bom de beira de rio. Diga que cheguei a escutar o murmúrio do Parnaíba, e vi até as pedrinhas no raso".Também tive saudades, meu caro Décio. Tirzah faz parte de uma felicidade coletiva que também foi nossa. Mas a vida é assim, o desaparecimento de pessoas muito queridas é sempre um choque, um baque surdo, um vazio repentino. E, paradoxalmente, quanto mais idoso aquele que se vai, maior o silêncio, maior o vácuo da ausência: o fim, embora esperado por ser um imperativo biológico, nem por isso parece natural. Era alguém que estava conosco desde sempre, e qualquer coisa dentro de nós exige a continuação de sua presença. Só com o distanciamento do tempo a dor amortece.
Berilo me fez relembrar uma passagem descrita em prosa por nosso poeta-maior, o imortal Luiz Amaral, que, chegando de uma viagem cansativa em lombo de burro do garimpo de Boqueirão, no municipio piauiense de Gilbués, onde estava estabelecido com a esposa, tia Zenade, familiares e numerosos amigos que nunca abandonou, e hospedando-se na velha casa ribeirinha de meus avós na margem do seu cantado e encantado Velho Monge, ansioso para madrugar no bar e clube Victória de Ivan Brito, com a santa impaciência que Deus lhe deu, forçado pela prima Tirzah ele teve que retornar à hospedagem e, perdidas algumas partidas de sinuca, deixar como legado, assim como Berilo, a prosa-crônica intitulada Sinuca, pimeiramente escrita a mão no álbum de minha tia.
Eu tenho que jogar na bola 'ás'...
mas a 'sete' me priva de o fazer.
Sinuca igual, Tirzá, você me faz
pedindo-me que escreva sem saber.
Eu bem conheço e não censuro mais
esses caprichos próprios da mulher.
Quando ela quer... impõe, não volta atrás.
Que doa o seu pedido a quem doer!...
Ou 'cegar'...ou a 'branca' na caçapa...
De sinuca tamanha quem escapa
Realmente, Tirzá, não sei... não sei...
Aperto como este, só se vendo!
Mas... vamos ver - que o 'tempo' está crescendo...
Joguei na bola 'sete'... suicidei...
O soneto Sinuca está publicado na obra Meu Livro, de Luiz Amaral, à pág. 75.
FALTA DELEGADO NO MUNICÍPIO
O governo do Maranhão nada diz ou se sente blindado. Uma liminar concedida pelo ex-juiz de direito da comarca de Alto Farnaíba, Franklin Silva Brandão Júnior, atendendo a pleito do Ministério Público estadual nos autos de uma ação civil pública, que obrigava a Secretaria de Segurança Pública a nomear delegado de carreira para o nosso município foi revogada pelo Tribunal de Justiça. É um abuso - todos sabemos - que tende a se perpetuar.
Foto: Rafael Rocha
terça-feira, 22 de novembro de 2011
CASOS DE LESHIMANIOZE EM ALTO PARNAÍBA
Segundos informações não oficiais, já que a Prefeitura de Alto Parnaíba se silencia sobre tudo o que é verdadeiramente de interesse público, alguns casos de leshimaniose teriam sido diagnosticados na cidade sul maranhense. Conheço um caso concreto do que seria leshimaniose através de ferida cutânea, em que a paciente terá que receber oitenta injeções ou vacinas.
Esse tipo de doença é comum em palafitas e em cidades sujas de países subsenvolvidos e mesmo em metrópoles europeias onde o lixo prolifera, como na Itália. Em Alto Parnaíba, a proliferação de cães (cachorros) com sinais de calazar abandonados ou praticamente abandonados perambulando pelas ruas da cidade sem tratamento, além de ratos é fato notório, em comum com a sujeira de suas ruas, o que é visível e independe de comprovação, tudo isso aliado a esgotos a céu aberto, à obra inacabada e danosa da Codevasf na implantação do sistema de esgotos sanitários, o lixo doméstico acumulado nas ruas pela ineficiência absoluta da Prefeitura em seu recolhimento, os bueiros e galerias sem limpeza, a água da chuva que invade avenidas, ruas e praças levando consigo o mato, a lama, o lixo, a imundice.
Não se pode negar que muitos proprietários de imóveis não cuidam adequadamente da higienização e limpeza de suas propriedades, a começar pelos quintais comuns em cidades do interior brasileiro.
No mais, a preocupação maior pela certeza absoluta que tenho, o que é compartilhado pela maoria da população, de que a atual administração municipal de Alto Parnaíba permanecerá omissa, silenciosa, o que é grave e não mais tolerável, deixando de lado por completo as necessidades públicas da comunidade.
Imagens: Rafael Rodrigues Brito
sábado, 19 de novembro de 2011
A MORTE DE TIRZAH ROCHA
Há dois anos convalescendo de um AVC, porém plenamente lúcida e após deixar o hospital, cercada pela única irmã viva, Júnia de Tarso Rocha e Aragão, por sobrinhos e vizinhos, minha tia Tirzah morreu serenamente, ouvindo, ao seu pedido, os salmos 91 e 23, lidos pela dedicada sobrinha Maria do Socorro Formiga Rocha.
Nascida em 20 de outubro de 1928, na mesma casa onde desencarnou, à margem do rio Parnaíba na então Victória do Alto Parnaíba, hoje por concepção político-administrativa apenas Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, Tirzah era o oitavo filho vivo - sem contarmos os que morreram crianças - de meus avós paternos, Antonio de Araújo Rocha e Ifigênia do Nazareth Rocha. Os outros irmãos eram: Elias, José Benedito, Izidora, Ritinha, Rochinha (meu pai), Corintho, Ben-Hur, Carmona e ainda viva Júnia, a caçula.
Minha tia Tizahinha não se casou e nem teve filhos biológicos, criando dois sobrinhos como filhos, os irmãos Saulo Antonio, falecido neste ano, e Elias, o Lila, deficiente mental, a quem dedicou os melhores anos de sua vida.
Sua irmã Júnia diz que ela era a advogada natural da família. É verdade. De temperamento forte, firme, direta, objetiva, inteligente, Tirzah acompanhou a vida pessoal, profissional e política do pai, irmãos e sobrinhos com a altivez e a coragem de enfrentar os momentos mais difíceis e as adversidades, pois nos dias festivos ela se esquivava recolhendo-se na solidão da velha casa secular onde seus pais iniciaram a vida em comum e onde todos os seus irmãos vieram ao mundo, onde apenas o som quase impercetível do Velho Monge descendo em busca do mar era a sua companhia.
Tirzah com a sobrinha-neta Emylenne de Mesquita Rocha, filha de Saulo Antonio.
Conselheira e amiga sem ser subserviente, sabia aplaudir assim como cobrar dos parentes, especialmente dos sobrinhos, sempre visando o bem, o melhor, o caminho de paz, de trabalho honrado, de respeito ao próximo, de decência e de amor a Deus.
Membro ativa da Igreja Batista desde criança, Tizahinha não tinha vaidades, não acumulou riquezas, não exigia luxo, ao contrário, viveu com a humildade de Jó e a fé de Paulo ao enfrentar doenças, mortes dos ente queridos, amor à família, carinho e dedicação aos deserdados da sorte.
Ela fará falta. A sua velha casa era o local do encontro da família numerosa, que, em torno dela, a convivência era mais fraterna. alegre e permanente. Esse o legado de Tirzah de Araújo Rocha, a tia interiorana, bondosa, justa, coerente, amiga. O meu adeus e o meu carinho eterno.
Foto: arquivo de Maria do Socorro Rocha.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
DELEGACIA QUASE SEM ESTRUTURA
Como o Estado do Maranhão pouco ou quase nada constrói ou investe em Alto Parnaíba, para funcionar a polícia necessita da colaboração da Prefeitura, que nem sempre atende a questões de segurança pública, por acreditar que não é obrigação sua e sim do estado-membro como se a questão segurança não interessasse direta e essencialmente à população da comuna interiorana, mas mantém um prédio de sua propriedade cedido gratuitamente ao governo maranhense para que a estrutura mínima das polícias civil e militar ali tenham um endereço e funcionem - quase precariamente -, além de uma contribuição para a alimentação dos policiais.
Também, justiça seja feita, a Prefeitura disponibiliza um servidor estável seu como escrivão da polícia civil à disposição da Secretaria de Segurança Pública e sem qualquer contrapartida salarial ou de qualquer outra natureza desta ao zeloso funcionário público, o que perdura há mais de 25 anos, além de uma cozinheira no quartel.
Mesmo pouco, mas a participação da Prefeitura talvez seja a responsável ainda pelo funcionamento das duas polícias no município.
Quanto à estrutura de espaço de duas pequenas salas onde funciona a delegacia chega a ser um local praticamente insalubre para a permanência do ser humano em suas dependências em qualquer horário do dia, especialmente em dias quentes como na tarde de ontem, quando presenciei a calçada da delegacia cheia de pessoas que procuravam algum direito nesse indispensável órgão público.A polícia civil agora mantém um investigador na cidade, mas mesmo assim a sala do delegado e de audiências possui um espaço mínimo, sem ar condicionado, sem internet, sem telefone, sem possibilidade de que algum depoimento sigiloso seja colhido ou mesmo que uma testemunha receosa em face de crimes brutais não sinta medo de falar com o réu ou familiares seus ouvindo do lado de fora. No mais, ainda mais grave, os depoimentos quase sempre são tomados na sala do escrivão, cuja porta dá diretamente para a rua.
Antiga delegacia (mantém o nome na porta), hoje a cadeia com alguns presos, cujo alento é o de permanecerem próximo à primeira igreja da cidade.
Desse jeito é difícil para as polícias trabalharem melhor. Hoje, felizmente o município de Alto Parnaíba possui um bom contigente da PM, sob o comando do 1º sargento Josickeber Oliveira Silva, prudente, inteligente, diligente e enérgico sem ser violento, conquistando a admiração e o respeito populares, o que é raro quando se trata de policial. Também a civil destacou um experiente investigador, que de fato conduz a delegacia, possui bom relacionamento com os policiais fardados e encaminha com todas essas dificuldades casos de violência que se amontoavam em inquéritos, TCos e BOs não concluídos na mesma sala do delegado, onde o espaço para uma única pessoa já é insuficiente.
É preciso que o governo do Maranhão entenda que o município de Alto Parnaíba faz divisas com três estados brasileiros, com vasto território, banhando por um grande rio, localizado em uma das mais prósperas regiões econômicas do país com pessoas vindas de todas as regiões do Brasil, inclusive bandidos que estão fugindo das grandes metrópoles para o interior promissor do nordeste. Necessitamos não apenas de um prédio condizente para o funcionamento da delegacia de polícia, com tecnologia que possa identificar com mais agilidade um simples suspeito que aparece no município, pessoal e toda a estrutura necessária, mas também de um quartel da PM mais amplo, com acomodações dignas, alimentação adequada, mais policiais, enfim, o Estado deve assumir suas responsabilidades, com a vigilância permanente do Ministério Público maranhense.
Fotos: Rafael Rodrigues Brito.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
ALTO PARNAÍBA E A REPÚBLICA
Daí que o advento da República favoreceu politicamente os desbravadores e fundadores de Alto Parnaíba, que mesmo parentes dos barões, tornaram-se desafetos destes em razão da conquista do território e posterior emancipação política de Alto Parnaíba, cujo clima de intranquilidade era permanente com ameças de ambos os lados.
Findo o baronato e outros titulos de nobreza comuns à monarquia, os republicanos, com origem comum no regime derrubado com extrema facilidade em face da frágil saúde física e política de Pedro II, apressaram em ampliar a outorga de um outro título com intuito parecido, mesclado com o militarismo, temerosos com a fragilidade da federação especialmente no vasto interior do país.
A guarda nacional atingiu o Brasil rural e seus oficiais, sem preparação militar, eram os chefes políticos de cada vila ou pólo regional. Em Victória do Alto Parnaíba não foi diferente. Segundo o Diário Oficial da União em sua edição de 25 de março de 1893, pág. 2, seção 1 (disponibilizado no google), o 88º batalhão de infantaria sediado no hoje município de Alto Parnaíba, ali com a inscrição comarca do Alto Parnahyba, era comandado pelo tenente-coronel Samuel Lustosa de Britto, o primeiro prefeito do regime republicano e filho do fundador de nosso município, Cândido Lustosa de Britto, mantido juiz municipal também no novo regime político. O major fiscal era Moysés Lustosa de Britto, irmão de Samuel; os capitães-assistentes, Absalão José do Amaral Britto - sobrinho do coronel Antonio Luiz do Amaral Britto, futuro vice-governador maranhense e o principal líder da região do Alto Parnaíba na República - e Manuel Victorino da Paixão; e os capitães-assistentes de ordens, Cornélio Lopes de Andrade e Josias Francisco de Araújo. Esses e outros, incluindo alguns de Santa Filomena, foram nomeados anteriormente para comporem a guarda nacional por portaria do vice-presidente dos Estados Unidos do Brasil, marechal Floriano Peixoto, dentre os quais o capitão David Lustosa de Britto, também irmão de Samuel e padrasto de meu avô paterno, Antonio de Araújo Rocha, e o tenente-coronel Carlos Lustosa da Cunha, filho do Barão do Paraim e genro do tio, o Barão de Santa Filomena, já que casado com Filomena Lustosa da Cunha, única filha do chefe regional com a esposa legítima.
Era o poder político dominante de Cândido, seus descendentes e aliados, mas que não se restringiu à família dele, ao contrário, os sobrenomes históricos mostram que o poder não era absoluto e até o que chamamos hoje de Prefeitura era um colegiado ou Conselho Municipal, presidido por um intendente (prefeito) e composto por conselheiros e vereadores. Várias famílias seguiram o fundador de Alto Parnaíba em sua corajosa empreitada de sediar e povoar um imenso território, descentralizando-o política, administrativa e economicamente do poder monárquico regional, o que contribuiu para um início de prosperidade e desenvolvimento para a nossa terra, mesmo distante dos grandes centros urbanos e do poder político estadual e nacional. como a navegação pelo rio Parnaíba desde os portos de Victória e Santa Filomena até Teresina, a estrada para o sal ligando-nos por terra ao norte de Goiás e de lá ao restante do país, a primeira escola estadual, a vinda do primeiro médico e instalação de um pequeno posto de saúde.
Samuel Lustosa de Britto nasceu em 16 de novembro de 1856, 33 anos antes da proclamação da República, faleceu em 1931 e deixou uma imensa descendência, já que, entre esposas legítimas ou não, teve cinco mulheres, que geraram muitos filhos seus. Acredito que ele não tenha mais nenhum filho vivo. Acho que o último ou um dos últimos a morrer, já bastante idoso, foi Moyses Lustosa de Britto, filho dele com a terceira esposa, Guilhermina Lustosa do Amaral Britto, um dos fundadores do próspero município de Gurupi, hoje estado do Tocantins, e empresário de sucesso nos anos 1950 e 1960. Em Santa Filomena e Alto Parnaíba ainda vivem netos de Samuel, que são os seguintes se a memória histórica não me trair com algum nome. No lado do Parnaíba piauiense: Maria Salvadora Lustosa Nogueira Duailibe e Damasceno Lustosa Nogueira (filhos de Maria do Amaral Nogueira, Santa); na outra margem do Velho Monge: Laide do Amaral Brito Alves (filha de Hamilton Lustosa de Britto, Mitim); Ana Joaquina Carvalho de Brito (Quininha); Prestes Carvalho de Brito e Siqueira Carvalho de Brito (filhos de Luiz Carvalho Lustosa de Britto); Samuel Moreira Brito (filho de Odino Lustosa de Britto), além de bisnetos e trinetos. Uma curiosidade depois de mais de um século: a avó paterna do atual prefeito de Alto Parnaíba, Ernani do Amaral Soares e de seu antecessor, Ranieri Avelino Soares, dona Maria Eulina de Carvalho Brito Soares era filha de Luiz Carvalho Lustosa de Britto e de Victória Lustosa de Britto, portanto, neta tanto de Samuel como de Cândido, já que o pai era sobrinho da mãe.
Samuel Lustosa de Britto. Foto do arquivo do historiador Lindolpho do Amaral Almeida.
Em Gurupi, Goiânia, Brasilia e outras cidades pelo país, inúmeros outros descendentes de nosso primeiro prefeito republicano, comandante da guarda nacional regional e com título da nobreza republicana.